Jota Oliveira
De Londrina
Como o consumo deve aumentar cerca de 0,3%, o Brasil só não sofrerá um colapso no abastecimento graças à produção do Mercosul que terá superavits no Uruguai e Argentina. A previsão de produção de arroz no Brasil indica uma queda de 11,6 milhões de toneladas para 10,9 milhões de toneladas, enquanto o consumo deverá aumentar de 11,699 milhões para 11,734 milhões de toneladas em casca.
O técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) Euzoni Czelujinski, disse que o Paraná tem, nesta safra, área plantada de 80.24 hectares de arroz irrigado e de sequeiro (sistema de cultivo predominante no Estado). No início desta semana era esperada produção de 175.502 toneladas. Os principais núcleos regionais produtores são os de Paranavaí, Jacarezinho, Guarapuava, Cascavel e Ivaiporã. Essas regiões participam com 53,72% da produção paranaense, ou 94.277 toneladas. O Paraná colhe arroz nos meses de março e abril.
AcompanhamentoA maior parte da safra de arroz 99/2000, no Paraná, estava, no meio da semana, na fase de crescimento vegetativo. Na região de Paranavaí a produção antes esperada, de 30.143 toneladas, deveria cair para 26.064 toneladas, em consequência do tempo seco e quente predominante durante todo o ciclo da cultura até então. O Deral previa perda de 10% na produção daquela região.
Czelujinski disse à Folha Rural que, além da seca, o menor uso de insumos contribuiu para a quebra de produção de arroz nesta safra. Como os preços dos insumos foram reajustados pelo dólar, ficaram mais caros e os lavradores, com preços em real, diminuiram os tratos culturais dos seus arrozais.
Exemplo da desvalorização: em novembro do ano passado o arroz era cotado a US$16-17 a saca de 50 quilos, em casca. Com a desvalorização do real, a saca caiu para U$7,00. ‘‘Vai faltar arroz nacional, mas o Brasil poderá ser abastecido por outros países da área do Mercosul, que vão produzir mais do que precisarão’’, antecipa o técnico do Deral.
Porém, arrozeiros gaúchos estão esperando que a safra brasileira menor, devido à estiagem, do que a prevista anteriormente pela Companhia Nacional de Abastecimento (os 11,6 milhões de toneladas citados por Euzoni Czelujinski) seja benéfica para o mercado, isto é, tenha preços maiores.