Carnaval em Londrina: Você sabe como criar fantasias gastando pouco?

Purpurinas, cores e acessórios não podem faltar no Carnaval. Na época mais quente e animada do ano, é possível montar looks únicos e criativos gastando pouco, e, para isso, os brechós são uma boa opção. Neles, além de incentivar o consumo consciente, os foliões podem encontrar verdadeiros tesouros para se divertir em grande estilo.

Alguns brechós, por exemplo, montam acervos exclusivos para o Carnaval, com peças garimpadas em outras cidades e adereços inspirados nas tendências. É o caso do Ceci Brechó, no centro de Londrina (Av. Rio de Janeiro, Nº 211), comandado por Gláucia Machado Pinheiro. A dona, apaixonada por moda, viaja semanalmente em busca de novidades para os seus clientes.

Negócios como o dela colaboram para uma nova onda de popularidade de brechós, antes considerado destino de roupas velhas, que não passam por curadoria antes da venda. Entre peças novas e seminovas nas araras, das clássicas às modernas, tem roupas para todos os estilos, sendo possível, por vezes, encontrar grandes marcas por um valor mais acessível do que na loja oficial.

Todo ano, em fevereiro, Gláucia Pinheiro confecciona brincos a partir de materiais de papelaria, como o papel EVA. Os acessórios, carregados de purpurinas e personalidade, já fazem uma diferença no visual e deixam qualquer um pronto para entrar no clima da festa. "Eu sempre gostei de fazer customização de peças, sempre fiz para mim e para as minhas amigas, e aí eu tinha peças e materiais de outros carnavais na minha casa, e tive a ideia de fazer brincos aqui para o brechó. Fiz 10 brincos e vendeu todos no mesmo dia. No dia seguinte, fiz mais 10, vendeu também. No final de tudo, sei que fiz 150 brincos para o Carnaval, aqui no brechó. Como eu vi que a demanda era grande, tive o feeling de decorar, decorei tudo, fiz reels, fiz ao vivo, mostrei o que ia ter, e fui instigando as pessoas a quererem realmente se fantasiar e quererem curtir esse Carnaval", conta Gláucia, que também administra a página do brechó pelas redes sociais.

Agora, sabendo da demanda, ela pretende começar a venda com 120 brincos, com ainda mais brilho e volume. "É o que eu senti que as pessoas gostaram mesmo", diz confiante, "Estou muito ansiosa para esse Carnaval ser algo surpreendente, porque eu quero pular um Carnaval delicioso e quero que as pessoas se divirtam muito também dento das limitações que a gente ainda vive, com relação à Covid-19".

Peças autorais

Isadora Simioni e Mariana Beraldi estão desde 2018 à frente do Silkworm Brechó (Av. Santa Catarina, 142) que, além de fazer sucesso com os garimpos de segunda mão, produzem peças autorais, como pochetes, buckets, croppeds, peças em lurex e kimonos coloridos, em alta no Carnaval. "A gente está esperando que dê uma alavancada nas vendas, dezembro foi bacana por conta do fim do ano, aí a gente espera que no Carnaval dê uma melhorada também", estima Isadora.

A proprietária também conta os seus ideais por trás da loja e as vantagens de consumir deste ramo: "A moda sustentável é uma coisa que a gente defende, há 5 anos a gente está com o brechó, que além de ter uma peça de roupa que você não encontra por aí, porque são peças únicas, tem qualidade, porque a gente sabe que peças vintages são muito mais duráveis, podem ter 30 anos e elas estão perfeitas".

Para Isadora, a moda sustentável deve ser pauta em todos os dias do ano, não apenas neste período. É possível montar um look de Carnaval com roupas que sejam facilmente reusadas em outras ocasiões e, para isso, o segredo é ter peças coringas e apostar em acessórios, maquiagens e sobreposições. "Já tem muita roupa, a gente gera muita roupa e a gente não precisa de mais, sem contar a parte da poluição, porque a parte do resíduo têxtil é muito poluente", explica a empreendedora.

Para quem não resiste a uma feira, dos dias 18 a 21/02, o Silkworm Brechó estará ao lado de outros expositores na Feira Coletivou, das 11h às 22h, no Sabor & Ar, no Zerão (Av. Aminthas de Barros, 46), com muita música, comida e animação.

Moda sustentável

Ainda sobre moda sustentável, o Mana Folia sabe dominar o tema com criatividade. A professora Meire Moreno criou a marca em 2021, produzindo acessórios de Carnaval, como tiaras e ombreiras, com muito brilho, fitas, paetês e plumas. O objetivo do trabalho artesanal era, além de complementar a renda, falar sobre folia, autocuidado, economia solidária e feminismo. Isso porque o projeto colaborativo é composto por várias mulheres empreendedoras, artistas e trabalhadoras da área da cultura na cidade.

Carnaval é uma festa sem discrição ou medo de ser feliz. Ser folião é também realizar um resgate histórico e cultural e transformar a moda, muitas vezes, em posicionamento político. As mulheres e a população LGBTQIA+ utilizam este espaço para dar voz à diversidade e levantar uma bandeira de luta contra o preconceito, o machismo e o assédio sexual.

"O Mana Folia também quer chamar a atenção para o problema que enfrentamos durante o Carnaval. Os assédios, de toda ordem, principalmente o sexual. Temos uma campanha em andamento sobre o tema e usamos a hashtag #carnavalsemassedio para conscientizar a comunidade sobre a importância de combater a violência de gênero. Porque nos queremos vivas e livres!", defende Meire.

Blocos de rua: alternativa acessível

A cada ano que passa, o Carnaval de rua em Londrina ganha novas atrações e melhorias na estrutura técnica, o que chama a atenção de pessoas de todas as idades.

Após um período sabático, a expectativa para a diversão de 2023 é alta, tanto do público quanto dos organizadores. "A expectativa é a melhor possível, depois desses dois anos de pandemia, a gente está voltando a fazer a programação de Carnaval", diz Guilherme Rossini, um dos responsáveis pelo grupo Bloco Bafo Quente. Em 2020, o tradicional trio elétrico da cidade, criado em 2006, foi seguido por 50 mil pessoas.

A auxiliar de escritório, Thalysnara Carina, de 26 anos, vê os bloquinhos de rua como uma alternativa acessível no bolso para curtir o feriado. "Londrina tem uma demanda muito grande por eventos, e a maioria das festas é particular, então ter o Carnaval de rua é ótimo porque mais gente consegue aproveitar sem gastar tanto", justifica.

Neste ano, a primeira apresentação do Bloco Bafo Quente será no dia 11 de fevereiro, na praça de alimentação do Londrina Norte Shopping, às 19h45. No dia 19, domingo, terá um cortejo com vários projetos, com concentração em frente à Rádio Paiquerê, às 14h, saindo em direção ao Aterro do Lago Igapó, às 16h, onde terão shows e espetáculos à noite. Já no dia 20, segunda-feira, a alegria é garantida no Carna Oloo Barbada, na Xakara Eventos, com 27 atrações musicais, incluindo o Bloco Bafo Quente.

O show de encerramento está marcado para o dia 21, terça-feira, com as oficinas do Bloco Bafo Quente, no Zerão, em frente ao Sabor & Ar, às 17h.

Escolha o rolê, prepare o lookinho e divirta-se!

SERVIÇO

Feira Coletivou

Quando:18 a 21 de Fevereiro (Sábado a Terça-feira), das 11h às 22h.

Onde: Sabor & Ar, no Zerão (Av. Aminthas de Barros, 46).

Quanto: Gratuito.

1ª Apresentação Bloco Bafo Quente

Quando: 11 de Fevereiro (Sábado), às 19h45.

Onde: Londrina Norte Shopping (R. Américo Deolindo Garla, 224).

Quanto: Gratuito.

Bloco Bafo Quente

Quando: 19 de Fevereiro (Domingo), às 14h.

Onde: concentração em frente à Rádio Paiquerê (Av. Higienópolis, 2100), seguindo para o Aterro do Lago Igapó.

Quanto: Gratuito.

Carna Oloo Barbada com Bloco Bafo Quente

Quando: 20 de Fevereiro (Segunda-feira), às 15h.

Onde: Xakara Eventos (Est. dos Periquitos, 153 - Londrina, PR).

Quanto: Informações na página do evento.

Oficina Bloco Bafo Quente

Quando: 21 de Fevereiro (Terça-feira), às 17h.

Onde: Sabor & Ar, no Zerão (Av. Aminthas de Barros, 46).

Quanto: Gratuito.