Cultivo de trigo é alternativa para plantio no inverno
Orientação da Seab visa garantir renda ao produtor caso haja impossibilidade de semeadura do milho segunda safra
PUBLICAÇÃO
sábado, 20 de março de 2021
Orientação da Seab visa garantir renda ao produtor caso haja impossibilidade de semeadura do milho segunda safra
Reportagem local
A Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento) e o IDR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná) – Iapar-Emater emitiram uma Nota Técnica incentivando o uso de áreas para o plantio de trigo no inverno. A orientação inclui as cultivares mais adequadas e visa garantir renda ao produtor caso haja impossibilidade de semeadura do milho segunda safra. "O atraso na colheita da soja devido a problemas climáticos como a falta de chuvas no início da época da semeadura e posteriormente períodos longos com dias nublados e excesso de chuvas, atrasaram o desenvolvimento da planta retardaram a colheita. Esse atraso está prejudicando a semeadura do milho segunda safra em todas as regiões do Paraná onde há o cultivo do milho safrinha", a nota técnica destaca as regiões Norte, Sudoeste e Oeste do Estado.

Os técnicos registram que o Brasil colhe cerca de 6,2 milhões de toneladas de trigo anualmente. A liderança é do Paraná, responsável pela 50% da produção nacional. No entanto, o consumo é de 11,8 milhões de toneladas. Em razão disso, somente no ano passado, o País importou 6,8 milhões de toneladas, “acarretando o envio de recursos financeiros escassos para o exterior, os quais deixam de ser utilizados no Brasil e na cadeia produtiva deste importante cereal de inverno.”
O Paraná cultiva cerca de 5,5 milhões de hectares com soja. No inverno, o milho segunda safra ocupa 2,28 milhões hectares dessa área, enquanto o trigo fica restrito a 1,12 milhão de hectares. “Fica evidente que a área de trigo ou de outros cereais de inverno, como a aveia e o triticale, poderia ser significativamente expandida em detrimento do pousio”, afirma a Nota Técnica.
RENTABILIDADE
Ela registra, ainda, os problemas climáticos que atrasaram o desenvolvimento da soja e sua colheita. Com isso, também a semeadura do milho safrinha no período mais propício foi afetada. “Uma opção para os agricultores que estão enfrentando o problema da semeadura do milho segunda safra, dentro do prazo estabelecido pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), é o cultivo de cereais de inverno”, sugerem os técnicos.
Nesse sentido, o trigo é a principal alternativa, encaixando perfeitamente no período de abril a outubro, dependendo da região, em sucessão à soja. Além disso, também promove a rotação de culturas e auxilia na proteção contra erosão, retém a umidade e reduz a temperatura do solo, favorecendo processos biológicos e químicos.
“Some-se a isso a possibilidade de um retorno financeiro de exceção, uma vez que desde 2007 a cultura do trigo não apresentava uma rentabilidade tão alta”, acrescenta o documento. De acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, em novembro de 2020, a rentabilidade chegou a 49%. (Com informações da AEN)

