Difícil encontrar quem recuse um chocolatinho, ainda mais durante a Páscoa. Nesta época, os chocolates em ovos, barras e bombons ficam em evidência nas gôndolas dos supermercados e dão água na boca. Mas o que costuma ser uma delícia para nós, humanos, pode ser extremamente prejudicial para os animais de estimação. Às vezes, oferecemos algum alimento aos pets sem saber se, para eles, também será saudável. Por isso, é importante consultar um profissional responsável antes para tirar as dúvidas e não correr riscos.

De acordo com a médica veterinária Mariana Miyazaki, os cachorros não podem comer chocolate. Isso porque o alimento possui uma substância tóxica para os animais que demora para ser metabolizada, causando prejuízos ao organismo. Ela explica que, com a intoxicação pela teobromina (mais concentrada em chocolate amargo), o cão pode apresentar alguns sinais clínicos como vômito, diarreia, sede excessiva, aumento da quantidade de urina, aumento da frequência cardíaca e respiratória, falta de coordenação motora e convulsões. Os sinais são visíveis de 6 a 12 horas após a ingestão, podendo levar ao coma ou ao óbito em até 24 horas, a depender da quantidade ingerida e se não tratado corretamente. Sendo assim, o doce preferido de muita gente deve ficar bem longe do pet. O ideal é também instruir crianças para que elas não ofereçam, expondo o motivo.

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Uma embalagem aberta e à disposição do bicho, por exemplo, pode ser perigoso. A ingestão acidental é um caso de emergência. Ao identificar um comportamento suspeito, é importante agir de forma rápida para evitar uma piora no quadro de saúde do animal. "O recomendado é levar imediatamente ao veterinário, pois em casa não há técnicas que se possa fazer. Até 2 horas após a ingestão, o veterinário poderá induzir o vômito para eliminação do chocolate do estômago. Se tiver passado esse período, o tratamento é somente de suporte: manter no soro e com sonda urinária, e usar medicações diante dos sinais clínicos, como convulsão", explica a veterinária.

A boa notícia é que o seu amigo de quatro patas não precisa passar vontade. A alegria está garantida para toda a família: os humanos com as guloseimas e os animais com os aperitivos apropriados. Produtos feitos com alfarroba, sem adição de cafeína ou teobromina, são uma alternativa segura e saudável. "Existem muitos petiscos no mercado pet disponíveis. Sempre indico fornecer ao cão produtos de recomendação animal, pois são formulados especialmente para eles, com produtos específicos e com valor nutricional adequado", diz Miyazaki.

Além do chocolate, outros alimentos, comuns na nossa culinária, podem fazer mal aos bichinhos, como o alho, a cebola, a uva e o abacate. "O alho e cebola causam um problema no sangue levando a anemia aguda, e como sinal clínico observa-se uma urina muito escura lembrando Coca-Cola. A uva pode levar a doenças renais. O abacate também contém uma substância tóxica aos animais, que pode levar desde vômitos e diarreias até consequências bem graves de comprometimento cardiorrespiratório", alerta.