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‘Rinha da vacina’ movimenta redes sociais e desenha cenário de disputa à Presidência

Segundo especialista, atores políticos nacionais buscam cacife para concorrer ao cargo mais importante do País

ATUALIZAÇÃO
15 de dezembro de 2022

Lucas Catanho - Especial para a FOLHA
AUTOR

Por trás de cada tuíte, a não mais velada disputa à Presidência da República. A ‘rinha da vacina’, troca amistosa de mensagens entre políticos sobre a eficiência na imunização contra o coronavírus, deixa claro que já existem mais jogadores que anseiam disputar pelo cargo mais importante do País.

A análise é do sociólogo e cientista político Fábio Pacano. “Essa disputa é mais saudável do que a anterior, porque antes era vacinar ou não vacinar e agora é quem vacina primeiro. Todos eles querem se colocar a ser o primeiro a vacinar. Com isso, adquirem cacife para disputar a Presidência”, declarou.

Nesta terça-feira (15), a disputa entre as autoridades na internet ganhou um novo participante. Desta vez, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), postou que seu estado está na frente na contagem da aplicação das duas doses. 

 
 

Leite publicou: "Aí,@eduardopaes! Se @jdoriajr é pai da vacina e você diz que adotou o imunizante, é bom alertar que ela fez amizade forte com o guri do RS! A gente segue na frente nas 2 doses e, do jeito que vai, a gauchada estará imunizada pra Semana Farroupilha, 20/09", rebateu.

O tuíte foi em resposta às provocações com tom de humor entre o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), na segunda-feira (14). Doria tuitou: “Vai preparando o braço! Até 15 de setembro toda a população acima de 18 anos já terá recebido a 1ª dose da vacina”. 

Eduardo Paes respondeu: “Me aguarde, @jdoriajr. Você é o pai da vacina, mas eu já adotei a criança e já ganhei o coração do imunizante. Não me provoque. Estou preparando a resposta. Bora vacinar!”.

 
 
 

Até o prefeito de Maringá entrou na brincadeira, Ulisses Maia tuitou "todo mundo aqui na Cidade Canção vai ser vacinado o mais rápido possível".

 

POLITIZAÇÃO

O sociólogo e cientista político Fábio Pacano avalia que, pelo fato de o cacife para disputar a Presidência estar em jogo, a troca de tuítes não teria como intuito brincar com o sentimento do povo. 

“É criar uma expectativa consciente, sendo que a frustração vai ser danosa para as pretensões políticas. Mas por outro lado, se conseguirem fazer isso, se cacifam para a disputa. Então a gente percebe que continua politizada demais a questão da saúde pública, do combate à pandemia, que deveria ser algo muito mais técnico do que político. Mas que bom que a disputa política está rumando para esse lado”, considera.

Pacano acrescenta que os autores dos tuítes sabem muito bem o que está em disputa e agora é uma questão de “evitar o Lula”. “Porque com o desenho que está hoje, ‘Lulinha Paz e Amor’ volta carregado pelo povo, o que seria um desserviço pro neoliberalismo brasileiro.”

Depois da polarização Doria-Bolsonaro, agora entram outros jogadores na disputa. “Vamos lembrar que o Eduardo Leite já se colocou à disposição do PSDB para ser candidato à Presidência como uma possível terceira via, segundo ele próprio disse”, conclui.

Nessa corrida da vacina uma coisa é certa: quem ganhar ou quem perder, todos vão ganhar, conforme ilustra a hashtag de Eduardo Paes #corridaemquetodosganham

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