Não era só uma fase: Movimento Emo dos anos 2000 reconquista admiradores
Com o retorno de bandas icônicas gênero volta a brilhar nos holofotes da cena musical
PUBLICAÇÃO
sexta-feira, 08 de dezembro de 2023
Com o retorno de bandas icônicas gênero volta a brilhar nos holofotes da cena musical
Fabio Silva
A febre emo que marcou a vivência dos adolescentes na primeira metade dos anos 2000 ressurgiu nos holofotes midiáticos. Impulsionado pela busca por pertencimento e pelo culto à nostalgia, o gênero demonstrou ser mais do que uma simples fase, com diversos artistas e bandas, como Nx Zero, Cine e Restart, anunciando seu retorno ao cenário musical brasileiro. Além deles, outros ícones do gênero, como My Chemical Romance e Fall Out Boy, também voltaram à ativa recentemente, contribuindo para revigorar o panorama da música emo.
Mas afinal o que é o ‘’EMO’’
A palavra “emo” é derivada do emocore, gênero musical que nasceu no fim da década de 80 em Washington DC, nos Estados Unidos. O som de punk misturado com melodias sobre amor e solidão chamou a atenção, e por volta dos anos 2000, o emocore já surgia no Brasil com bandas como Hateen, Fresno e NX Zero.
Além da música, a moda, o comportamento e os sentimentos são relevantes dentro do cenário, já que as franjas e as roupas pretas são características predominantes dentro do estilo.
Revival EMO
Um dos primeiros sinais da volta do emo foi o álbum "Sour", de Olívia Rodrigo. Lançado no ano passado, o álbum traz a sonoridade clássica do pop-punk do início dos anos 2000. O hit ‘’good 4 u’’ traz uma semelhança nítida ao clássico do Paramore ‘’Misery business’’, e não por coincidência já que, os integrantes da banda Hayley Williams e Josh Faro foram colocados nos créditos da música. Assim, a jovem cantora conquistou a atenção dos ‘’tiktokers’’ ao redor do mundo, inspirando a redescoberta de outros sucessos do gênero.
Além de Olivia, bandas como Paramore, Bring me the horizon, Motionless in White e A Day To Remember, também se destacam como uma das relevantes dentro do movimento atualmente, ditando tendências e inovações dentro do cenário musical. No Brasil, as bandas emo na última década entraram em hiato, restando somente a Fresno e o Nx Zero, que mantiveram o cenário vivo neste período.
Confira a Playlist
Festivais e shows recentes
Em Londrina o movimento se fez presente em boa parte do ano, com diversas festas temáticas e shows relacionado ao gênero, em Março deste ano a cidade recebeu o Vibe Festival, evento que contou com diversas atrações como CPM 22, Di Ferrero e Detonautas. Outro evento relacionado ao universo emo foi o show da banda Fresno realizado em Maio no Teatro Marista e por último, mas não menos importante, tivemos o show do NX Zero em Novembro no Moringão.
Já para o ano que vem, o festival ‘’I Wanna Be Tour’’ trará as bandas mais amadas do emo e do pop punk dos anos 2000 para cinco cidades do país. Sob a liderança de Simple Plan e A Day To Remember, o festival conta com a presença de renomados artistas internacionais, entre elas All Time Low, The All-American Rejects, The Used, Asking Alexandria, Boys Like Girls, Mayday Parade e Plain White T’s. Além disso, para enriquecer ainda mais a programação, a lineup conta com a participação de ícones nacionais como NX Zero, Fresno e Pitty.
A turnê passará por São Paulo em 2 de março, seguindo para Curitiba (3), Recife (6), Rio de Janeiro (9), e Belo Horizonte, dia 10 de março.
Nostalgia
O ressurgimento do movimento emo está profundamente ligado à nostalgia, especialmente porque a geração que era ativa nessa época agora é composta por adultos com maior poder aquisitivo e liberdade de escolha. Isso explica, em parte, a rápida venda de ingressos para shows de bandas emo tradicionais. A nostalgia também impulsionou a popularidade de eventos como a festa "E eu que era emo?" em Londrina e o "Bloco Emo" no carnaval de São Paulo.
Sendo assim, para muitos, revisitar os anos 2000 é reviver um sentimento de pertencimento a uma tribo. No entanto, o emo não está restrito ao passado. As novas músicas não apenas abordam questões individuais, mas também questionam a sociedade, abordando temas como política e violência.