A evolução do agronegócio pode ser medida de várias formas, mas provavelmente, é na hora da colheita que o produtor pode ver com seus próprios olhos o que a tecnologia é capaz de fazer quando o assunto é produtividade. Se no começo dos anos 2000, a produtividade em trigo, por exemplo, não passava de 80 sacos por alqueire, hoje ela pode variar entre 180 e 250 sacas por alqueire. Isso é o resultado da boa aplicação das novas tecnologias, da pesquisa que sai do papel e encontrar terreno fértil nos campos do País.

Imagem ilustrativa da imagem A produtividade que premia
| Foto: Gustavo Carneiro/29/07/2019

O produtor paranaense Juan Guilherme Schultz é uma prova dessa evolução. Segunda geração à frente da propriedade em Mauá da Serra, ele acaba de receber o prêmio de maior produtividade no trigo da Cooperativa Integrada ao atingir a marca dos 4.472 quilos por hectare (kg/ha). Na categoria trigo, os dez primeiros produtores classificados no programa atingiram a marca de 4.022 kg/ha, contra 2.177 kg/ha referente à média do Estado.

Schultz aprovou a iniciativa. “A gente ter conseguido esse resultado é a confirmação do nosso trabalho; coisa que todo produtor procura. A cooperativa vê com bons olhos o que estamos fazendo e isso acaba servindo de estímulo”, afirma. O produtor ainda diz que vem trabalhando há tempos para o aumento da produtividade, principalmente a partir do trabalho de correção do solo. “É uma busca constante! Conseguimos corrigir o PH em 6,5 e usamos alta tecnologia em insumos e defensivos. Conseguimos chegar em um patamar que estávamos sonhando”, comemora. “A agricultura mudou muito, principalmente na última década, temos a agricultura de precisão, a biotecnologia e espero que isso traga, cada vez mais, benefício ao produtor”, afirma Schultz. Para ele, a nova agricultura sai do papel e vai para o sistema. “Eu vou continuar investindo em tecnologia. Já trabalhamos com um software de administração que ajudam a gerenciar os processos e isso tudo já ajuda a melhorar resultados”, completa Schultz que foi assistido pelo técnico Eduardo Gonçalves Fernandes.

No trigo, os dez primeiros produtores classificados no programa atingiram a marca de 4.022 kg/ha, contra 2.177 kg/ha referente à média do Estado. A regional de Mauá da Serra, ficou com as três primeiras colocações na categoria trigo: com 4.462,56 kg/ha, o produtor Humberto Uemura conquistou a segunda posição. E, com 4.239,65 kg/ha, o cooperado Osmar Watanave, levou o terceiro prêmio. Os cooperados foram assistidos respectivamente pelos técnicos Toshio Sérgio Watanabe e Gustavo Vieira Martins.

Ao todo, 125 associados participaram desta edição do prêmio “Produtividade Integrada” que já lançou o desafio para a soja 2019/2020, nos mesmos moldes da cultura de inverno. Para participar, o produtor precisa ser cooperado, ter uma área mínima de 12 ha e seguir todas as recomendações técnicas. O prazo de inscrição vai até o dia 31 de dezembro. O Produtividade Integrada é um programa criado pela cooperativa para elevar os índices de produtividade dos cooperados. Para fazer parte do programa, o associado precisa ter uma área mínima de 12 hectares, seguir as recomendações e protocolos básicos da assistência técnica e adquirir os insumos da cooperativa. Para garantir o sucesso do programa, a Integrada utiliza ferramentas como a agricultura de precisão, cursos e treinamentos para produtores e técnicos, adoção de tecnologias de aplicação, entre outras ações técnicas. O primeiro colocado de cada categoria foi contemplado com uma viagem para os Estados Unidos. O segundo colocado foi premiado com uma viagem para o Nordeste e o terceiro para Foz do Iguaçu.

MILHO

O cooperado Maercio Reinert, de Mamborê, foi o grande campeão na categoria milho, com uma produtividade de 10.494,90 kg/ha. Ele também aponta a correção de solo como um fator decisivo para o resultado; um trabalho contínuo que dura, pelo menos, cinco safras. “O prêmio é um reconhecimento”, diz. Para o produtor, a receita não tem segredo. “Trabalhamos muito na base, na preparação do solo. Esse ano não foi dos melhores, mas o resultado já nos dá a certeza de que estamos fazendo um bom trabalho”, completa Reinert. Exigente, o agricultor afirma que a categoria deve, e vai, se profissionalizar cada vez mais, tirando proveito de toda a tecnologia que não para de evoluir. “Nós, agricultores, temos que nos especializar cada vez mais. Somos uma empresa e se trabalharmos errado, não vamos conseguir atingir essa profissionalização. Temos que ser perfeitos. Consertar um erro é mais difícil que fazer o certo”, sentencia.

Como uma cadeira de montagem, o produtor ainda divide a responsabilidade com todos os colaboradores. “É uma sequencia de trabalho, uma coisa atrás da outra, não deixando nada de fora. O resultado desse milho safrinha, com essa produção que nos surpreendeu até, começou com a escolha da semente, a adubação, os insumos, uma combinação das indicações do meu consultor com as do agrônomo da Integrada, tudo batendo junto”, conta. Um arranjo que funcionou perfeitamente: “A cooperativa, eu com o manejo e a natureza fazendo a parte dela, fazendo chover”, diz Reinert que vai usar o prêmio como mola para investir, cada vez mais, em tecnologia. “Não é gastar exagerado mas buscar sempre as novidades. Sempre tem pesquisa nova que será passada para nós, para o agricultor colocar em prática. Nós trabalhamos para melhorar sempre, cada vez mais perto dos tetos produtivos”, afirma. Maercio Reinert foi assistido pelo engenheiro agrônomo da regional Ubiratã, Fernando Silveira. O segundo lugar na categoria milho ficou para o cooperado Jeferson Salvetti, também de Ubiratã. O agricultor atingiu 10.118 kg/ha e foi assistido pelo técnico Emerson Damico Fernandes. Em terceiro lugar, com 9.828,96 kg/ha, o associado José Carneiro representou os cooperados da regional Bandeirantes. Ele foi assistido pelo técnico Manoel Fernando da Silva.

Neste ano, dez produtores da cooperativa ultrapassaram a marca de 9.300 quilos por hectare (kg/ha) para a cultura do milho. O volume está acima da média de produtividade do Paraná, que é de 6.003 kg/ha. “Sempre investimos em nosso corpo técnico porque queremos que os nossos cooperados tenham uma alta média de produtividade”, afirma o diretor presidente da Integrada, Jorge Hashimoto. “Temos uma agricultura eficiente e queremos levar tecnologia aos nossos cooperados com geração de renda”, observa.

Para o gerente de sementes da cooperativa, o engenheiro agrônomo Romildo Birello, o salto de produtividade alcançado pelos vencedores do programa mostra também a eficiência dos novos produtos, criados justamente para uma alta performance no campo. “Aumenta a produtividade e claro que aumenta a renda para o produtor. O concurso também estimula a área técnica, a pesquisa de cultivares, novas técnicas de manejo. Quando falamos em tecnologia para a agricultura não estamos falando só em drones, também falamos de técnicas de proteção da microbiologia e microfauna”, explica. “É através da área técnica que o produtor vai descobrir como expressar ao máximo o potencial produtivo, com a assistência adequada vai conseguir aplicar a melhor pratica agronômica e assim aumentar a sua produtividade. Por meio da assistência técnica e adoção da alta tecnologia, o sistema cooperativista tem proporcionado resultados surpreendentes no que diz respeito à produtividade”, diz.