O peso ideal para o abate é 40 quilos, que é quando o cordeiro está com seu melhor acabamento, sua melhor conformação de carcaça
O peso ideal para o abate é 40 quilos, que é quando o cordeiro está com seu melhor acabamento, sua melhor conformação de carcaça | Foto: Shutterstock


O consumo de carne de cordeiros no Brasil ainda é pequeno se comparado a outras culturas, como a de bovinos ou suínos. Mas esse é um mercado em ascensão. E é esse o assunto do Multi Agro desta semana. Luly Turquino conheceu um novo frigorífico próximo a Londrina, em Uraí.
Lá, há um confinamento onde são criados os cordeiros da empresa, mas também são feitas parcerias com outros criadores. O zootecnista Francisco Fernandes, responsável pelo confinamento, explica que todos os animais vão para o centro da empresa onde é feita a tipificação, a separação e a organização do que vai para o abate. Os maiores parceiros do frigorífico são outros produtores do próprio Norte Pioneiro do Estado.
Junto com os cordeiros no confinamento há outro animal que chama a atenção: uma cadela. Ela é da raça pastor maremano e tem a função de cuidar do rebanho. "Ela protege contra os predadores externos, que podem ser outros cachorros ou animais que aparecem por aqui", completa Fernandes.
"Os cordeiros vão para o centro quando estão com dois ou três meses e a engorda é feita em até quatro meses. O máximo que o animal pode ficar no confinamento é até os seis meses de idade", observa Fernandes.
O abate é terceirizado e, depois, os cortes são feitos no próprio frigorífico de Uraí. O peso ideal para o abate é 40 kg, o cordeiro vivo. "É quando o animal está com seu melhor acabamento, sua melhor conformação de carcaça. É onde conseguimos os cortes que o mercado consumidor quer", explica o zootecnista.
Apesar de o consumo da carne de cordeiro ser pequeno se comparado a outras culturas no País, acredita-se que os brasileiros produzam apenas 20% do que é consumido internamente e que o restante seja importado principalmente do Uruguai, da Argentina e da Austrália. Na última contagem feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possuía 18,4 milhões de cabeças de ovinos. O Paraná possui apenas 3% desse rebanho.
Fernandes vê de forma positiva a criação desses animais no País. Apesar de a produção ser discreta e o consumo também, "nós estamos trabalhado para que cresça. E que seja um crescimento de qualidade e padrão", completa.
Há alguns macetes para descobrir se a carne de cordeiro que está sendo consumida é de qualidade. Segundo Fernandes, os cortes são bem proporcionais, a carne tem pouca gordura e é macia.
De acordo com Fernandes, o preço da carne varia bastante de acordo com o estado e a região. "Os cortes variam desde R$ 20 até R$ 80, R$ 100 (o quilo), dependendo de qual é feito no cordeiro", explica. Por enquanto, o frigorífico só atinge o Paraná, mas a ideia é chegar no Brasil todo.
O programa vai ao ar neste domingo (15), às 8h, na Multi TV (canal 20 e 520 da NET), e tem reprises diárias.