O casal Doug Correa e Vanessa Silva está sempre reformulando o jeito de apresentar os produtos
O casal Doug Correa e Vanessa Silva está sempre reformulando o jeito de apresentar os produtos | Foto: Arquivo Pessoal

Nada mais simples e gostoso do que pipoca. Mesmo o saboroso e popular petisco podendo ser feito em qualquer fogão doméstico, ninguém resiste a uma pipoca quentinha, preparada por um bom pipoqueiro. Mas o que faz com que alguns profissionais acabem se destacando entre tantos outros?

Filho de um tradicional pipoqueiro de Londrina, Doug Correa, 38, conta que o negócio familiar começou há várias décadas, ainda no tempo em que o Bosque abrigava um terminal de ônibus. Naquela época o carrinho era de madeira e o calor necessário para transformar os grãos amarelinhos em pipocas branquinhas vinha da brasa. Quando a noite chegava, era o lampião que trazia a luz necessária para o trabalho continuar.

Correa diz que trabalhou com seu pai durante cerca de dez anos. Quando este faleceu, o filho aceitou a incumbência de continuar com o negócio, mais ou menos 18 anos atrás. Nesse tempo muita coisa mudou. O carrinho foi substituído por um em aço inox, muito mais durável e de acordo com as exigências sanitárias. A brasa foi substituída por gás e a modernização não parou por aí.

Correa decidiu envelopar o carrinho e criar embalagens personalizadas. “Assim fica mais apresentável e mais colorido. Há uns 12 anos começamos a fazer churros. Todo mundo fazia o tradicional, com doce de leite ou chocolate, mas em um evento eu conheci o churro com o recheio colocado por fora também. Hoje fazemos quatro tipos: chocolate, doce de leite, Nutella e Leite Ninho e colocamos confeitos como granulado, amendoim, leite em pó, confete de chocolate”, descreve.

PRÊMIO

As delícias, acompanhadas de pipoca doce ou salgada, são vendidas no carrinho que fica de segunda a sexta em um ponto no centro da cidade. Mas a visão empreendedora não parou. A esposa de Correa, Vanessa Cotrin Silva, 37, que divide com ele o trabalho no carrinho, percebeu que trabalhar em eventos rendia muito mais ao casal. Começaram a participar de feiras e eventos, aumentaram o número de carrinhos de churros e de pipoca, expandiram para barracas, uma kombi, uma food bike e um stand e hoje podem atender eventos de 30 até 60 mil pessoas. O sucesso rendeu a Silva o Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, em 2015.

Nos eventos, com maior estrutura, as pipocas ganham também nova roupagem, em novos sabores como chocolate, chocolate com coco, Leite Ninho e amanteigada. “Conheci em uma feira e quando temos mais espaço conseguimos apresentar mais produtos.” E se isso não fosse suficiente para conquistar os clientes, Correa adotou o cartão fidelidade.

BRINDE

“Há quatro anos procuramos ter algo a mais para atrair clientes e percebemos que o que deu mais resultado foi o cartão, principalmente porque ele tem seis unidades apenas, ou seja, você não demora muito a retirar o brinde”, explica, se referindo ao número necessário de carimbos para ganhar pipoca ou churros. Ele diz também que se esforça para atender bem os clientes, mesmo que seja preciso reorganizar a agenda de eventos.

O empreendedor afirma que fez diversos cursos, mas que em muitos deles não aprendeu algo muito inovador. Grande parte de suas inovações surgiram da vivência do dia a dia. “Eu sou meio doido, penso e coloco em prática para ver o resultado. Teve coisas que não deram certo, mas cerca de 80% deu resultado positivo. Mesmo assim acho que temos que nos manter atualizados, estudar, conversar com as pessoas”, recomenda.