Paraná se mantém como o 2º maior produtor de ovos do Brasil
Estado respondeu por 9% da produção brasileira no ano passado, segundo o IBGE, somando 358,2 milhões de dúzias de ovos
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sexta-feira, 15 de abril de 2022
Estado respondeu por 9% da produção brasileira no ano passado, segundo o IBGE, somando 358,2 milhões de dúzias de ovos
Lucas Catanho /Especial para a FOLHA
O Paraná manteve a segunda colocação na produção de ovos em nível nacional. A manutenção no ranking é atestada pelo resultado da Pesquisa Trimestral de Produção de Ovos, elaborada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Entre janeiro e dezembro de 2021, o Paraná seguiu na segunda colocação no ranking nacional e produziu 358,2 milhões de dúzias de ovos, montante que representou 9% do total nacional e volume 0,8% menor que em igual período de 2020 – 361,2 milhões de dúzias.
O Paraná, por sua vez, é antecedido por São Paulo (1,1 bilhão de dúzias - 27,7% da produção nacional). Em 3º lugar vem Minas Gerais (349,1 milhões de dúzias); em 4º lugar, Espirito Santo (348,4 milhões de dúzias); e em 5º lugar, o Rio Grande do Sul (272,6 milhões de dúzias).
Em todo o Brasil, a produção total de ovos de galinhas atingiu 3,976 bilhões de dúzias (47,71 bilhões de unidades) de janeiro a dezembro de 2021, representando um crescimento de 0,2% sobre a produção alcançada em 2020.
“É preciso destacar que a produção de ovos levantada pelo IBGE abrange granjas com mais de 10.000 aves poedeiras e não apenas o produto de consumo humano (81%), mas também os ovos destinados à incubação”, explica o veterinário Roberto de Andrade Silva, analista do Deral (Departamento de Economia Rural), órgão ligado à Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento.
O técnico acrescenta que o Brasil exporta poucos ovos, já que mais de 98% da produção são voltados para o mercado interno.
ORGÂNICOS
O produtor rural Rafael Granzioli Caldas trabalha na produção de ovos há cerca de oito anos em Jandaia do Sul, no Vale do Ivaí. Hoje, ele concentra sua atividade em ovos orgânicos, com a produção diária em torno de duas dúzias.
“Isso aconteceu depois da alta dos grãos, há cerca de um ano, já que a minha produção diária antes da alta dos grãos era em torno de 10 dúzias por dia. Mas a demanda é alta, o que eu produzo eu vendo”, destaca.
Em 2022, Rafael estima que a produção deverá ser semelhante à obtida no ano passado.
“O mercado de ovos caipiras está sofrendo muito, pois a alta dos grãos commodities, como soja e milho, aumentou em mais de 50%, e o preço dos ovos praticamente não subiu. O custo de produção de ovos tem a ração como principal elemento, sendo que cerca de 70% do que é gasto na produção é ração”, destaca.
Hoje os ovos são vendidos no atacado para Mandaguari, sendo que o preço da bandeja de 10 ovos é R$ 10. “Não há previsão de mudança desse preço para os próximos meses”, destaca.
Para obter o máximo de qualidade na produção, Rafael segue todas as recomendações técnicas, não deixando de fazer nenhum manejo orientado por técnicos. “Mas se fosse para citar as três principais coisas seria complemento de luz, uma boa nutrição e a escolha de raça correta”, destaca.
Ele acrescenta que, nos últimos anos, a atividade sempre foi muito lucrativa. “Eu sempre tive em torno de 100 a 150 cabeças de aves de postura, muito contente com atividade. Somente depois da disparada do preço das commodities é que a atividade passou a se tornar menos lucrativa. Mas eu acredito que, com o tempo, isso vai regularizar. E aí eu poderei retomar o plantel maior que eu tinha, ou até mesmo aumentar”, disse o produtor, que hoje mantém 50 cabeças na sua propriedade.
Para enfrentar o maior desafio da produção de ovos, o custo da ração, Rafael está investindo em produzir os grãos para alimentar as galinhas.
“Toda a produção minha é vendida através de encomendas de grupo de WhatsApp, junto com outros produtos coloniais aqui do sítio. Grande parte da minha produção é para o consumo alimentar. Porém, esporadicamente, recebo encomendas de ovos para incubação e acabo vendendo também”, explica.
De olho no futuro, Rafael tem plano de expandir as vendas. Hoje, ele vende os ovos somente em Mandaguari porque tem o selo SIM (Serviço de Inspeção Municipal). “Estou buscando outros selos de inspeção para vender para o Paraná todo, nos grandes centros, como Curitiba e Londrina”, conclui.
Arapongas, na região de Londrina, produziu 42,9 milhões de dúzias de ovos em 2020, com valor agregado de R$ 132,3 milhões. Foi o maior município produtor do Estado nesse ano, segundo dados fornecidos pelo Deral.
HUMANO/INDÚSTRIA
Considerando-se a produção de ovos para consumo humano/indústria, em 2021 o Brasil produziu 3,219 bilhões de dúzias, 0,6% a mais que em igual período de 2020 (3,1 bilhões de dúzias).
Nessa categoria, o Paraná aparece na oitava posição, com 165,8 milhões de dúzias, antecedido por São Paulo (991,8 milhões de dúzias), Espírito Santo (348,4 milhões), Minas Gerais (297,8 milhões), Ceará (219,4 milhões), Pernambuco (212,2 milhões), Rio Grande do Sul (180 milhões) e Mato Grosso (205,3 milhões de dúzias).
INCUBAÇÃO
Já quando se analisam os dados de ovos somente para incubação, o País produziu, de janeiro a dezembro de 2021, 756,9 milhões de dúzias, 1,4% a menos que em igual período de 2020 (767,784 milhões de dúzias).
O campeão nessa categoria é o Paraná, com 192,3 milhões de dúzias (25,4% do total nacional), seguido por Goiás (112,1 milhões de dúzias), São Paulo (109,9 milhões de dúzias), Santa Catarina (99,2 milhões de dúzias) e Rio Grande do Sul (92,6 milhões de dúzias).