A carne do coelho tem menos gordura e colesterol e com mais proteína
A carne do coelho tem menos gordura e colesterol e com mais proteína | Foto: Gustavo Carneiro/Grupo Folha

No interior de São Paulo, na cidade de Mairinque, está localizado um dos principais abatedouros de coelho do País. O Coelho Real nasceu no ano 2000 na cidade de Salto do Pirapora, mas depois da saída de um dos sócios, o atual proprietário foi para uma propriedade própria na outra cidade paulista. Atualmente, a produção gira em torno de 5 a 6 toneladas mensais, recebendo animais de 40 a 50 cunicultores dos estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Santa Catarina.

O proprietário do Coelho Real, Marek Jan Kac, de origem polonesa, relata que há cerca de quatro anos o volume de abate era o dobro do atual, em torno de 10 a 12 toneladas. Vale dizer que o abatedouro é um dos poucos do País com o SIF. A maioria dos abates de coelhos no Brasil são clandestinos. “A crise que vivemos evidentemente pegou o pessoal que consumia coelho que passou a comprar carnes mais baratas (neste período).”

De qualquer forma, Kac acredita que o brasileiro está se conscientizando no consumo de carnes mais saudáveis, com menos gordura e colesterol e com mais proteína (veja o quadro). “O que precisamos agora é que a situação do País melhore e que essa retomada aconteça. Hoje não vendemos para o consumidor final e sim para distribuidores, além de hotéis e restaurantes que tem um volume maior. Vendemos para todo o País, mas nosso principal comprador é São Paulo.”

Pelo lado do produtor, a cadeia continua bem intensa, afinal há muitos interessados em ingressar na atividade. O dono do frigorífico relata que muitos procuram para saber como iniciar na atividade. Para controlar a produção, o Coelho Real trabalha com cotas fechadas, liberando a atividade de acordo com a demanda. “Trabalhamos com desde os pequenos cunicultores que nos repassam de 10 a 15 cabeças por mês até com grandes, com cota de 800 coelhos”, explica o diretor industrial, Carlos Ferreira Kac.

O diretor explica que um dos grandes desafios da cadeia, de fato, não está na produção – que é realizada com eficiência nos estados – mas sim fomentar o consumo da carne. “Atualmente o frigorífico funciona no máximo três vezes por semana”, complementa. Outro ponto que pode ser trabalhado pelo frigorífico é a exportação. Atualmente, os mercados que mais consomem carne de coelho são Espanha, Portugal, França e também o Canadá. “Precisamos aumentar o volume para prospectar os mercado de fora.”

Na busca por carne de coelho em Londrina, percebe-se a dificuldade de encontrar o produto. No Mercado Shangri-Lá, tradicional por suas comidas exóticas, a reportagem não achou. Na Rico Alimentos, as compras foram interrompidas há quatro anos, porque a saída era muito pequena. Na época, o quilo era comercializado a R$ 68. Um local que pode ser encontrado atualmente é no Supermercado Muffato, do Aurora Shopping.

Para quem quiser saber mais sobre a produção e como fazer parte do frigorífico, basta acessar o site www.coelhoreal.com.br . O departamento comercial pode ser contatado pelo telefone (11) 99975-2827 e o departamento industrial pelo (11) 99992-0235.

Imagem ilustrativa da imagem Abatedouro trabalha com cotas de acordo com demanda
| Foto: Folha Arte