O agronegócio paranaense é, sem dúvida, um dos protagonistas na produção de grãos a nível mundial. Mas é interessante pensar que o agricultor do Estado não se prende a uma cadeia e, se a oportunidade surge, aposta em novas atividades. Movimentação claramente exemplificada quando o assunto são os maciços florestais, que têm uma cadeia bem diversificada, e claro, com montantes diferenciados na produção de papel e celulose. Mas se de um lado os volumes são significativos, por outro percebe-se que a rentabilidade dos produtores não caminha tão bem assim. A reportagem da FOLHA desta semana aponta os caminhos que a atividade está seguindo.

"Não é preciso esperar 18 anos por uma floresta (rentável). Em menor tempo, temos um alto giro, boa receita e um fluxo de caixa para o produtor", incentiva o empresário e produtor Ricardo Bittencourt
"Não é preciso esperar 18 anos por uma floresta (rentável). Em menor tempo, temos um alto giro, boa receita e um fluxo de caixa para o produtor", incentiva o empresário e produtor Ricardo Bittencourt | Foto: Marcos Zanutto



De qualquer forma, os valores da silvicultura apresentaram pujança no Paraná. No Brasil, os números da atividade - associado à extração vegetal - somaram R$ 19,1 bilhões em 2017, registrando um crescimento (o segundo consecutivo) de 3,4% em relação a 2016. As informações são da Pevs (Pesquisa da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura) do ano passado, divulgada há poucos dias pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que investiga 37 produtos do extrativismo vegetal e sete da silvicultura de todos os municípios brasileiros.

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O Paraná registrou o maior valor de produção da silvicultura nacional (R$ 3,3 bilhões), com crescimento de 8,6% no ano, superando o valor de produção de Minas Gerais (R$ 3,2 bilhões). A produção de madeira em tora para outras finalidades ainda é responsável pela maior fatia do valor de produção da silvicultura paranaense (R$ 1,5 bilhão). Porém, o destaque no Estado foi o crescimento de 15,6% no valor de produção de madeira em tora para papel e celulose, impulsionada pela recente ampliação do parque industrial voltado para a produção desses itens. A Klabin, que pelo segundo ano seguido puxa os números, agora investe na construção de um Parque de Plantas Piloto (veja mais na página...).

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EUCALIPTO x PINUS
O Paraná possui a segunda maior área de florestas plantadas, com 1,6 milhão de hectares, segundo o IBGE, dos quais 56,4% são destinados à produção de pinus. Entretanto, a produção de eucalipto está com a demanda aquecida na região Norte do Estado, principalmente com foco nas indústrias de processamento animal e vegetal.

Mesmo assim, é o Mato Grosso do Sul que possui o maior número de municípios entre os dez com maior área de florestas plantadas do País, com foco totalmente em papel e celulose. Os municípios sul mato-grossenses de Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo apresentaram as maiores áreas de florestas plantadas do País, com 245 mil hectares e 215 mil hectares, respectivamente, seguidos pelo município de Telêmaco Borba, aqui no Estado, com 159 mil hectares.

No país, 95,8% das áreas de florestas plantadas para fins comerciais são dedicadas ao cultivo de eucalipto e pinus. As áreas de eucalipto somaram 7,4 milhões de hectares, o que representa 75,2% do total nacional.

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