“Você consegue fazer isso?”, esta é a tradução de um dos desafios lançados pela companhia multinacional austríaca Red Bull conhecida pelas bebidas energéticas de mesmo nome. O desafio foi lançado nas redes sociais com uma proposta aventureira: “Can You Make It?” ("Você consegue?", em livre tradução), uma pergunta simples, mas que está tentando ser respondida até mesmo por jovens do Paraná. Mas será que é algo fácil vencer esta competição?

O desafio escolheu mais 200 times de vários países dos cinco continentes para passar sete dias na Europa de graça. A parte inusitada? Estes jovens, inscritos em trio, dão a largada em uma corrida contra o tempo, de cinco pontos espalhados pelo velho continente - Amsterdã, Barcelona, Budapeste, Copenhague ou Milão. Os participantes terão sete dias para chegar a Berlim, capital da Alemanha. Até aí tudo bem! O mais desafiador é que as equipes não podem ter acesso a celulares, cartões ou dinheiro em espécie, o único recurso que estes jovens terão, por uma semana, são latinhas de energético, que poderão ser trocadas por coisas como passagens, hospedagem, entre outras possibilidades.

EQUIPE PARANAENSE

Com tantas dificuldades, é necessário ter um espírito aventureiro para participar desta competição, algo que a marca buscou nos vídeos de inscrição das equipes e encontrou em um time do Paraná. A única equipe brasileira a participar do desafio neste ano é de Curitiba e se chama "Rad Bulls". Formada por Flavio Akira Tsukamoto, 25, Mariana Klug Vieira Marins de Souza, 22, e Paulo Henrique Prizybicien de Medeiros, 25, a vontade de viver uma aventura não é algo que falte a eles.

Integrantes da equipe "Rad Bulls". Da esquerda para a direita, Flavio Akira Tsukamoto, Mariana Klug Vieira Marins de Souza e Paulo Henrique Prizybicien de Medeiros
Integrantes da equipe "Rad Bulls". Da esquerda para a direita, Flavio Akira Tsukamoto, Mariana Klug Vieira Marins de Souza e Paulo Henrique Prizybicien de Medeiros

“Acho que eu gosto de viver dias bastante intensos. Sabe quando você tem um dia muito longo e pensa ‘nossa, hoje aconteceu muita coisa mesmo’? Eu sempre gostei muito quando os meus dias passavam desta maneira, então eu sempre tento buscar cada vez mais atividades que me deixem viver cada vez mais isso”, afirma o líder da equipe, Akira Tsukamoto.

Este espírito em busca de aventuras não se limita a ele; Paulo Medeiros sempre teve muita vontade de sair por aí e pedir carona, algo que possivelmente eles vão precisar fazer. Já para Mariana Marins, é algo que não vem desde sempre, porém esta vontade de viver algo inédito veio de sua família, que também gosta deste tipo de aventuras. “Meu pai e meu irmão sempre foram pessoas que topam qualquer coisa, eles se jogam e, enquanto eu fui ficando mais velha, eu comecei a pensar que na verdade isso é bem legal”, conta ela.

Mas o espírito aventureiro não é a única coisa que eles irão precisar para este desafio. A equipe recebeu a notícia por e-mail, junto à informação de onde será a linha de partida dos três amigos nesta corrida contra o tempo. Eles vão partir de Milão, na Itália, e terão exatamente uma semana para chegar a Berlim, na Alemanha, somente com latinhas de Red Bull. Para isso eles contam com o próprio carisma, mas também com uma pesquisa prévia.

Os três amigos inicialmente descobriram sobre o desafio pelas redes sociais, algo que colocou eles nesta aventura e que talvez possa ajudá-los a vencer. A equipe já assistiu diversos vídeos e pesquisou sobre edições passadas, inclusive conversou com o time vencedor do desafio de 2018 e conseguiram algumas dicas para pensar em possíveis situações que podem enfrentar, além de ideias de como se dar bem na competição.

Toda esta pesquisa em relação ao desafio vem da vontade de vencer, mas também de uma tentativa de entender que isso é real, eles foram mesmo escolhidos entre milhares de inscritos. Os três amigos já estão com passaportes e documentação em dia para entrar no avião e viajar para o outro lado do oceano, mas o que antecede até mesmo os planos é a animação de realmente viver essa experiência, sentimento que veio desde que receberam a notícia.

Ainda que com este sentimento e várias pesquisas tendo sido feitas, o plano deles também não é planejar demais, pois sabem que nem tudo pode ser cronometrado e organizado em um desafio inusitado como esse, no qual eles não sabem exatamente que pessoas e oportunidades vão encontrar no meio do caminho. Desta forma, o plano deles também é deixar a aventura fluir, somente com os objetivos de aproveitar a experiência e ser a primeira equipe a alcançar a linha de chegada, em Berlim.

Os jovens, assim como todas as equipes escolhidas, foram selecionados para o desafio a partir da inscrição com um vídeo postado em suas redes sociais. Confira abaixo o vídeo que fez com que eles fossem elegidos para esta aventura:

A competição "Can You Make It?" começou no dia 21 de maio. E você? Conseguiria participar e ganhar um desafio desses?

DOIS MIL INSCRITOS NO BRASIL

Somente no Brasil, foram mais de dois mil jovens inscritos para o desafio, e, dentre eles, pessoas inclusive de Londrina tentaram participar da competição. As amigas Giulia Baptistella Bruno, 25, Lívia Lopes Miranda, 22, e Manoelly Ferreira Meneguetti, 22, se conheceram na UEL (Universidade Estadual de Londrina) e decidiram se inscrever.

Da esquerda para a direita, Giulia Baptistella Bruno, Lívia Lopes Miranda e Manoelly Ferreira Meneguetti
Da esquerda para a direita, Giulia Baptistella Bruno, Lívia Lopes Miranda e Manoelly Ferreira Meneguetti | Foto: Arquivo Pessoal

Apesar de não terem sido escolhidas, o time já pensava nas dificuldades que poderia enfrentar, tais como a barreira da língua, já que nenhuma delas fala inglês ou alemão, mas não viam isso como algo que poderia detê-las. “O que poderia contribuir para que ganhássemos é que a gente sabe se virar, então acredito que independente de nós falarmos inglês ou não, acredito que nós daríamos nossos pulos e faria acontecer”, diz Lívia Miranda.

Essa vontade de fazer acontecer é que suas amigas também reconhecem em si mesmas e que pode ser uma inspiração para quem pensa em se inscrever no desafio, mas em algum momento se desmotiva pelas dificuldades. “Por mais que eu não tenha fluência em uma segunda língua e tudo mais, eu sei me comunicar muito bem; eu tenho a força de vontade para conseguir fazer as coisas, tanto eu quanto as outras meninas, e também há a questão de saber vivenciar as experiências”, pondera Giulia Baptistella Bruno.

Além disso, assim como os escolhidos, elas possuem certo espírito aventureiro, essencial para um desafio como esses, algo que Manoelly Ferreira Meneguetti acredita ter. “Eu gosto de sempre estar indo em cachoeiras, fazendo trilha, acampar; para desconectar um pouco da realidade virtual que a gente vive muito no nosso dia a dia. Então, sempre que eu tenho essa oportunidade, eu estou fugindo do cotidiano para poder fazer alguma coisa diferente e, neste caso, a proposta do desafio casou certinho com isso”.

* supervisão de Patrícia Maria Alves (editora)