O Paraná foi um dos destaques da 3ª edição do Mundial do Queijo do Brasil, com 55 queijos e produtos lácteos de 23 municípios premiados no evento realizado na capital paulista, em abril.

Ao todo, 1,9 mil produtos de 13 países foram avaliados por 300 jurados, sendo que 598 queijos e produtos lácteos receberam medalhas. O júri foi comandado por Laurent Dubois, um dos melhores artesãos da França na categoria queijo. Entre os paranaenses premiados, foram conferidas 12 medalhas super ouro, 14 ouro, 14 prata e 15 bronze.

Organizada pela associação SerTãoBras, a competição avaliou de forma anônima queijos, iogurtes, doces de leite e coalhadas, pela sua aparência exterior e interior, textura, aromas e sabores.

Além do Brasil, participaram do concurso outros 12 países – Itália, Espanha, México, Argélia, Polônia, Irlanda, Colômbia, Argentina, Inglaterra, Suíça, França e Uruguai.

LONDRINA

O Rancho Seleção, de Londrina, recebeu seis premiações na competição – três medalhas de ouro, uma de bronze, uma de prata e uma super ouro. Foi a queijaria do Paraná que mais ganhou prêmios.

As medalhas de ouro foram para o queijo pé-vermelho casca florida (maturado acima de 45 dias), para o queijo paraná (bem amanteigado) e para o doce de leite com passas ao rum.

A medalha de bronze foi para o doce de leite tradicional, a de prata para o queijo da vovó (fresco prensado) e a medalha super ouro foi para o queijo do vovô (fresco prensado condimentado).

“A qualidade da matéria-prima e a tecnologia que nos vem sendo passada por uma professora da UTFPR para produzirmos os queijos influenciaram no resultado. Além disso, sabemos fazer a manipulação e só compramos fermentos de extrema qualidade, utilizados no mundo inteiro”, justifica o queijeiro Valdeir Martins.

HISTÓRIA

Valdeir e a esposa, Márcia, produzem leite tipo A há 30 anos. A partir do registro de um aumento de produção em 2018, o casal começou a utilizar parte do leite para produzir queijos. Hoje são destinados de 300 a 400 litros por dia para a produção de queijos, com mão de obra 100% familiar.

“No caso do queijo, você tem a vantagem de não precisar vender imediatamente, vai passando o tempo e ele vai maturando e ficando um produto de melhor qualidade”, explica Valdeir.

Valdeir e a esposa, Márcia, celebram seis premiações no Mundial do Queijo
Valdeir e a esposa, Márcia, celebram seis premiações no Mundial do Queijo | Foto: Arquivo pessoal

Em 2019, o Rancho Seleção levou o queijo parmesão para o Mundial em Araxá e já ganhou medalha super ouro. Com os anos, as variedades de queijo foram ampliadas e o doce de leite começou a ser produzido.

O concurso mundial de queijos realizado no Brasil ocorre de dois em dois anos, Em 2022, o Rancho Seleção foi premiado com cinco medalhas – três de prata, uma de ouro e uma de bronze.

O Rancho Seleção vende os produtos na loja localizada na propriedade, na rodovia de acesso ao distrito de Warta, em frente ao pesque-pague Bom Peixe. Além disso, toda a variedade de produtos pode ser adquirida no Empório Montanara. O queijo frescal, por sua vez, também pode ser encontrado em algumas padarias de Londrina.

A loja atende na propriedade de segunda a sexta-feira das 14h às 18h e aos sábados das 9h às 17h. Todo sábado tem degustação dos produtos. Mais informações pelo Instagram – @queijariaranchoselecao – ou pelo telefone (43) 99991-2936.

MELHOR QUEIJEIRO

Henrique Herbert, supervisor e responsável técnico da Queijaria Flor da Terra, e Kennidy de Bortoli, pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark Educação, celebram a premiação de Melhor Queijeiro do Brasil na competição. Eles concorreram com outras cinco equipes participantes.

O concurso para eleger o melhor queijeiro avaliou os participantes em várias etapas, considerando tanto a habilidade técnica quanto a criatividade. O processo começou com uma análise do perfil profissional dos concorrentes, incluindo uma avaliação de seus currículos e dos queijos que produzem.

“A conquista do prêmio de melhor queijeiro é fruto de um conhecimento especializado em queijos finos, desenvolvido intensamente nos últimos cinco anos aqui no Biopark. Durante esse período, houve um crescimento significativo tanto profissional quanto técnico”, destaca Kennidy.

O pesquisador acrescenta que a equipe de laboratório do Biopark tem sido fundamental para manter e elevar a qualidade dos queijos produzidos. “Utilizamos uma variedade de técnicas avançadas na produção, das quais a lavagem de casca se destaca. Essa tecnologia particular não só confere ao queijo um sabor distinto e marcante, mas também uma cremosidade e aromas intensos que o diferenciam”, pontua.

Para a competição, no entanto, foram implementadas técnicas exclusivas que incluíam o uso de aromas de frutas e especiarias, contribuindo para a singularidade dos queijos.

“A apresentação visual dos queijos também é uma prioridade, pois acreditamos que a experiência do consumidor começa pelo impacto visual, que sempre buscamos tornar único e impressionante. Essa combinação de inovação, técnica e apresentação foi decisiva para nos garantir o prêmio", destaca Henrique.

Ele acrescenta que foram conquistadas ainda outras três medalhas na competição para a Queijaria Flor da Terra, que fica no Biopark, em Toledo. Os queijos que se destacaram foram o petit brie duplo creme (ouro), o camembert (ouro) e o brie (prata). “Esses prêmios são um testemunho do nosso compromisso com a excelência e a qualidade dos nossos produtos”, pontua Henrique.

A queijaria atende pelo WhatsApp – (45) 99155-2520 – ou via Instagram, pelo @queijosflordaterra.

LISTA

Conheça abaixo a lista de premiados do Paraná na 3ª edição do Mundial do Queijo:

https://www.aen.pr.gov.br/sites/default/arquivos_restritos/files/documento/2024-04/medalhas_parana_mundial_2024_-_pagina1.pdf