Cooperativas beneficiadas com a liberação da transferência de R$ 238 milhões em créditos do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para a construção de novas usinas de energia renovável no Paraná apresentaram seus projetos.

Segundo o governo estadual, as cooperativas beneficiadas foram a Copacol, Frimesa, Primato, Integrada, Copagril, Lar e Coamo. Juntas, as usinas que serão construídas terão uma potência instalada de 37,19 Megawatts.

A Copacol informou que, entre os R$ 238 milhões liberados, foi a que recebeu a maior liberação de recursos nesse momento, totalizando R$ 135 milhões.

“Esse recurso possibilita investimentos em fontes alternativas tanto nas atividades da cooperativa, quanto nas propriedades dos nossos cooperados”, destaca Valter Pitol, diretor-presidente da Copacol.

Os 19 projetos em operação já geraram 200 mil kWh de energia limpa na Integrada Cooperativa Agroindustrial
Os 19 projetos em operação já geraram 200 mil kWh de energia limpa na Integrada Cooperativa Agroindustrial | Foto: Divulgação

Ao todo, serão construídas 264 usinas com potência de 75 kW e 1 MW, sendo que 46 serão construídas pela cooperativa e estão em fase de contratação de fornecedor – que serão do Paraná. As 218 restantes, por sua vez, são projetos dos cooperados com apoio da cooperativa, sendo que 50% já estão concluídas e produzindo, com potência instalada entre 50 kW e 75 kW.

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“Os cooperados são beneficiados com a redução de custos da energia na produção agropecuária, o que representa um ganho a mais para o produtor e com a disponibilidade de energia. Serão contemplados todos os cooperados que quiserem aderir ao incentivo que a cooperativa está dispensando e atendam os requisitos da legislação estadual (Resolução 320/2022)”, conclui.

BENEFÍCIO DIRETO PARA A INDÚSTRIA

A Frimesa obteve R$ 30 milhões para a instalação de uma usina de energia solar. “No nosso caso, será construída uma única usina com capacidade de 5 Megawatts, que será instalada junto à nova unidade frigorífica de Assis Chateuabriand”, explica Elias José Zydek, diretor-presidente executivo da Frimesa.

O projeto está concentrado na unidade frigorífica, que recebe os suínos de mais de 1 mil produtores.

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“O benefício direto será na indústria, e não nas propriedades. O benefício para a Frimesa será a redução da conta de energia elétrica, e logicamente isso vai reduzir os custos operacionais de produção de toda a planta, o que indiretamente vai beneficiar nos preços pagos aos suínos de todos os produtores”, pontua.

O projeto já está pronto e ainda não há previsão de início da construção, já que depende de trâmites burocráticos junto ao governo.

56 USINAS

Juliano Millnitz, gerente da Divisão de Industrialização da Primato, destaca que todos os projetos da cooperativa com a utilização dos recursos são referentes à energia solar. “Nossos projetos são para 56 usinas de 75 kW, que devem entrar em operação ainda neste ano”, previu.

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Com a implantação imediata das usinas, o gerente explica que o agricultor terá uma energia limpa à disposição, a um custo que cabe no bolso. “Além disso, o agricultor poderá disponibilizar o excedente”, destacou.

A seleção dos cooperados beneficiados seguirá uma série de critérios, como categoria, entrega da produção, compras na cooperativa, tempo de casa, entre outros.

“Esta liberação vem ao encontro do nosso compromisso com a sustentabilidade, em busca de energia renovável para nossas unidades e processos industriais”, destaca Adair Luiz Sulzbacher, gerente de Engenharia da Integrada Cooperativa Agroindustrial.

ENERGIA LIMPA

A Integrada contratou 25 projetos de geração solar. Atualmente, 19 projetos estão em operação gerando energia renovável, e cinco projetos estavam aguardando a vistoria da concessionaria de energia para entrar em funcionamento. “Esses 19 projetos em operação já geraram 200 mil Kwh de energia limpa, com uma geração de 5,4 milhões kWh/ano.” Todos os projetos de energia renovável foram instalados nas unidades da Integrada para gerar valor para os associados.

“Eles utilizam as unidades de recebimento na entrega da colheita, fornecem a matéria-prima para as indústrias e recebem, ao final do ciclo, os resultados em forma das sobras (lucro das cooperativas). É o recurso otimizado retornando às mãos dos cooperados”, conclui.

Os recursos liberados pelo Estado fazem parte do crédito acumulado por sete cooperativas agroindustriais e serão utilizados pelos cooperados para a instalação de 409 usinas de energia solar e de biomassa em todo o Paraná.

SUSTENTÁVEL

O governador Ratinho Júnior destaca que a liberação dos recursos é uma medida para continuar fazendo Do Paraná o Estado mais sustentável do Brasil, gerando energia renovável e limpa.

“Nós estamos liberando R$ 238 milhões para que as cooperativas possam utilizar esse crédito – que é um direito delas, mas que acabam recebendo em cinco ou dez anos – e agora possam investir em energia solar”, destacou.

Segundo José Roberto Ricken, presidente da Ocepar, o setor já havia solicitado ao governo do Estado que adotasse medidas para dar um destino útil aos recursos.

“A nossa grande missão é gerar novas oportunidades para que o nosso cooperado tenha mais renda e conquiste uma condição social melhor. Nós procuramos o governo para transformar isso em investimento. Agora está sendo feita a liberação desse crédito que é um investimento nosso. Isso será de suma importância para o desenvolvimento. Os recursos ficarão aqui e serão reinvestidos em energia limpa”, disse. (Com informações da Agência Estadual de Notícias)