Cristina Côrtes
De Londrina
‘‘Plantas medicinais e aromáticas, uma nova fonte de renda na propriedade rural’’, é o tema da palestra que será dada no dia 10 de abril, pelo agrônomo Mateus J. F. da Silva, diretor da Vitalis Herba, Indústria e Comércio de Produtos Naturais, durante a 40ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina.
A palestra é dirigida a produtores interessados em iniciar ou aperfeiçoar o plantio comercial de plantas medicinais ou aromáticas e, segundo Mateus, um dos pontos fortes do encontro será o fortalecimento de uma rede de produção envolvendo novos produtores. O agrônomo comenta que atualmente existem dois tipos de mercado para as plantas medicinais: um comum, com baixa qualidade e preços baixos, e outro mercado especializado, com alta qualidade e preços compensadores. Para este mercado de qualidade a demanda é maior do que a oferta. ‘‘Temos um problema ‘interessante’ para resolver, ou seja, um mercado altamente comprador. Nossa empresa, por exemplo, tem mais encomendas do que produção’’, explica.
CultivoSegundo Mateus, existem mais de 20 espécies de plantas medicinais que podem ser cultivadas no Paraná, com bom desenvolvimento. A escolha vai depender de um estudo especializado. A Vitalis Herba está trabalhando com plantas medicinais há dois anos. Está instalada em Apucarana, e 50% do que comercializa vêm de produtores da região. A outra metade são plantas que vêm de fora do Estado e até de outros países.
Na região do Vale do Ivaí, no Norte do Estado, dezessete já entregam sua produção para a empresa, e Mateus quer que essa rede de produção cresça. A empresa, em parceria com a Emater, dá assistência técnica e orienta o produtor. ‘‘O ideal é começar com uma área experimental, para avaliar o rendimento, porém se pode cultivar desde 1.000 metros até 20.000m quadrados , dependendo da viabilidade econômica’’, comenta o agrônomo.
A Vitalis Herba dá preferência para produtos cultivados no sistema orgânico. Por isso, tem uma área experimental de cultivo orgânico e fornece a assistência técnica necessária. Segundo Mateus, a produtividade dos cultivos de ervas medicinais gira entre 1.000 e 4.000 kg/ha. Os preços variam entre R$1,50 e R$6,00 por quilo, conforme a época do ano e a qualidade.
CustosPara o cultivo de 1 hectare é necessário contar com pelo menos duas pessoas fixas para o trabalho. Porém, em épocas de colheita, pode ser necessário contratar até 10 trabalhadores temporários.
Com relação a custos de produção, Mateus fez alguns estudos que mostram que para uma área de 1 hectare e produção de 2 mil quilos, a faixa de investimento pode variar entre R$5.000,00 e R$15.000,00. Considerando um preço médio de R$2,50/kg, a receita anual seria de R$5.000,00. Os custos na condução da lavoura estão estimados em R$4.200,00; portanto a margem de lucro seria de R$800,00/ha.
Para esta mesma área e produção, o investimento e lucro podem variar, dependendo das espécies escolhidas. ‘‘A melissa, por exemplo, é uma planta que exige tecnologia diferenciada no seu processo de secagem e isto altera os custos’’, explica Mateus. Para um investimento de R$15.000,00 e R$45. 000,00, o preço de determinadas espécies chega a R$3,50/kg, possibilitando uma receita anual de R$7.000,00 e considerando os custos médios de R$4.200,00, a margem de lucro atinge R$2.800,00