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Folha Mais 5m de leitura

PENSAR MAIS

ATUALIZAÇÃO
27 de janeiro de 2017


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Quando pensamos em luxo logo imaginamos mansões, carros potentes, viagens de primeira classe, acúmulos de objetos caros e muitas outras exclusividades. Evidentemente certas regalias são ótimas e facilitam nossas vidas. Outras regalias, entretanto, servem apenas para alimentar nossa vaidade e nos dar a falsa ideia de que não somos seres humanos como qualquer outro, como se fossemos especiais.
Por mais que alguém viva rodeado de luxos esse alguém ainda assim será um humano. E como tal terá que lidar com frustrações, dores e inúmeros outros conflitos que a vida sempre fornece a qualquer um. Nenhum objeto externo, por mais luxuoso que seja, tem o poder de mudar a natureza humana e os problemas dela. No entanto, o maior luxo que existe e que todos devemos almejar é viver bem. Nada é mais luxuoso e valioso do que saber viver bem.
Por viver bem me refiro a lidar com a vida de maneira eficiente, sem tantos pesos e sofrimentos desnecessários. Várias pessoas pagam um preço alto demais por determinados luxos que no fim não trazem satisfação verdadeira e se esquecem de dar valor às coisas simples da vida que são as que mais importam. Muitos relacionamentos entre cônjuges, pais e filhos, amigos ficam pobres debaixo de tantos luxos ou de tanta insistência por luxos que o mais vital, a presença franca e o ombro solidário, ficam de lado deixando todos infelizes. As pessoas ainda não compreenderam o que é riqueza de fato e trocam valores internos por objetos comprados no mercado.
Já aquele que se permite valorizar o que realmente importa e se desapegar dos objetos externos vistos como boias salvadoras pode abrir espaço para experiências de vida que enriquecem e desenvolvem o que há de melhor dentro de si. Até porque luxo de verdade não está na dimensão do ter, mas na dimensão do ser. O mundo seria bem diferente se procurássemos esse tipo de vida luxuosa.

Sylvio do Amaral Schreiner – Psicoterapeuta (Londrina)

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