O Paraná já se consolidou como o maior produtor de fécula de mandioca do Brasil. Em 2010 foram 404.260 toneladas, o que representou 75% do total da produção nacional. Para manter essa alta performance, o Estado possui por volta de 50 indústrias processadoras de mandioca para a retirada do amido. Para este ano, segundo informações do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), é estimado um volume de produção igual ao do ano passado.
Methodio Groxco, técnico do Deral, informa que a fécula ou polvilho doce, nome popular do produto, tem um grande mercado em potencial. Indústrias de panificação, tecidos, papel e papelão, são as que mais demandam essa matéria-prima. ''Para as indústrias não alimentícias, por exemplo, a fécula de mandioca é utilizada como cola de materiais e até mesmo para lubrificação de brocas e outras ferramentas'', explica.
Devido à importância desse mercado, Groxco salienta que o cultivo da mandioca tem se intensificado no Estado. Ivo Pierin Junior, vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (Abam), destaca que o noroeste paranaense concentra o maior número de fecularias. ''Só essa região representa por volta de 5% da produção nacional de mandioca e 45% da fécula brasileira'', sublinha.
Junior sublinha que vender mandioca ''in natura'', tanto para a indústria de fécula quanto para a de farinha, tem trazido bons lucros para o produtor do tubérculo. Contudo, ele destaca que o foco atual da indústria é a fécula, cujo volume de produção é 50% maior do que a de farinha. Por ser um mercado consolidado, já que a demanda da indústria não para, muitos produtores buscam segurança nessa atividade.
Segundo o dirigente da Abam, cada agricultor chega a receber cerca de R$ 0,45 por grama de amido retirado. Para se ter uma ideia do bom negócio, uma mandioca de boa qualidade chega conter 600 gramas de amido, o que rende ao produtor um ganho em receita de R$ 270,00. O vice-presidente da Abam salienta que a atividade está em ampla expansão, mas ainda enfrenta alguns gargalos, como a falta de disponibilidade de área para ampliar a produção.

Novas indústrias

O secretário estadual da Agricultura, Norberto Ortigara, inaugurou no final de setembro, em Nova Londrina (Noroeste), uma nova unidade da Fecularia Lopes. Com um investimento de R$ 10 milhões, a indústria planeja gerar 60 empregos diretos e 500 indiretos. A escolha da empresa pelo Município, segundo Ortigara, se deve ao alto potencial produtivo que a região possui.
A empresa, que iniciou suas atividades na região em 1994, fornece o amido de mandioca em todos os estados da federação com uma produção diária de 280 toneladas. Só no ano passado, a empresa chegou a faturar R$ 46 milhões com a atividade, o que mostrou o bom desenvolvimento do setor.

Imagem ilustrativa da imagem Fécula de mandioca movimenta economia do noroeste