Duas empresas londrinenses do ramo agropecuário estão entre as mil maiores companhias em receita líquida do País. Em todo o Paraná, são 15 empresas do setor que aparecem no ranking Valor 1000. O anuário é elaborado pelo jornal Valor Econômico, em parceria com a Serasa Experian e a Fundação Getulio Vargas.

Em Londrina, a campeã do ramo agropecuário foi a Belagrícola, que registrou R$ 3,4 bilhões de receita líquida em 2018, seguida da Integrada Cooperativa Agroindustrial, com R$ 3,3 bi, segundo a pesquisa da FGV e Serasa. No topo do ranking nacional do ramo agropecuário, figura uma empresa paranaense, a Coamo Agroindustrial Cooperativa, com receita líquida de R$ 14 bilhões em 2018.

Belagrícola

Prestes a completar 35 anos em 1º de novembro, a Belagrícola está em franca expansão. A empresa abriu recentemente dois novos silos, em Arapoti (PR) e em Rebouças (PR), e ainda pretende inaugurar cinco novas lojas em 2021. “Continuamos expandindo e contratando, o campo não para”, destacou Flávio Andreo, presidente da Belagrícola.

Andreo: “Continuamos expandindo e contratando, o campo não para”
Andreo: “Continuamos expandindo e contratando, o campo não para” | Foto: Divulgação

Hoje, a empresa dispõe de 54 lojas de insumos e 40 unidades de recebimento de grãos, localizadas nos Estados do Paraná, São Paulo e Santa Catarina. Ao todo, são 1.200 colaboradores fixos, além de 500 funcionários temporários contratados nas épocas de safra.

Em 2019, a receita líquida da companhia alcançou R$ 3,9 bilhões e deverá chegar a R$ 4 bi em 2020.

“Depois de muita incerteza, 2020 começou bem desafiador e vem se provando um ano muito bom, com ganho de preço nas commodities. Foi um ano positivo com preços bons dos produtos, o agro foi um setor blindado, preservado. Para 2021, esperamos atingir um faturamento de R$ 4,5 bilhões”, projetou Andreo.

Com sede em Londrina, a Belagrícola figura entre as três maiores cerealistas do Brasil. A empresa presta assistência durante a jornada completa do produtor, desde o planejamento até a colheita de soja, milho e trigo, quando a companhia recebe os grãos e comercializa.

A capacidade de armazenagem da companhia chega a 1,2 milhão de toneladas de grãos. Por ano, a Belagrícola negocia por volta de 3 milhões de toneladas de soja, milho e trigo. Além disso, a empresa também desenvolve ações para financiar o produtor rural.

Integrada

Bem neste ano atípico por conta da pandemia, a Integrada Cooperativa Agroindustrial superou o planejamento e pretende fechar 2020 com uma receita líquida de R$ 4,5 bilhões, R$ 500 milhões a mais do que o montante projetado inicialmente, na casa dos R$ 4 bilhões.

Em plena expansão, a cooperativa que completará 25 anos em dezembro pretende abrir, até o final deste ano, mais uma loja de máquinas agrícolas em Ourinhos (SP), somando-se às outras quatro lojas localizadas no Paraná. Com o incremento dos negócios, mais contratações devem se somar aos 1.800 colaboradores.

“A demanda por alimentos continuou forte e fomos muito ajudados pelo câmbio, pelo dólar alto. Além disso, os cooperados aproveitaram o momento para vender rapidamente a produção. Mais de 40% da próxima safra de soja já está comercializada”, destacou Jorge Hashimoto, diretor-presidente da cooperativa.

Hashimoto: “A demanda por alimentos continuou forte e fomos muito ajudados pelo câmbio"
Hashimoto: “A demanda por alimentos continuou forte e fomos muito ajudados pelo câmbio" | Foto: Divulgação

A empresa está concluindo o planejamento do período entre 2021 e 2025, e a expectativa é extremamente positiva. “O mercado ainda está bastante positivo, com bons resultados. Esperamos atingir R$ 8 bilhões de receita líquida em 2025”, projetou.

A Integrada Cooperativa Agroindustrial conta hoje com mais de 10.700 produtores rurais cooperados, atuantes no Paraná e na região sudoeste do Estado de São Paulo.

A cooperativa fomenta os agricultores ao prestar assistência técnica, fornecer insumos, receber e comercializar a produção. Os carros-chefes são soja, milho, trigo, café e laranja. Só dos quatro primeiros, a comercialização atinge 2,3 milhões de toneladas ao ano.

Parte dos produtos é industrializada. Uma unidade de processamento em Uraí (PR) transforma a laranja em suco, sendo que 99% da produção é exportada, principalmente para a Europa. Em uma indústria de Andirá (PR), parte do milho é processada e transformada em produtos como fubá, amido, óleo e farelo.

Ao todo, são 65 unidades de recebimento de produção dos cooperados e 40 pontos de venda de insumos, além das lojas de máquinas agrícolas. A cooperativa ainda fabrica ração para vários tipos de animais e revende o produto em 40 pontos.

Maior cooperativa da AL, Coamo chegará a 73 municípios

Com sede em Campo Mourão (PR), a Coamo é hoje a maior cooperativa agropecuária da América Latina. No final deste ano, a receita líquida deverá alcançar ao menos R$ 18,5 bilhões, 32% mais que em 2018.

Em 2021, está previsto o início da construção de uma indústria de ração em Campo Mourão. Além disso, estão adiantados estudos de viabilidade para a inauguração de uma indústria que produzirá etanol e farelo a partir do milho.

Galinari: “Pretendemos em 2021 inaugurar dois novos entrepostos"
Galinari: “Pretendemos em 2021 inaugurar dois novos entrepostos" | Foto: Divulgação

“Pretendemos em 2021 inaugurar dois novos entrepostos. Hoje nossa estrutura está em 71 cidades e, com a expansão, deveremos passar a atender 73 municípios”, anunciou Airton Galinari, presidente executivo da Coamo, cooperativa que completará 50 anos em 28 de novembro.

A Coamo atende hoje 29.200 cooperados em 71 municípios de Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, sendo 85% pequenos e médios produtores.

A cooperativa mantém um banco próprio que presta assistência financeira, e o cooperado é acionista do banco. A assistência técnica é prestada por 320 profissionais, entre agrônomos e veterinários.

Ao todo, a Coamo emprega 8.100 funcionários diretos e mais 2 mil temporários. As 56 lojas vendem tudo o que o produtor precisa, como adubos e maquinário.

A cooperativa dispõe de 105 unidades de recebimento de grãos, sendo soja, milho e trigo os carros-chefes, com capacidade para armazenar 6 milhões de toneladas. Neste ano, a Coamo recebeu 9 milhões de toneladas de grãos. A cooperativa compra dos produtores e faz a comercialização. “O principal que oferecemos é a segurança para o produtor”, conclui Galinari.