Quem se lembra da famosa animação na qual um náufrago rabugento aparecia quando o computador era deixado em inatividade? Se você disse sim, além de estar denunciando a idade, neste momento pode se sentir um pouco saudoso.

A proteção de tela Johnny Castaway foi lançada em 1992 para o Windows 3.1 e mostrava o capitão solitário preso em uma ilha com um coqueiro. Se o usuário do sistema operacional deixasse o computador sem uso, Johnny pescava, nadava, fazia castelinhos de areia e enviava pedidos de socorro nunca respondidos, sempre procurando pelo navio que o resgataria. Na animação, as ações do pequeno protagonista em 16 bits não eram repetidas por quase duas horas antes de entrar em ciclo de retorno ou até que alguém o tirasse do offline; chegou a ganhar versões em 64 bits para Windows 10 e se vasculhar a internet possível ele esteja disponível para celulares. Um problema é que nessa década Johnny não chegasse a completar sequer uma de suas atividades com o uso constante e interminável dos computadores.

Imagem ilustrativa da imagem Oásis do offline - isolamento das redes é tendência entre Nativos Digitais

No entanto, a agonia de vê-lo solitário na ilha parece produzir ecos diferentes na era da internet e redes sociais? Se no passado próximo, crianças e adultos angustiados queriam chegar ao fim da animação para ver se Johnny conseguia se salvar, no presente recente a pergunta é: Será que Johnny realmente precisa de socorro ou estará feliz no seu isolamento?

A questão resume o mote que permeia conjecturas contemporâneas sobre os Nativos Digitais - termo cunhado pelo escritor norte-americano Marc Prensky que define aqueles que não conhece a existência sem tecnologias e relações virtuais. Um movimento que se desenha entre eles é na verdade uma contra tendência. Preocupados com a construção de relações pessoais mais autênticas, os Nativos Digitais estão nadando contra a maré em direção ao oásis do offline, na busca por contatos mais humanos e um uso "made in 90's" de computadores, celulares, internet e sociabilidade em redes sociais. CONTINUE LENDO A REPORTAGEM -> A vida fora do mundo digital