Paula Freitas, município do Sul do Paraná com 6 mil habitantes, é o maior produtor de amora do Estado, com participação de 9,4% do volume produzido da fruta no ano passado.

O topo do ranking está em levantamento produzido pelo Deral (Departamento de Economia Rural), órgão ligado à Seab (Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento).

O engenheiro agrônomo Paulo Andrade, responsável pelo levantamento, aponta que a cultura da amora registrou um crescimento de 28% na área e de 100% nas colheitas no Paraná nos últimos dez anos.

“A produção estadual está concentrada na Região Metropolitana de Curitiba (38,9%), sendo o município de Prudentópolis o maior em área (7,0 há – 7,3% do espaço) e Paula Freitas o principal município produtor em volumes colhidos e em VBP [Valor Bruto da Produção], participando com 9,4% das colheitas”, aponta.

O VBP da amora em Paula Freitas alcançou R$ 640,2 mil em 2022. A fruta é cultivada em 5 hectares de terras no município, que produziram 65 toneladas de amoras no ano passado.

O cultivo de amoras é dividido entre 20 produtores no município, mas a tendência, segundo a Secretaria Municipal de Agricultura, é que a fruta atraia mais produtores nos próximos anos.

“Como é uma cultura quase orgânica, o problema maior é controlar pragas e doenças, pois não há muitos produtos registrados para serem usados nos pomares”, destaca Gildo Zaborowski, secretário municipal de Agricultura.

Sobre o sucesso da amora no município, o secretário pontua que o manejo adotado pelos produtores é o principal fator que favorece a cultura, mais do que o clima. “Os produtores estão sempre se atualizando, fazendo treinamentos, atrás de informações para aprimorar as práticas”, acrescenta.

Paula Freitas conta com uma associação de produtores de amoras, criada há 20 anos. Segundo o secretário, foi solicitado um pedido de recursos para aprimorar a estrutura da entidade – a associação conta hoje com uma câmara fria para armazenamento da fruta, e os recursos visam a aquisição de mais uma estrutura semelhante. A amora é uma fruta bastante perecível.

“A amora é uma cultura que promove a diversificação da produção e da renda nas propriedades. Como a mão de obra é 100% familiar e em média são 4 pessoas por família, a amora gera em torno de 80 empregos diretos em pequenas propriedades”, acrescenta o secretário.

Concentrada na região de Curitiba, produção de amora dobrou em dez anos no Paraná
Concentrada na região de Curitiba, produção de amora dobrou em dez anos no Paraná | Foto: Alessandra Detoni/IDR

DIVERSIFICAÇÃO

O produtor rural Celso Procailo começou a cultivar amoras há 13 anos, com o intuito de diversificar a produção da propriedade de 6 hectares e, com isso, poder aumentar a renda familiar.

Por ano, a produção de amoras vem alcançando um volume em torno de 3 toneladas, provenientes de 2 mil pés. A comercialização atende municípios da região, além da capital Curitiba e outros municípios localizados no estado vizinho, Santa Catarina.

Com relação aos desafios, Celso aponta o principal como a escassez de mão de obra para operar a colheita. “Como é uma fruta que amadurece muito rápido, precisamos de mão de obra para auxiliar, só que conseguir mão de obra está difícil. Mas é uma cultura lucrativa”, pontua.

ESTADO

No Paraná, a produção de amoras alcançou 694 toneladas em uma área de 96 hectares, totalizando um VBP de R$ 6,8 milhões no ano passado. Dentro desse total, Paula Freitas produziu 65 toneladas de amoras em 5 hectares de terras.

Além da Região Metropolitana de Curitiba, as regiões de União da Vitória e Guarapuava também possuem produções significativas, com 23,2% e 11,5% de participação no Estado em 2022, respectivamente.

A amora está presente em 54 municípios paranaenses e as três regiões acima respondem por 73,5% das safras da fruta.