Na agricultura familiar da região de Londrina, a pimenta entra como uma forma de diversificar a produção. Os agricultores apostam em variedades que dão menos trabalho no manejo, têm alto volume produtivo e são mais conhecidas pelos consumidores. Na Ceasa, a diversidade não é tão grande, mas é possível encontrar um produto com ótima qualidade, inclusive sendo vendida para outras cidades do Estado e do País.

Caso do produtor Sérgio Proença, que trabalha numa área de 17 hectares em São Jerônimo da Serra. Na “pedra” da Ceasa, sua banca chama a atenção pelas pimentas vermelhas, graúdas, da variedade Camino Real, ou simplesmente conhecidas como “Mexicana”. “Há quatro anos resolvi plantar para agregar valor na minha produção, que também tem tomate grape, abacate, couve flor e outros produtos. A Camino Real é uma pimenta bem forte e hoje comercializo para outras cidades, como Foz do Iguaçu, São Paulo e Maringá. Os restaurantes gostam até para enfeitar os pratos.”

Vermelhas e graúdas, as pimentas Camino Real conhecidas como "Mexicana", se destacam na banca do produtor Sérgio Proença
Vermelhas e graúdas, as pimentas Camino Real conhecidas como "Mexicana", se destacam na banca do produtor Sérgio Proença | Foto: Ricardo Chicarelli

A produção atual de Proença gira hoje em torno de 10 toneladas por ano, sendo que a colheita vai, em média, de janeiro a setembro. “O trato dela vem desde o início, no plantio, mas é boa cultura porque não dá muita doença. Tem que tomar cuidado apenas com a antracnose (fungo), mas dá para controlar. Hoje consigo escoar toda a minha produção pela Ceasa.” Um valor de comercialização interessante para o produtor é de R$ 4 o quilo. Segundo ele, o custo de produção gira em torno de R$ 3 o quilo. “O mais caro no custo é a colheita, porque hoje a mão de obra está bem complicada.”

Já Jocélio Alberto Marcolino tem uma propriedade bem diversificada em Londrina, com foco no milho, mas espaço para outras culturas como quiabo, abóbora, jiló e claro, as pimentas. Marcolino optou por aquelas mais conhecidas e que dão boa produção sempre: a Dedo de Moça e Biquinho. “Nessa época, ela produz metade do volume do verão, mas em compensação vendo a bandeja num preço melhor. A Dedo de Moça sai por R$ 3 e a Biquinho, R$ 5. Os pés dão boa produção por até duas safras.”

De forma geral, o agricultor comenta que a pimenta gera poucas dificuldades de manejo. Ele também cita a antracnose, que segundo ele, com aplicação de fungicida controla de forma bem tranquila. “A maior dificuldade é na colheita da Biquinho, que é meio chata pelo tamanho da pimenta. Ela acaba sendo uma terapia para os aposentados. Lá na minha propriedade mesmo, é um senhor que fez o trabalho e cuida para mim.”

Para quem não quer plantar, mas também está na comercialização de hortifrutis, a pimenta também gera renda. Basta dar uma passada nos supermercados da cidade para ver como as bandejas de pimentas frescas estão cada vez mais comuns, e com boa variedade.

Dalton Yasuo, da marca Horti Pronto, fraciona e comercializa diversos produtos em supermercados da cidade. Ele comenta que quando o tempo está mais frio, as vendas aumentam bem. Ele chegou a trabalhar com pimentas mais fortes, como a Scorpion, mas agora se dedica as mais tradicionais. “Hoje estou trabalhando com cerca de 25 produtos e as pimentas giram em torno de 500 a mil bandejas vendidas por mês ”