PLANTAS MEDICINAIS
PUBLICAÇÃO
sábado, 28 de novembro de 2009
Aspectos botânicos: Planta pertencente à família das Bromeliáceas, caracterizada por apresentar uma roseta basal de folhas grandes, bordas espinhosas, que podem alcançar até 60 centímetros (cm). O talo emerge do centro da roseta e apresenta inúmeras flores, dispostas helicoidalmente. Seu ''fruto'', na realidade se trata de uma infrutescência, esverdeada e posteriormente amarelo-alaranjada quando madura, época em que adquire um intenso aroma. Original da zona tropical das Américas Central e do Sul, sendo posteriormente cultivado na Ásia e África tropicais;
Nomes populares: Abacaxi, ananás, pinha, piÀa americana, ananas (França), pine apple (Ingl), ananasso (Itália).
Histórico: O nome nana, foi-lhe dado pelos caribenhos, cujo significado era perfume dos deuses, por razões óbvias. No diário de navegação de Colón, datado de 1.493, há referências ao abacaxi, na ilha de Guadalupe:
''... havia alguns cultivos, como plantas de alcachofra, porém 4 vezes mais altos, que davam frutos em forma de pinhas, grandes, excelentes e parecendo saudáveis...''.
O abacaxi sempre foi muito apreciado, à exemplo de Luis XV, que o utilizava apenas em grandes ocasiões da realeza. Desde o século XVI seu cultivo foi expandido para a África e Ásia.
Sua dificuldade de conservação durante o transporte, fez com que seu consumo fosse difundido na Europa apenas no século XIX, após o aperfeiçoamento da indústria de conservas.
Usos terapêuticos: Digestivo, nutritivo, inibidor da agregação plaquetária, antiinflamatório, auxiliar em regimes de emagrecimento, expectorante.
Princípios ativos: Enzimas: bromelaína ou bromelina, açúcares, vitaminas A, B, C, E, ácidos orgânicos, fibras, ácido salicílico, proteínas, sódio, potássio, cálcio, ferro, fósforo, ácido fólico, etc.
Partes utilizadas: Infrutescências e talos.
Formas de uso e dosagem:
- Uso interno: in natura - polpa pura, em saladas ou sucos; cápsulas com pó de abacaxi: 1 a 2 g ao dia em 2 ou 3 tomadas; extrato seco (10:1): 0,3 a 1 g ao dia, em 2 ou 3 tomadas; xarope - isolado ou associado a outras plantas como o guaco (Mikania glomerata Spreng.), por exemplo.
Tempo de uso: Sem referências quanto ao uso prolongado na literatura consultada.
Efeitos colaterais: Náuseas, vômitos, diarréias, hemorragias uterinas e dermatites em pessoas sensíveis.
Contra-indicações: Sem referências na literatura consultada, porém se recomenda cuidado no uso em gestantes, pela possibilidade de hemorragias uterinas, principalmente das apresentações farmacêuticas, que contém uma maior quantidade de princípios ativos.
Lembramos que as informações aqui contidas, terão apenas finalidade informativa, não devendo ser usadas para diagnosticar, tratar ou prevenir qualquer doença, e muito menos substituir os cuidados médicos adequados.
Fontes principais de consulta: ''Tratado de fitomedicina - bases clínicas e farmacológicas''. Dr. Jorge R. Alonso - Editora Isis. 1998 - Buenos Aires - Argentina.
RUI CÉPIL DINIZ é médico especialista em Fitomedicina e Saúde da Família, responsável pelo Programa Municipal de Fitoterapia (e-mail: [email protected] e telefone 43-3321-0652).