Há 15 anos trabalhando em cooperativa, Marcelo Volpe Peluso credita ao sistema a evolução do agronegócio no Estado
Há 15 anos trabalhando em cooperativa, Marcelo Volpe Peluso credita ao sistema a evolução do agronegócio no Estado | Foto: Gina Mardones


Trabalhadores inseridos no cooperativismo não ficam para trás. O sistema atua fortemente na capacitação e treinamento dos profissionais, sem dúvida um dos pilares que fez com que as cooperativas chegassem até aqui tão fortes, com resultados expressivos e planejamento estratégico afinado para os próximos anos. Números da Ocepar apontam que entre 2008 e 2017 o número de colaboradores saltou de 51,8 mil para 92,9 mil, alta de 80%. Nesse mesmo período, por exemplo, o volume de participações e treinamentos passou de 100,2 mil para 210,8 mil, elevação de 110%. É quase uma máxima no meio cooperativista: "Só não se capacita quem não quer."

Um exemplo bacana é do gerente de planejamento e relacionamento empresarial da Integrada, Marcelo Volpe Peluso. Nascido em Atalaia, próximo a Maringá, ele conhece a força do sistema cooperativista desde criança. "Lá na cidade a Cocamar era muito forte. Tinha parentes que trabalhavam na cooperativa e por isso conheço o sistema desde moleque."

Formado em ciências contábeis, ele atuava num pequeno escritório quando há 15 anos surgiu uma vaga na cooperativa. Ele abraçou a oportunidade – não pensou duas vezes em se capacitar – e viu sua carreira decolar. "Entrei como assistente comercial e vi uma oportunidade de crescimento profissional". Nesse tempo, toda capacitação ofertada ele não deixou passar: foram dois MBAs por meio do Sistema Ocepar e viagens para o exterior, conhecendo outras culturas e formatos de cooperativismo. "Desde criança estou envolvido no ramo e me identifico muito com ele. Cheguei ao nível de gerência e dá para atingir a superintendência, se trabalhar muito e profissionalizar-se cada vez mais. Nesse sentido, a cooperativa sempre nos ajuda."

Para ele, não fosse o sistema cooperativista, o Estado estaria bem atrasado no agronegócio. "Esse formato ajudou muito a alavancar a tecnologia dentro do agro e o crescimento é em função disso. Na Integrada, ainda temos muito espaço para crescer, fidelizar nossos clientes em 100%, sem falar da expansão de área prevista dentro do nosso planejamento."

O professor do departamento de Economia Rural e Extensão e coordenador do Centro de Economia Aplicada da UFPR (Universidade Federal do Paraná), Gilson Martins, salienta a força que o cooperativismo tem em transformar pequenas cidades e regiões. "Existem casos de cooperativas de crédito, por exemplo, que chegam numa cidade que é dominada por apenas uma instituição financeira e transformam o local, até com a mudança nos juros cobrados, por exemplo." (V.L.)