Produtores de hortifrúti estão empolgados com a chegada das festas de final de ano. As cinco unidades da Ceasa Paraná (Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel e Foz do Iguaçu) esperam comercializar até 4% mais produtos hortifrutigranjeiros em dezembro deste ano, em comparação ao mesmo mês de 2023.

Em dezembro do ano passado, a Ceasa Paraná vendeu 117 mil toneladas de hortifrútis. “Nossa expectativa é de um aumento entre 3% e 4% nessa comercialização neste período de fim de ano em virtude da qualidade e dos bons preços que o mercado vem apresentando e mostrando para nós. E também pelo aumento da procura da população por uma alimentação mais saudável”, destaca Éder Eduardo Bublitz, diretor-presidente da Ceasa Paraná.

Éder Bublitz, diretor da Ceasa Paraná, destaca grande movimentação de clientes por conta das festas de fim de ano
Éder Bublitz, diretor da Ceasa Paraná, destaca grande movimentação de clientes por conta das festas de fim de ano | Foto: Divulgação/Ceasa Paraná

Durante as festas, as famílias tradicionalmente costumam consumir mais frutas, verduras e legumes. “No final do ano, o destaque principal é para as frutas. Pêssego, abacaxi, mamão, maçã, assim como as frutas importadas, têm aumento grande das vendas.”

Posto da Ceasa em Curitiba: a Central de Abastecimento do Paraná espera aumento de vendas nas cinco unidades
Posto da Ceasa em Curitiba: a Central de Abastecimento do Paraná espera aumento de vendas nas cinco unidades | Foto: Roberto Diziura Jr/ AEN

O mercado de flores também é aquecido nesta época do ano. “A população costuma comprar flores para presentear familiares, amigos, colegas de trabalho. Então ocorrem aumentos interessantes nas vendas desse setor de plantas ornamentais aqui do nosso Mercado de Flores da Ceasa de Curitiba”, exemplifica.

EXPECTATIVA EM LONDRINA

No entreposto da Ceasa em Londrina, a expectativa em dezembro deste ano é ampliar em 10% o volume financeiro vindo da venda de hortifrúti em comparação ao mesmo mês de 2023, quando foram comercializadas 18,1 mil toneladas de produtos hortifrutigranjeiros. O valor somado, em dezembro do ano passado, chegou a R$ 69,8 milhões.

Na Ceasa de Londrina, a cereja é uma fruta muito demandada no mês de dezembro, pois seu consumo é associado às festas natalinas. E a época de produção da cereja no Chile e na Argentina coincide com este período, sendo esses os principais países que exportam a fruta para o Brasil.

A romã é outra fruta que tem maior consumo nesta época do ano, relacionada a simpatias/superstições no dia de Ano Novo. A flor poinsétia (flor-do-natal, estrela-do-natal ou bico-de-papagaio) e as tuias-holandesas (tuia-limão) ganham destaque nesta época do ano, sendo muito utilizadas nas decorações natalinas.

Em dezembro, as famílias paranaenses costumam aumentar o consumo de frutas
Em dezembro, as famílias paranaenses costumam aumentar o consumo de frutas | Foto: Divulgação/Ceasa Paraná

Há também acréscimo de vendas no final de ano das frutas secas e desidratadas (uvas passas, ameixas e damasco), além das frutas cristalizadas e das castanhas. Apesar desse acréscimo, nos últimos anos o produto mais vendido em dezembro na Ceasa de Londrina tem sido a batata inglesa, sempre seguida de perto pelo tomate e pela melancia.

“Em dezembro, a expectativa é de um aumento nas vendas de pelo menos 15% em comparação com os meses anteriores. Há um pequeno aumento no número de clientes na Ceasa no final do ano”, destaca André Luiz Varago, engenheiro agrônomo da Ceasa Londrina.

Para os produtores e empresas permissionárias da Ceasa Londrina, as festas de final de ano são celebradas como uma oportunidade não só de incrementar as vendas, devido à maior demanda por hortifrútis, mas também de aumentar as carteiras de clientes, porque haverá um número maior de consumidores potenciais circulando no local.

“Para muitos produtos, a oferta é menor do que a quantidade demandada pelos clientes, ou seja, as vendas são garantidas e um preço mais atrativo.”

PREÇOS

Na Ceasa de Londrina, o engenheiro agrônomo explica que, via de regra, produtos da época, com boa oferta e produzidos na região têm o preço mais acessível. “Nesse grupo enquadram-se as folhosas, tomate, pepino, abobrinha, jiló, berinjela, quiabo, cenoura, beterraba, batata doce, chuchu, manga etc. Com exceção do tomate e da manga, a procura pelos produtos citados acima é menor nas festas de final de ano, puxando o preço delas para baixo.”

Por outro lado, produtos importados, fora de época e com baixa oferta no mercado têm o preço mais elevado.

“Como mercadorias importadas cito as cerejas, caquis, romãs, castanhas. Dentre os produtos mais comercializados nesta época do ano estão a cereja, a romã, as castanhas, as frutas secas e desidratadas (uvas passas, ameixas e damasco), as frutas cristalizadas, a flor poinsétia e as tuias holandesas.”

Por dia, cerca de 220 produtores rurais, em média, comercializam os seus produtos na Ceasa Londrina. “Nos finais de ano esse número aumenta, podendo a chegar a 250 produtores. Além de agricultores, na unidade Londrina há duas cooperativas e uma associação de produtores rurais cadastradas.”

A Ceasa de Londrina fica na avenida Brasília, 10.000, bairro Lindóia, na saída para Ibiporã. O mercado abre segunda, quarta e sexta-feira, das 2h às 10h.

Vendas acontecem no atacado e no varejo

A maior parte das mercadorias são vendidas na Ceasa Londrina em caixas agrícolas com capacidade para mais ou menos 20 quilos, mas alguns produtores e permissionários se especializaram em vender algumas mercadorias fracionadas em cumbucas ou bandejas, agregando valor ao produto.

As principais mercadorias comercializadas desta maneira são milho verde, tomate-cereja, pimentas, quiabo, jiló, feijão-vagem, abobrinha, pepino, mandioquinha salsa, gengibre, brócolis, couve-flor, morango, lichia e jabuticaba. As uvas, de acordo com o permissionário, podem ser encontradas em cumbucas de 500 gramas, por exemplo.

Alguns atacadistas comercializam frutas por peso, como o abacaxi-havaí, o melão amarelo, a manga e a melancia; e por unidade, que é o caso do abacaxi-pérola.

DOBRO

Com propriedade em Mauá da Serra, o produtor de pêssegos Marcos Konlosi comercializa 100% da sua produção na Ceasa de Londrina. A expectativa neste ano é comercializar 25 toneladas da fruta somente em dezembro, o dobro do volume vendido nos outros meses.

O produtor de pêssegos Marcos Konlosi, de Mauá da Serra, comercializa 100% da sua produção na Ceasa e espera vender 25 toneladas de pêssego em dezembro
O produtor de pêssegos Marcos Konlosi, de Mauá da Serra, comercializa 100% da sua produção na Ceasa e espera vender 25 toneladas de pêssego em dezembro | Foto: Arquivo Pessoal

“Meus principais clientes são os mercados e feirantes. Para garantir um pêssego de qualidade, adoto algumas práticas no campo, como adubação, poda e raleio. Isso ajuda a garantir que os pêssegos cresçam saudáveis e tenham um bom tamanho e sabor”, explica.

A produção é essencialmente familiar, com apenas 1 funcionário externo contratado. “Mauá da Serra é uma cidade que, graças à sua altitude e ao clima mais frio, é ideal para o cultivo do pessegueiro”, conclui.

NADA SE PERDE

O programa Banco de Alimentos – Comida Boa, da Ceasa Paraná, se tornou um exemplo de política pública ao garantir o reaproveitamento de frutas, verduras e outros produtos alimentícios que iriam para o lixo por não terem condições de ser comercializados. No entanto, esses produtos estão aptos para consumo, sendo doados por produtores e permissionários atacadistas que trabalham no mercado.

Depois de selecionados e separados, os alimentos são doados in natura ou processados, sendo encaminhados para mais de 340 entidades de assistência social cadastradas no programa no Paraná, como creches, orfanatos, casas de recuperação, abrigos e hospitais públicos.

O Banco de Alimentos – Comida Boa reaproveita cerca de 6,2 mil toneladas de alimentos por ano, atendendo a quase 1,5 milhão de pessoas no estado.

“E agora, mesmo os alimentos que já não possuem mais condições para consumo humano não são mais descartados. Por meio de uma parceria com o IAT (Instituto Água e Terra), a Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento) e criadouros conservacionistas de animais, as frutas e verduras são distribuídas a institutos que abrigam animais silvestres resgatados do tráfico ou que eram vítimas de maus-tratos”, conclui Éder Eduardo Bublitz, diretor-presidente da Ceasa Paraná.