Paraná pode estruturar rede para liderar cadeia produtiva de hidrogênio verde
O Parque Tecnológico de Itaipu é pioneiro na produção do insumo de forma experimental; ideia é integrar setores público e privado
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domingo, 16 de janeiro de 2022
O Parque Tecnológico de Itaipu é pioneiro na produção do insumo de forma experimental; ideia é integrar setores público e privado
Reportagem local
O Paraná pode se tornar a principal cadeia produtiva de hidrogênio verde do País. O vice- governador Darci Piana recebeu na última terça-feira (11) a diretoria do PTI (Parque Tecnológico de Itaipu), pioneiro na produção do insumo de forma experimental e que está articulando a implantação de uma rede para fortalecer essa cadeia, com a participação tanto do poder público, como do setor produtivo.
Por parte do governo, Piana sugeriu a inclusão da Copel e da Fundação Araucária na articulação do projeto, que também deve contar com a participação de entidades como a Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), da Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná) e a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial). As informações são da Agencia Estadual de Notícias.
“É muito importante articular esse diálogo com os órgãos governamentais e com as entidades do setor produtivo para que a construção dessa rede seja feita de forma integrada”, afirmou o vice-governador. “O Paraná tem muito a ganhar com a criação de uma cadeia produtiva de hidrogênio, que demanda bastante tecnologia e mão de obra capacitada, além de reduzir os custos para o agronegócio”.
O diretor-superintendente do Parque Tecnológico de Itaipu, Eduardo Garrido, disse que o apoio institucional é fundamental para tornar o projeto realidade. “O PTI tem experiência na área de hidrogênio, somos muito procurados por empresas e parceiros que querem desenvolver essa área”, explicou. “Por isso, criamos uma proposta para montar uma rede de hidrogênio verde, ideia que já estamos discutindo com a Fiep e, agora, com o Governo do Estado”.
Além do potencial de produção de hidrogênio utilizando energia renovável – o que determina que o elemento seja mais sustentável, por isso ser chamado de hidrogênio verde – o mercado brasileiro tem também grande capacidade de aplicação do insumo, que pode ser utilizado em refinarias, para reduzir a emissão de carbono nos combustíveis fósseis, na agroindústria, em siderúrgicas e, principalmente, na produção de fertilizantes.
Dentro desse cenário, o Paraná tem grande potencial para liderar a cadeia produtiva, que pode levar em torno de dez anos para se consolidar. O pioneirismo da produção experimental do PTI é um dos fatores, mas o Estado também conta com uma rede forte de instituições de ciência e tecnologia, mão de obra qualificada e se destaca na produção de energia renovável.
Outra vantagem do Paraná é contar com um mercado interno promissor, com a possibilidade de se tornar autossuficiente na produção de fertilizantes caso domine a cadeia do hidrogênio verde. Atualmente, grande parte do adubo utilizado na agricultura é importado de países como Rússia, China, Canadá, Bielorrússia e Catar.
Segundo Rodrigo Régis, diretor de Negócios e Inovação do PTI, o Brasil já conta com algumas plantas para a produção de hidrogênio, mas elas são financiadas por instituições internacionais e visam a comercialização para o exterior. “O objetivo da rede é acelerar o desenvolvimento da cadeia industrial do hidrogênio, estimulando o mercado interno”, afirmou.
“Estamos diante de um mercado similar ao que tivemos com a energia eólica nos anos 2000. É o início de um mercado que está sendo desenvolvido e que precisa de incentivos e políticas que estimulem o seu desenvolvimento”, destacou. “Então se o Estado for mais rápido nesse processo vai conseguir desenvolver a cadeia industrial. Por isso precisamos construir essa estratégia para implementar no Paraná”.