Se os preços do milho na temporada passada foram praticamente para os produtores pagarem os custos. Na safra 2017/18, o cenário é um pouco mais animador, com bons patamares no Estado pelo menos desde março, quando começou as especulações que o ano seria bem menos produtivo. A expectativa agora é se eles vão se manter dessa forma.

De acordo com o Deral, no mês de agosto a saca do produto tem ultrapassado com frequência a casa dos R$ 30. Em maio, o melhor preço consolidado do ano: R$ 32. Até agora, a média de 2018 está em R$ 28,60 a saca, valor superior em 33% ao número fechado de R$ 21,46 do ano passado. No ano retrasado, só como análise comparativa, o valor fechou, na média, em R$ 33,73.

O zootecnista e coordenador da divisão de grãos da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro, relata que parte dessas sustentações de preço é justificada pelas revisões para baixo da produtividade, especialmente aqui do Paraná. "A menor oferta, agravada pela questão do frete, tem dado sustentação ao mercado (nacional). Na região de Campinas, o mercado avançou R$ 4, chegando a R$ 41 a saca."

Ribeiro também cita a estratégia dos agricultores e outros vendedores de forma geral que, analisando o mercado, estão segurando mais o produto, inclusive porque ele também está chegando mais tarde para o comércio devido ao atraso da safra. "Em outras regiões, como o Mato Grosso, também houve revisão para baixo de produtividade, mas não como aconteceu no Paraná."

Por fim, no mercado internacional, o clima também têm atrapalhado. Relatório de julho do USDA projeta uma safra americana de 361,4 milhões de toneladas, retração pequena, em torno de 3% comparado ao ano passado. "A soja norte-americana veio mais forte e a condição de clima menos favorável para o milho, mas ainda sim se trata de uma boa safra." (V.L.)