Melancia é alternativa rentável
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sexta-feira, 14 de fevereiro de 1997
ArquivoRendaA produção de melancia na região sul complementa a renda familiarEm Paula Freitas, na Região Sul do Paraná, são cultivados 320 hectares (ha) de melancia, representando 27% do total plantado no Estado, e a área tem um elevado potencial para ser desenvolvido na região, face suas características de solo, clima e época de produção, em relação ao mercado nacional. Segundo Edilson Chudzinshi, agrônomo da Emater em União da Vitória a melancia é uma alternativa das mais rentáveis, em torno de 50% a 60% de rentabilidade por hectare, podendo complementar a renda familiar dentro dos sistemas e cultivo tradicionais como milho e feijão.
Na região norte-catarinense e Sul do Paraná (Paula Freitas, Paulo Frontin, São Mateus do Sul e União da Vitória) são cultivados aproximadamente 750 hectares (ha) de melancia, que movimentam cerca de R$ 2,3 milhões anualmente, significando um sensível incremento no giro de recursos nos diversos setores interligados ao ramo.
Alta tecnologiaO cultivo de melancia na região tem se destacado pelo uso de alta tecnologia, como adubação pesada, semente de boa qualidade, cronograma adequado com fungicida e inseticida, controle de doenças e fungos e adubação foliar.
Todas estas práticas exigem um custo elevado, e para isso há necessidade de obtenção de recursos através de operações de pré-custeio (serviços básicos como destoca, drenagens, calcário, etc) e para custeio propriamente dito ( aquisição de insumos, tratos culturais e colheita), que tenham a respectiva cobertura do Proagro e que estejam disponíveis nas épocas oportunas.
Na região de União da Vitória existem cerca de 60 produtores e o cultivo de melancia é feito há mais de 20 anos. A colheita deste ano, de 18 mil toneladas, foi menor do que a do ano passado, prejudicada pela chuvas.
OrganizaçãoOs produtores de melancia da região estão conscientes da necessidade de se organizarem em grupo para atingirem objetivos comuns, como a produção, comercialização segura e lucratividade na exploração. Com o assessoramento da Emater e participação de cooperativas da região, além do apoio da empresas de assistência técnica privada e agentes financeiros, os produtores criaram o Grupo Informal da Melancia (GIM), para levar adiante as propostas de interesse do grupo.
O GIM está procurando obter o aperfeiçoamento das técnicas produtivas, através do planejamento prévio das safras futuras, inclusive com a proposta de criação de uma central de negócios voltada exclusivamente para atender os seus integrantes.
Pretende-se também, com esta estruturação informal, obter dos agentes financeiros (Banco do Brasil e Banestado), a liberação de linha de crédito que possa financiar a produção em tempo hábil, para garantir desta forma o efetivo desenvolvimento dos projetos, que são de suma importância econômica para toda a região.