No dia 30 de outubro nasceu em Londrina um bebê de uma mãe com 61 anos. Com o auxílio do processo de fertilização in vitro a técnica em enfermagem Ana Maria Pontelo Moreira finalmente realizou o sonho da maternidade.
Ela já desejava ser mãe há cerca de 15 anos e até entrou para a fila de adoção, mas resolveu recorrer à medicina. Para isso foi necessária autorização do Conselho Federal de Medicina, que não permitia que mulheres acima de 50 anos fizessem a fertilização in vitro, e ela já estava com 55.
Apenas em 2015 foi autorizado e começou então uma série de procedimentos. Com o auxílio de doadores de esperma e óvulos, finalmente o exame de gravidez deu positivo. Apesar de ser considerada de alto risco, o acompanhamento com diversos profissionais e a realização de atividades físicas garantiram uma gestação tranquila e Ian nasceu no tempo correto.
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. | Foto: Gina Mardones - Grupo Folha
A exemplo de Ana Maria muitas outras mulheres estão deixando a maternidade para uma idade mais avançada por motivos pessoais, profissionais ou de estudos, estimuladas por avanços da medicina, aumento da expectativa de vida entre outros tantos fatores sociais. Outras escolhem nem ter filhos.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), dos 2,86 milhões de nascimentos registrados no Brasil em 2017, em 35,1% das mães tinham entre 30 a 39 anos de idade na ocasião do parto. Em 2016 era 33% e em 2007, 25,7%.
Imagem ilustrativa da imagem Maternidade ainda que tardia
| Foto: Folha Arte
Mesmo com a projeção de que seja tendência para mulheres acima de 30, o caso ocorrido nessa semana é uma exceção. Entre os anos de 1984 e 2002, segundo estatísticas do Registro Civil o número de mães com idade acima de 40 ou 50 anos era bem maior e teve um declínio de mais de 61%. No ano de 1984, 974 mulheres acima de 50 anos deram à luz a um filho, contra 378 no ano de 2002. Entre mulheres de 45 a 49 anos a queda foi de 57% enquanto entre mulheres dos 35 aos 39 anos aumentou de 184 mil mulheres que registraram seus filhos em 1984 para 186 mil em 2002.
Dados esses que podem dar luz aos motivos de tanto interesse dos internautas em uma notícia sobre o nascimento do Ian. Em cinco dias de compartilhamento a notícia foi lida por mais de 66 mil pessoas no portal da FOLHA, segundo dados do Google Analytics. E nas redes sociais, mais de 22 mil pessoas reagiram à publicação.
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| Foto: Folha Arte
Para a interação dos internautas com a maternidade tardia, a FOLHA acompanhou a repercussão da notícia do nascimento do filho de Ana Maria nos perfis @folhadelondrina e @portal.bonde no Facebook durante cinco dias. No período foram computados 1.302 compartilhamentos e 199 comentários.
Das mensagens, aproximadamente 42% são de felicitações, com votos de muita saúde para mãe e filho. Outros internautas também destacaram a história de superação. Alguns internautas, além das felicitações, também mostraram preocupação com a idade da mãe, o que representou 3% de quem se manifestou nas redes sociais. Apenas dois comentários (1%) manifestaram somente preocupação com a idade. E 2,5% dos comentários eram apenas recriminatórios e foi registrado apenas um comentário de ódio.
O compartilhamento de informação através da marcação de amigos também teve um alto índice, chegando a 26% dos comentários. E comentários paralelos, ou com a marcação de pessoas que também poderiam engravidar atingiu 24%.
Imagem ilustrativa da imagem Maternidade ainda que tardia
| Foto: Folha Arte