A crescente adoção das tecnologias no campo paranaense fez o Senar-PR formar mais de 5 mil operadores de drones no Estado nos últimos quatro anos. Ao todo, foram 5.506 participantes inscritos em 776 turmas – quase 200 turmas anuais. Trata-se do 5º curso mais procurado pelo Senar nesse período.

“É um número significativo, principalmente considerando que houve restrições em função da pandemia da Covid-19”, destaca Neder Maciel Corso, técnico do Departamento Técnico do Sistema Faep/Senar-PR.

Para propiciar melhores condições de aprendizagem, os cursos de operação de drones são limitados a um público máximo de 8 participantes por turma.

Além da operação de drones, o curso do Senar trabalha conceitos de processamento digital de imagens
Além da operação de drones, o curso do Senar trabalha conceitos de processamento digital de imagens | Foto: iStock

“O principal objetivo do curso é permitir que os participantes compreendam o potencial de utilização dos drones no meio rural e consigam, após o treinamento, operar e obter imagens aéreas com os drones, a partir de voos planejados de acordo com a legislação vigente e com as boas práticas de segurança”, resume.

O curso possui 24 horas de duração, geralmente distribuídas durante três dias de treinamento. A programação é bastante prática, com atividades operacionais previstas no primeiro dia de curso durante a tarde.

A ideia é aumentar a complexidade das atividades operacionais ao longo dos encontros, sendo prevista familiaridade com os comandos do controle remoto no primeiro dia (decolar, pousar, movimentar); realização de fotos e vídeos durante o segundo dia e os voos autônomos no terceiro dia.

“Além da operação de drones, são trabalhados conceitos de processamento digital de imagens na última tarde do curso, para que os participantes saiam entendendo quais produtos podem ser gerados a partir da utilização dos drones.”

PARTICIPANTES

O agropecuarista Fabio Couto Rosa, de Borrazópolis, concluiu o curso para operador de drone em fevereiro. A busca pela tecnologia veio com o propósito de maximizar a produção de grãos e, ao mesmo tempo, reduzir custos.

Ele destaca que os conhecimentos recém-adquiridos já serão aplicados na prática na próxima safra de milho, no inverno.

“O drone auxiliará no estabelecimento de rotas predefinidas onde o trator deverá passar, reduzindo custos e a compactação da terra. Além disso, auxiliará no controle de pragas, determinando mapas para possível pulverização localizada com drone ou mesmo com trator”, lista.

O agropecuarista acrescenta que o curso vai muito além do que a simples operação com drone. “Foi aberto um horizonte muito amplo de como podemos ganhar dinheiro nos profissionalizando como operadores de drone, tanto nas nossas próprias propriedades como trabalhando para terceiros”, conclui.

CAPACITAÇÃO EM PULVERIZAÇÃO COM DRONES

Além desse curso de catálogo, também são realizadas outras ações sobre essa temática. Em 2022, por exemplo, o Senar-PR realizou a primeira capacitação específica para a utilização de drones pulverizadores, contratando uma empresa com expertise na prestação desse tipo de serviço.

“Também atendemos solicitações diversas de palestras e seminários voltados para operação de drones, inclusive com demonstrações em dias de campo e outros eventos técnicos”, conclui o técnico Neder Maciel Corso.

APLICAÇÕES

Rafael Andrzejewski, instrutor do Sistema Faep/Senar-PR e especialista em drone e VANTs para aplicações civis e comerciais, destaca que a utilização do drone no agronegócio é uma ferramenta muito importante para a tomada de decisão do produtor rural.

“Os drones podem ser utilizados em diversas áreas – monitoramento, inspeções, identificação de pragas e doenças, mapeamento aéreo, pulverização, contagem de rebanhos, aplicação de produtos biológicos, topografia, inventário florestal, venda de imóveis rurais e recadastramento ambiental”, lista.

O especialista acrescenta que o produtor pode utilizar os drones para reduzir custos e aumentar a produtividade.

“Um exemplo disso é a aplicação da pulverização com drone em locais de difícil acesso, evitando quebra de maquinários e logística de transporte de maquinário. O equipamento pode ainda encontrar animais perdidos e identificar plantas daninhas”, lista.

CUSTO

Com relação ao custo-benefício, o especialista destaca que, se o produtor conseguir aproveitar 100% da tecnologia, provavelmente o equipamento se pagará rapidamente ao serem utilizadas as técnicas operacionais da forma correta.

“Os drones profissionais ainda são considerados de alto custo dependendo da forma que serão utilizados pelo produtor rural. Por isso a importância da capacitação e treinamento dos produtores rurais, para a utilização ser feita da forma correta.”

O especialista considera que, para produtores rurais com menor poder aquisitivo, a tecnologia se torna acessível na contratação de empresas prestadoras de serviço. “Para pequenos produtores com menor poder aquisitivo, o drone é considerado uma ferramenta de alto custo.”

SERVIÇO

Os principais parceiros do Sistema Faep/Senar-PR nos cursos são os Sindicatos Rurais patronais. Atualmente, são cerca de 180 entidades parceiras no Estado.

Além dessa parceria, o Senar conta com 10 escritórios regionais no Paraná, também com a função de receber demandas e programar cursos direcionados aos produtores e trabalhadores rurais, público-alvo.

Interessados em se inscrever no curso de operação de drones do Senar devem contatar o Sindicato Rural mais próximo ou acessar sistemafaep.org.br/proximo-a-voce/. O curso é gratuito, com direito a certificado aos concluintes aprovados.