Cartas sem destinatários: Papai Noel dos Correios apadrinha cartinhas há mais de 30 anos

A proximidade com o natal transforma as ruas das cidades. Luzes brilhantes decoram os espaços e para as crianças essa época do ano é especialmente mágica. É hora de escrever uma cartinha para o Papai Noel e torcer para receber um presente muito desejado. Não é em um passe de mágica, mas, na busca por realizar esses sonhos, a campanha Papai Noel dos Correios recebe cartinhas de crianças em situação de vulnerabilidade social para adoção de pedidos.

Fernanda Figueira, 26, já apadrinhou cartinhas e decidiu participar “por ver que aquilo, que era uma ação simples para mim, seria a alegria para alguém”. Ela explica que o que a motivou ao ter contato com as cartinhas “foram os pedidos que iam além de simplesmente uma satisfação pessoal da criança. Os pedidos não eram apenas por brinquedos, mas também por alimento, roupas, material escolar...”

Fernanda conheceu a campanha em 2017, quando era estudante de jornalismo, por meio de um trabalho da faculdade que consistia em produzir uma matéria de radiojornalismo sobre o assunto. Ela conta que “Foi uma experiência muito gratificante. Nos anos seguintes meus irmãos participaram também, tentamos fazer disso uma tradição de natal”.

O Natal é a época do ano favorita de Fernanda “Cresci em meio à casa cheia no natal, todos se reunindo na casa da vó para montar a árvore e depois para a ceia... eu realmente amo esse movimento”. Apesar disso, ela compartilha que a ideia de espirito natalino não foi o que a motivou a participar do projeto “Se pensar num sentido de que as pessoas ficam mais 'boazinhas' no natal, ele não foi decisivo... Eu participaria do projeto mesmo em outras épocas do ano, mas há algo de especial no natal, sem dúvida”.

Papai Noel dos Correios

A campanha surgiu de uma iniciativa voluntária de funcionários dos correios que se sensibilizaram por receberem cartinhas de crianças para o Papai Noel destinatário e com isso resolveram começar a enviar os primeiros presentes. A iniciativa foi transformada em um programa coorporativo dos Correios há 31 anos.

Entre 1989 e 1996, a campanha era apenas interna, mas com o aumento no número de cartas, os Correios abriram a iniciativa para a participação da sociedade. Em 2019, quando comemorado o aniversário de 30 anos da campanha, mais de 600mil cartas foram adotadas.

Pandemia

Em 2020, por causa da pandemia, a campanha foi adaptada para o ambiente digital. Quem for enviar uma cartinha, deve escrevê-la à mão em um papel e depois digitalizadas ou fotografá-las para enviar ao Blog da Campanha. É preciso se certificar de que a mensagem esteja legível na versão digital. A participação é aberta para crianças de até 10 anos em situação de vulnerabilidade social, estudantes até o 5º ano do ensino fundamental da rede pública e crianças acolhidas em abrigos, creches e núcleos socioeducativos, como informa a assessoria dos Correios.

As cartas que estiverem de acordo com os critérios de participação serão disponibilizadas para adoção no blog do Papai Noel dos Correios (http://blog.correios.com.br/papainoeldoscorreios). Já quem tem interesse em apadrinhar uma cartinha fornece informação sobre sua localização e com base nisso são disponibilizadas cartinhas e sugeridos locais para entrega dos presentes.

O presente é deixado pessoalmente, seguindo protocolos de segurança, nas Unidades dos Correios que funcionam como pontos de entrega. As informações completas sobre a adoção de cartinhas estão disponíveis no Blog das Campanhas.

A carta de Pedro

Na tarde de sexta-feira (20), um papel dobrado foi encontrado em frente à FOLHA, próximo dos Correios, na região central de Londrina. Em letras redondas está escrito “Para um anjo”. Essa carta conta o desejo do pequeno Pedro de sete anos que sonha, nesse natal, ganhar os materiais escolares para seu 2º ano. Pedro mora no Jardim Nova Esperança, tem três irmãos, sua mãe está com problemas de saúde e a família passa por dificuldades. No papel deixou, esperançoso, seu endereço e telefones. “Se você puder realizar o meu sonho”. A carta do Pedro está digitalizada com a equipe da FOLHA, se você quiser adotar essa cartinha entre contato.

*Supervisão de Patrícia Maria Alves (editora)

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