Cascavel- Dificuldades existem em todas as atividades; no campo não é diferente. Para produzir alimentos os agricultores precisam levantar cedo e dar duro em cima do trator ou da colheitadeira.
Apesar dos percalços, Eron Ferlin, de Santa Tereza do Oeste (19 Km ao sul de Cascavel), acha que não se pode reclamar da situação da agricultura no País. Ferlin recorda que com menos de 9 anos já trabalhava nas lavouras de soja. Eram tempos difíceis, pois como não existia colheitadeira, os grãos eram retirados com as mãos e jogados na trilhadeira. ''Fazia porque era obrigado. A mão ficava toda machucada'', frisa.
Ele entende que ''se não dá para ganhar tanto como no comércio, pelo menos é possível oferecer uma vida confortável à família''.
Sua única reclamação são as taxas de juros. Paga uma taxa de 8,75%, ao ano pelo trator ''Para nós que temos renda anual é quase impossível pagar isso. O ideal seria no máximo 3%'', completa.
Atualmente, em pouco mais de 200 alqueires, Ferlin planta vários produtos, além de explorar leite e aves. Ele afirma estar bastante satisfeito com o desenvolvimento da tecnologia voltada para o campo. Porém, entende que as colheitadeiras de feijão deveriam ser mais avançadas, para reduzir custos. Acha que ainda é possível ganhar até 20% apenas com eficácia do equipamento.
O produtor se posiciona contrário à ocupação de terras praticada por grupos de sem-terra, mas ressalta que é favorável à distribuição de terras, desde que sejam feitas com organização e contemple aqueles que realmente querem trabalhar. Ele explica que não adianta, apenas, o governo ceder terra sem oferecer capacitação aos lavradores. ''Se não estiverem preparados, eles perdem tudo'', conclui.