Imagem ilustrativa da imagem DEDO DE PROSA - Natal de 2020
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Natal é sempre uma data feliz e marcante em nosso calendário. Desde sempre e para sempre. É aquele número 25 marcado em vermelho, no final do calendário, despertando nossos sentimentos mais felizes. Quando vai chegando, então, enche-nos de planos, de saudades, de ternura e vontade que chegue logo, como se estivéssemos o ano todo esperando por ele para mudar nossa vida, é claro, para melhor.

Quando o ano vai encerrando, nosso cansaço aumentando, acumulando as dores, os problemas, as tristezas pelas quais passamos, então, mergulhamos no clima que antecede o Natal. Na Igreja Católica, muito acertadamente, os fiéis se preparam espiritualmente vivendo o Advento, tempo de espera e vigilância para a vinda do Senhor. Mas, independentemente da religião ou crença, no espírito natalino transborda a esperança, a bondade, a ternura e a solidariedade, como em nenhuma outra data do ano. É muito interessante e bom de ver como um “ pobrezinho que nasceu em Belém “ comove e move as pessoas para o bem. Dá até para acreditar, mesmo aos que não creem, como diriam nossos avós, que “ é coisa de Deus”. E é, com certeza!

Acrescentando os Papais Noéis, as bolas coloridas, as árvores iluminadas, os presentes, tudo destoa, mas, ao mesmo tempo, contribui com aquela paisagem cheia de simplicidade, o presépio, que nos mostra o nascimento de Jesus.

Estamos falando de Natal em épocas normais, porém, como será o Natal deste ano de 2020? Será que terá o mesmo sentido, depois de um ano tão atípico, porque não dizer, tão difícil de viver? Desde o segundo mês do ano estamos nos escondendo, lutando e nos defendendo de um inimigo invisível, porém real, que conseguiu abalar todas as estruturas humanas e sociais do planeta. Um inimigo que ameaçou e ainda ameaça, com força e poder, aquilo que temos de mais valioso que é a vida humana, sem fazer nenhuma distinção de pessoa. Um mal que atingiu a todos e de modo mais cruel aos pobres do mundo, que não tem como se defender.

O ano passou voando, aos sobressaltos, com mínimas perspectivas e muita dor e insegurança diante do desconhecido inimigo.

E chegamos, novamente, ao Natal, tempo de esperança, muita esperança, de boa nova, de amor e solidariedade! Na mistura harmoniosa da Bíblia com a vida, que nos sirvam de alento as palavras do Profeta: “ O povo que andava nas trevas viu uma grande luz. ” (Is 9)

Esperamos e desejamos que todo o mal que sofremos não prevaleça sobre o bem; que tudo que, na dor, aprendemos, nos sirva para construir dias melhores. Que o cuidado que tomamos conosco mesmos e com nossos entes queridos, permaneça como aprendizado para a preservação desse planeta tão maltratado por seus habitantes.

Que a nossa compaixão pelos mais necessitados seja um exercício diário em nossa vida e que o verdadeiro sentido do Natal não seja só um dia, mas um modo de vida.

Vamos festejar e celebrar o Natal, sim! E nos enchermos de muita fé, alegria e esperança! Daqui a pouco viraremos a página e entraremos num novo tempo e esse será bem melhor!

Estela Maria Ferreira é leitora da FOLHA