O agronegócio é solidário. Essa é uma verdade constatável sempre que os atores do universo rural – famílias, produtores e empresários rurais – são convocados para auxiliar em alguma ação de interesse social. Essa virtude do agro se manifesta novamente, agora, no apoio às vítimas da tragédia climática e amplo sofrimento humano que se abate sobre o Rio Grande do Sul.

É preciso lembrar que o agronegócio brasileiro, reconhecido como um dos principais pilares da economia nacional, exerce um papel fundamental não só na produção alimentícia e na geração de renda, mas também na gestão sustentável dos recursos naturais. Com uma crescente conscientização sobre a importância de práticas agrícolas ambientalmente responsáveis, o setor vem reafirmando seu compromisso com a preservação do meio ambiente.

Nesse cenário, é imprescindível entender que as trágicas enchentes no Rio Grande do Sul destacaram a necessidade urgente - em todas as atividades econômicas no campo ou nas cidades – de priorizar a gestão sustentável das bacias hidrográficas e o uso responsável dos recursos naturais.

Não só o agronegócio, mas também a indústria e outras atividades humanas – têm o dever de adotar técnicas que podem mitigar tais desastres naturais. Métodos como o plantio direto, a rotação de culturas e a conservação de áreas de preservação permanente – ao lado de questões como a correta alocação de indústrias, empresas e atividades extrativas – são essenciais para reduzir a ocorrência de enchentes e minimizar a degradação ambiental.

Neste momento crítico, o agronegócio demonstra não apenas sua capacidade técnica e ambiental, mas também um profundo senso de responsabilidade social. Diante da devastação causada pelas enchentes, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) e os Sindicatos Rurais de Santa Catarina mobilizaram-se rapidamente para enviar ajuda às vítimas. Essas ações de solidariedade são fundamentais para o socorro e a recuperação das áreas afetadas, mostrando o compromisso do setor para com a comunidade.

Além do auxílio emergencial será necessário pensar em apoiamento pós-catástrofe. O engajamento do agronegócio reflete uma visão de longo prazo sobre sua interação com a comunidade e o ambiente. Adotar práticas sustentáveis e apoiar as comunidades em momentos de crise são atitudes que demonstram o compromisso do setor com um desenvolvimento que busca ser economicamente viável, socialmente justo e ecologicamente correto.

Investimentos contínuos em tecnologia e pesquisa são essenciais para desenvolver e implementar práticas que garantam a sustentabilidade do agronegócio, da indústria, do comércio e da prestação de serviços bem com a resiliência das comunidades rurais e urbanas. O foco na preservação ambiental transcende a mera conformidade com normas; trata-se de uma estratégia integral que beneficia a produção agrícola, conserva recursos hídricos, protege a biodiversidade e assegura a qualidade de vida das futuras gerações.

É papel de todos integrar esforços para a recuperação e prevenção de desastres naturais com a implementação de práticas econômicas responsáveis. O agronegócio cumpre seu papel como um agente de transformação social e ambiental.

José Zeferino Pedrozo, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural