A empresa atualmente produz em torno de 100 a 120 milhões de peixes em Rolãnida e suas outras cinco unidades instaladas no País
A empresa atualmente produz em torno de 100 a 120 milhões de peixes em Rolãnida e suas outras cinco unidades instaladas no País | Foto: Saulo Ohara/27-09-2016



A tilápia é uma realidade entre todas as cadeias do agronegócio paranaense e as projeções para o futuro desta proteína animal atraem olhares do mundo para o Estado. Há dois anos, a Aquabel - empresa produtora de alevinos em Rolândia e em mais cinco Estados do País – foi adquirida pelo grupo alemão EW (75% da empresa), que atua internacionalmente com proteína animal e está de olho no mercado da tilápia. De lá para cá, o impacto na produção de alevinos tem sido gigantesca, com transformações substanciais no melhoramento genético desses animais. O mercado da piscicultura e a evolução da indústria da tilápia são assuntos que serão debatidos no Multi Agro, domingo (13), às 8 horas, na MultiTV, canais 20 e 520 da NET.

De acordo com o Deral (Departamento de Economia Rural) do Paraná, em 2010 a produção estadual foi de 36,8 mil toneladas de pescado, sendo que 27 mil toneladas (73%) eram de tilápia. Em 2016, o valor total fechou 93,2 mil toneladas, sendo 85,7 mil toneladas (92%) de tilápia, alta total de 153,2%.

Projeções que o sócio e CEO da Aquabel, Ricardo Neukirchner, não tem dúvidas que irão evoluir e isso, claro, refletem na produção de alevinos. A empresa atualmente produz em torno de 100 a 120 milhões de peixes em suas seis unidades: Rolândia, Turvânia (GO), Paranaíba (MT), Recife (PE), Ilha Solteira (SP) e Fortaleza (CE). "Só aqui no Paraná, estamos tratando de 20% do volume total. Todo esse movimento está sendo bem interessante para as grandes indústrias do Estado, que é o maior produtor de tilápias do Brasil principalmente devido às cooperativas, com a Copacol e C.Vale, que juntas têm frigoríficos que abatem em torno de 200 toneladas de tilápia por dia."

Neukirchner explica que o grupo alemão que adquiriu 3/4 da sua empresa sabe o impacto que o peixe terá na alimentação mundial daqui para frente. "O movimento deles com a tilápia é porque seguramente (a atividade) será uma das maiores formas de produção de proteína animal junto com o frango. É a que mais cresce no mundo. 50% do peixe consumido no mundo hoje vem de cativeiro, porque o consumo per capita mundial está crescendo. Peixe para cultivar em cativeiro é a tilápia."

Para atender esse futuro promissor, o empresário explica que os alemães apostam fortemente em melhoramento genético dos alevinos. Ele explica que a holding já tem um trabalho muito sólido nesse sentido na cadeia de frango e outras proteínas. "A novidade é a busca de marcadores genéticos específicos por meio do genoma do peixe. Não um melhoramento baseado no visual, mas em cima do genoma da tilápia. Isso está sendo feito desde a entrada do grupo há dois anos. Eles usam essa tecnologia em frangos e assim teremos peixes resistentes a certas doenças, com crescimento mais elevado, maior rendimento de filé, tudo que a indústria exige."

Segundo Neukirchner, a empresa alemã deve abrir novas unidades de produção de alevinos pelo mundo nos próximos anos, utilizando esse tipo de tecnologia. "Na Aquabel, as projeções são de triplicar a produção em dois anos."

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