Segundo o site oficial do Governo do México, na época pré-hispânica, o culto à morte era um dos elementos básicos da cultura e o Dia de Los Muertos acabou absorvendo esse costume. “Quando alguém morria era enterrado envolto em uma esteira e seus familiares organizavam uma festa com o fim de guiá-lo em sua viagem a Mictlán. Do mesmo modo colocavam comida que lhe agradava em vida, com a crença de que poderia sentir fome. Com a chegada dos católicos espanhóis ao continente acabou ocorrendo o sincretismo religioso e das tradições.

Imagem ilustrativa da imagem Dia de Los Muertos resulta do sincretismo entre duas tradições

A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura ) declarou a festividade como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade em 2008, por sua importância e significado por se tratar de uma expressão tradicional -contemporânea e viva ao mesmo tempo, integradora, representativa e comunitária.

Em 2017 a Pixar lançou o filme “Viva - A Vida é uma Festa”, uma animação em que o personagem central é um menino de 12 anos que quer muito ser um músico famoso. O desenho incorpora elementos da festa do Dia de Los Muertos de forma bastante respeitosa e o utiliza como plano de fundo, e ao mesmo tempo, traz um pouco da cultura mexicana para os leigos, mostrando como eles enfeitam com artesanato, bandeiras e tudo permeado por muitas cores e comidas.

Imagem ilustrativa da imagem Dia de Los Muertos resulta do sincretismo entre duas tradições

A comerciante Ariane Cavalcante Silva possui 31 anos e relata que gostou muito do filme e disse que a animação captou a essência da festa. Ela criou uma página no Facebook e uma comunidade que possui mais de mil pessoas chamada Mundo Mexicano. “O Dia de Los Muertos no México é comemorado em forma de festa de maneira mais bonita que aqui. É diferente. Eles sabem que seus entes queridos estão em um lugar bom e a tradição diz que no dia das festas eles voltam para cá, e são recebidos com comidas que gostavam quando estavam neste plano. Eles montam altares no cemitério e tudo é muito festivo. Nós brasileiros sentimos mais a dor e não conseguimos lidar com isso”, destacou.

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“Eles vendem lembrancinhas com o tema nas feiras de artesanato. Visitei várias por lá, que têm caveiras feitas de argila e de outros materiais como acrílico”, relembrou. “Me tocou bastante. Achei bonito. Aqui a gente tem a cultura de não conseguir se despedir. Ela acham que seus entes estão em um lugar melhor”, apontou.

Imagem ilustrativa da imagem Dia de Los Muertos resulta do sincretismo entre duas tradições

“Esse ano no México não vai ter a festividade por causa da pandemia, mas eles seguem a tradição de enfeitar os lugares”, ressaltou. “Gostaria muito de voltar ao México no Dia de Los Muertos. Eu tenho muito a aprender com isso”, apontou. “Eu não sou especialista no assunto, mas meu amor pelo México vem desde criança e a minha página é tentar aproximar os brasileiros da cultura do México”, destacou.

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