Dezessete pesquisadores da Embrapa estão entre os mais influentes do mundo
Cientista da Embrapa Soja, de Londrina, está na lista desenvolvida pela Universidade de Stanford; foram considerados carreira, produção científica e os que se destacam entre os melhores em suas áreas
PUBLICAÇÃO
sábado, 28 de novembro de 2020
Cientista da Embrapa Soja, de Londrina, está na lista desenvolvida pela Universidade de Stanford; foram considerados carreira, produção científica e os que se destacam entre os melhores em suas áreas
Reportagem local
Dezessete pesquisadores de 12 unidades da Embrapa de norte a sul do Brasil estão entre os mais influentes do mundo, de acordo com estudo realizado pela Universidade de Stanford (Estados Unidos) e publicado no Journal Plos Biology. O estudo utilizou as citações da base de dados Scopus para avaliar o impacto dos pesquisadores ao longo de suas carreiras (de 1996 até o final de 2019) e durante todo o ano passado.
Segundo o pesquisador da Secretaria de Pesquisa e Desenvolvimento (SPD) da Embrapa, Renato Passos, a pesquisa é nova, mas, ao que tudo indica, veio para ficar. “Provavelmente é a maior e mais abrangente avaliação da produção científica individual feita até hoje”, explica. A base de dados que deu origem aos resultados contou com um total de 6.880.389 cientistas.
O banco de dados gerado pelo estudo traz informações padronizadas sobre citações - índice h (métrica amplamente utilizada em todo o mundo para quantificar a produtividade e o impacto de cientistas baseando-se nos seus artigos mais citados) e índice h ajustado de coautoria, citações de artigos em diferentes posições de autoria e um indicador composto. Os cientistas são classificados em 22 campos científicos e 176 subcampos.
O estudo inclui cientistas que estão entre os 100 mil mais influentes, de acordo com um índice composto de citação, e também os que se destacam entre os 2% com maior impacto em suas áreas de conhecimento, mas que não estão entre os 100 mil mais citados na base de dados. Esse recurso foi usado para incluir cientistas que, apesar de altamente influentes, atuam em áreas que normalmente apresentam citações menos numerosas.
Essas análises resultaram na definição de 17 pesquisadores da Embrapa, sendo que, deles, cinco estão entre os 100 mil mais citados (contanto suas carreiras como um todo), quatro figuram entre os 100 mil mais citados em 2019 (todos esses quatro estão entre os mais citados de suas áreas, na carreira), e oito estão entre os 2% mais entre citados de suas áreas em 2019. As informações são da assessoria de imprensa da Embrapa.
Soja
Entre as linhas de pesquisa em que Mariangela Hungria, da Embrapa Soja, em Londrina, atua estão os aspectos agronômicos da fixação biológica do nitrogênio, biodiversidade microbiana; microbiologia do solo; bactérias promotoras do crescimento de plantas; inoculantes microbianos; entre outros. A pesquisadora da Embrapa tem mais de 700 publicações (trabalhos, livros, capítulos de livros, publicações técnicas).Para conhecer a dimensão do seu trabalho, a pesquisadora explica que para produzir 1 tonelada de soja são necessários cerca de 80 kg de nitrogênio. Esse nutriente é o mais requerido pela cultura e pode ser obtido gratuitamente na natureza, por meio de algumas bactérias do gênero Bradyrhizobium (risóbios). De acordo com a pesquisadora, essas bactérias são capazes de capturar o nitrogênio da atmosfera e transformá-lo em fertilizante para as plantas. A fixação biológica do nitrogênio dispensa a utilização de fertilizantes nitrogenados; produtos que além de aumentar os custos de produção, podem ser prejudiciais ao ambiente.