Estímulos para ampliar exportação
PUBLICAÇÃO
sábado, 22 de janeiro de 2000
Cristina Côrtes
De Londrina
A meta do Ministério da Agricultura é ampliar para US$2 bilhões as exportações de frutas até o ano de 2003. Em 98 o Brasil exportou US$166 milhões e no ano passado US$ 313 milhões. O Brasil é o segundo maior exportador de frutas e várias estratégias de marketing estão sendo implementadas no Exterior, para aumentar a participação das frutas brasileiras no mercado internacional.
A informação é do assessor para Assuntos de Fruticultura do Ministério da Agricultura, Afonso Hamm. Além das frutas in natura, pretende-se apostar na comercialização de sucos concentrados e os prontos para beber. Juntamente com a Agência de Promoção para Exportação (APEX) e o Instituto Brasileiro de Frutas (IBRAF), o Ministério da Agricultura está desenvolvendo, desde 98, diversas estratégias para divulgar as frutas brasileiras. Estamos com campanhas em diversos supermercados de países como Alemanha, EUA, França e Inglaterra, promovendo a degustação de nossas frutas e mostrando receitas e possibilidades de uso, explica Afonso Hamm. As principais frutas são melão, uva, mamão, manga e este ano o Ministério quer incluir a maçã. Existe ainda um cronograma de eventos e feiras com a participação do Brasil.
SeloDentro dessas novas estratégias, foi criado um selo de identificação e garantia de qualidade da frutas brasileiras. Segundo Afonso Hamm, já a partir deste ano o Brasil poderá exportar frutas para os países do Reino Unido (Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales), que têm interesse em comprar pêssego, morango, nectarina, kiwi e uva.
Esse mercado deve abrir as portas de outros países da União Européia para a fruticultura brasileira, disse Hamm. O interesse dos ingleses nas frutas brasileiras foi manifestado pelo grupo Primafruti, que movimenta US$90 milhões por ano com a fruticultura na Europa. Dois representantes da empresa visitaram o Brasil, para conhecer as áreas de produção das cinco frutas.
ExigênciasEles explicaram aos produtores que desejam importar frutas de clima temperado durante a entressafra da fruticultura do Reino Unido. Além de experimentar as frutas, os ingleses apresentaram as exigências dos consumidores do Reino Unido. Eles querem que os produtos tenham qualidade e sanidade. Os representantes da empresa indicaram o sabor, o aroma e até o tamanho das frutas com aceitação no mercado do Reino Unido, e escolheram algumas variedades das frutas que pretendem importar.
Os representantes da Primafruti visitaram os pomares de pêssego, morango e nectarina do Rio Grande do Sul e os parreirais de uvas sem sementes em Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), no Vale do São Francisco. Eles só não conseguiram ir aos pomares de kiwi, disse Hamm. Os ingleses conheceram também outros segmentos da cadeia produtiva da fruticultura brasileira.
Principais frutasOs últimos levantamentos sobre as exportações de frutas mostram que a maçã é a fruta que mais retorno tem trazido em termos econômicos. Em 99 foram exportadas 57,4 mil toneladas rendendo US$30,1 milhões. A laranja é responsável pelo maior volume, com a exportação de 100,9 mil toneladas rendendo US$20,7 milhões. Foram exportadas ainda 72,4 mil toneladas de banana, com um retorno de US$10,9 milhões; melão, 52,4 mil toneladas e faturamento de US$22,9 milhões; manga, 43,1 mil tonleadas a US$26,0 milhões; mamão, 13,9 mil toneladas a US$12 milhões; uva, 6,9 mil toneladas faturando US$7,5 milhões; e abacaxi com 9,8 mil toneladas a US$2,7 milhões. Segundo Hamm, os sucos concentrados foram responsáveis por um faturamento de US$1,5 bilhão, com destaque para o suco de laranja.