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Dia de Los Muertos resulta do sincretismo entre duas tradições

ATUALIZAÇÃO
30 de outubro de 2020

Vitor Ogawa - Grupo Folha
AUTOR

Segundo o site oficial do Governo do México, na época pré-hispânica, o culto à morte era um dos elementos básicos da cultura e o Dia de Los Muertos acabou absorvendo esse costume. “Quando alguém morria era enterrado envolto em uma esteira e seus familiares organizavam uma festa com o fim de guiá-lo em sua viagem a Mictlán. Do mesmo modo colocavam comida que lhe agradava em vida, com a crença de que poderia sentir fome. Com a chegada dos católicos espanhóis ao continente acabou ocorrendo o sincretismo religioso e das tradições.

 

A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura ) declarou a festividade como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade em 2008, por sua importância e significado por se tratar de uma expressão tradicional -contemporânea e viva ao mesmo tempo, integradora, representativa e comunitária.

Em 2017 a Pixar lançou o filme “Viva - A Vida é uma Festa”, uma animação em que o personagem central é um menino de 12 anos que quer muito ser um músico famoso. O desenho incorpora elementos da festa do Dia de Los Muertos de forma bastante respeitosa e o utiliza como plano de fundo, e ao mesmo tempo, traz um pouco da cultura mexicana para os leigos, mostrando como eles enfeitam com artesanato, bandeiras e tudo permeado por muitas cores e comidas. 

 

A comerciante Ariane Cavalcante Silva possui 31 anos e relata que gostou muito do filme e disse que a animação captou a essência da festa. Ela criou uma página no Facebook e uma comunidade que possui mais de mil pessoas chamada Mundo Mexicano.  “O Dia de Los Muertos no México é comemorado em forma de festa de maneira mais bonita que aqui. É diferente. Eles sabem que seus entes queridos estão em um lugar bom e a tradição diz que no dia das festas eles voltam para cá, e são recebidos com comidas que gostavam quando estavam neste plano. Eles montam altares no cemitério e tudo é muito festivo. Nós brasileiros sentimos mais a dor e não conseguimos lidar com isso”, destacou. 

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“Eles vendem lembrancinhas com o tema nas feiras de artesanato. Visitei várias por lá, que têm caveiras feitas de argila e de outros materiais como acrílico”, relembrou. “Me tocou bastante. Achei bonito. Aqui a gente tem a cultura de não conseguir se despedir. Ela acham que seus entes estão em um lugar melhor”, apontou. 

 

“Esse ano no México não vai ter a festividade por causa da pandemia, mas eles seguem a tradição de enfeitar os lugares”, ressaltou. “Gostaria muito de voltar ao México no Dia de Los Muertos. Eu tenho muito a aprender com isso”, apontou. “Eu não sou especialista no assunto, mas meu amor pelo México vem desde criança e a minha página é tentar aproximar os brasileiros da cultura do México”, destacou. 

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