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Crianças gritando e adultos atentos, para quem vê de longe, pode parecer um fator de risco, mas é exatamente o contrário. Essas cenas podem ser vistas na Via Rural, uma parte da ExpoLondrina, que possui estandes com diversas temáticas, incluindo vários com mostras de insetos, o que explica os gritos, já que são um dos principais destinos para as crianças e adolescentes que visitam a exposição com a escola.
Estas visitações são uma forma de aprender fora da sala de aula, mesmo que muitas vezes o conhecimento comece na escola. A professora Fabiana Ferreira dos Reis veio com sua sala para a exposição e conta como seus alunos, do fundamental 1, tiveram uma preparação para absorver mais a experiência da Expô. “Fizemos a preparação em sala primeiro e dos conteúdos que eles iriam aprender, além de terem a oportunidade de aprender na prática o conteúdo que eles viram em sala”.
A professora da rede pública de Londrina ainda entende a visitação como uma oportunidade das crianças terem mais acesso à natureza e aspectos do campo; “ainda mais hoje em dia, que a questão do campo é tão distante da realidade da maioria, (a visitação) faz com que para eles se torne algo real”. Com essa perspectiva, a Via Rural acaba sendo um dos principais destinos da Expô que atraem a curiosidade do público mais jovem.
A Via Rural é um dos espaços da ExpoLondrina, que já esteve presente em outros anos, e que, estando vinculada à UEL (Universidade Estadual de Londrina), mescla conhecimento com a possibilidade dos visitantes estarem perto dos assuntos tratados. Alguns estandes promovem até o acesso direto às temáticas, como por exemplo, o Bicho da Seda, que explica desde o nascimento, até o desenvolvimento do casulo e a produção do fio da seda. Além de profissionais preparados para explicar o processo, este espaço dá aos visitantes a oportunidade de segurar o bicho da seda em suas próprias mãos, fator que atrai ainda mais a atenção do público.
“O maior foco aqui é o foco de crianças. Os colégios sempre vêm aqui e as crianças têm a curiosidade de ver, pegar na mão; mas pessoas adultas também têm curiosidade de ver, saber como é o ciclo completo”, afirma Gustavo Henrique Ramalho dos Santos, técnico em Ciência e Cultura, que já está há dois anos trabalhando neste estande da exposição.
Mas este não é o único inseto visado pela Via Rural. Em outro estande, é possível encontrar uma área específica sobre insetos e que permite a alguns alunos de mestrado da UEL compartilharem com o público, sobre suas áreas de pesquisa e o que aprendem em sua formação. “É muito bom, tanto para a gente aprender a adequar a nossa linguagem (acadêmica), para tornar mais acessível para o público, não ficar só aquela coisa muito científica, mas também saber explicar para as crianças, até para os adultos”, conta Isabela Toninato Tavares, aluna de mestrado do LAGEA (Laboratório de Genética e Ecologia Animal) da universidade.
Ela é uma dos estudantes responsáveis por explicar ao público sobre a importância das abelhas no ecossistema, além de mostrar a diversidade deste inseto que existe no Brasil, somando cerca de 2 mil espécies diferentes no país. No mesmo espaço também é possível encontrar o estande de borboletas e mariposas, cuja beleza tem atraído os olhares do público. “Até as crianças procuram bastante, elas gostam bastante dos bichos e elas trazem muitas dúvidas. Crianças, adultos, idosos, todas as faixas etárias estão se interessando bastante (pelo estante), comenta a estagiária de mestrado Julia Sebben, de 23 anos, outra aluna que está atendendo a todos os públicos no local.
Mas o espaço também abriga o conhecimento e exposição de vários outros tipos de insetos, como aranhas e besouros. Alguns desses animais, empalhados, são inclusive de origem internacional, e possuem características distintas das que os visitantes estão habituados a ver em seu cotidiano.
O acesso a estes insetos diferentes promove curiosidade nos visitantes, mas também anima aos pesquisadores que estão nos estandes prontos para tirar as dúvidas do público. Mateus Henrique da Silva Borges, 26 anos, também é um dos alunos de mestrado da UEL responsável por esse estande e gosta da experiência: “é muito gostoso de passar o conhecimento para os outros, é muito legal receber visita das escolas, mostrar a importância dos insetos, o porquê nós estudamos eles. É algo que eu gosto bastante de fazer”.
Ainda que mostre muito do distinto, a Via Rural também mostra e alerta sobre animais perigosos presentes no dia a dia da população londrinense. Há um estande voltado somente para tratar sobre perigos da dengue, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, além de outras preocupações, como o escorpião amarelo. A área é voltada para alertar sobre os riscos e também traz os animais para que o visitante possa vê-los em sua frente e saber as características destes, que devem ser evitados.
A Via Rural mostra não somente a fauna, como também, a flora, trazendo outros estantes como o do orquidário da UEL. Seja qual for a temática, todos os estandes desta parte da Expô tem um mesmo objetivo: trazer conhecimento de uma forma prática a todos os visitantes.