Superado um 2020 em que o mundo parou devido à pandemia do coronavírus, 2021 começou cheio de esperança. A vacinação, iniciada em algumas regiões do mundo ainda em dezembro do ano passado, chegou ao Brasil em 17 de janeiro, quando a aplicação emergencial da Coronavac foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Para não perder o “bonde” da história, o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), defensor do imunizante e que passara os meses anteriores em guerra contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), um assumido anti-vacina e defensor de remédios sem eficácia contra a Covid-19, como hidroxicloroquina, correu para frente das câmeras em um evento organizado às pressas, em que a enfermeira Mônica Calazans recebeu a primeira dose da proteção. Oito dias depois, a vacinação dos grupos de risco começava oficialmente, apesar da demora na compra de imunizantes pelo Ministério da Saúde. E-mails não respondidos, enviados pela farmacêutica Pfizer, vieram a público durante a CPI da Covid, instalada pelo Senado Federal, e escancararam as falhas do governo federal na condução do combate à pandemia.

Imagem ilustrativa da imagem 2021 - o ano da vacina, do evergreen encalhado, do bem-te-vi, de despedidas e saudades
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Janeiro também ficou marcado pela crise do oxigênio em Manaus (AM), primeira região a sofrer a segunda e mais forte onda da pandemia no país. Nas semanas seguintes, cenas de desespero e superlotação dos sistemas de saúde foram registradas em todo o Brasil, que em outubro registrou a triste marca de 600 mil mortos. A tragédia provocou novas ondas de restrições, fechamento do comércio, suspensão de aulas e o cancelamento do Carnaval e da ExpoLondrina – esta pelo segundo ano consecutivo. Ambulâncias com pacientes chegaram a fazer fila em frente ao Hospital Universitário de Londrina, que registrou lotação de 144% nos leitos de enfermaria para Covid-19. Com o avanço da vacinação, que teve até drive-thru no Parque Ney Braga, a pandemia perdeu força e dias melhores começam a surgir no horizonte, apesar da ameaça da variante Ômicron, que assusta a Europa.

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Enquanto isso, nos Estados Unidos, Donald Trump até tentou se agarrar ao cargo, negando-se a assumir a derrota de meses antes, mas Joe Biden assumiu a Casa Branca uma semana depois de um dos momentos mais assustadores da democracia americana: a invasão do Capitólio, prédio em que funciona o poder legislativo do país. Manifestantes insuflados pelo presidente derrotado – que sequer passou a faixa ao sucessor, ato executado pelo então vice-presidente, Mike Pence – ficaram no prédio boa parte da tarde e até o começo da noite. Durante a madrugada, forças policiais conseguiram recuperar o controle do espaço, que ficou bastante depredado. Quatro manifestantes e um policial foram mortos e dezenas de pessoas foram presas – a maioria nos dias seguintes à confusão. A postura de Trump foi duramente criticada por jornalistas, autoridades e políticos republicanos e democratas.

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Na política brasileira, uma decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Edson Fachin, anulou todas as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva relacionadas à Operação Lava-Jato. Com isso, o petista voltou a ser elegível, mexendo fortemente no cenário eleitoral de 2022. Dias depois, a 2ª Turma do STF decidiu, por 3 votos a 2, que o ex-juiz Sérgio Moro agiu parcialmente ao condenar Lula no caso do triplex do Guarujá. Filiado ao Podemos e também pré-candidato a presidente, Moro deve enfrentar Lula em uma disputa que promete ser quente, em um cenário de sérios problemas na economia, com inflação em alta, gasolina batendo os R$ 8 por litro, os efeitos do recém-criado “Auxílio Brasil”, e as falas constantemente descoladas da realidade do ministro da Economia, Paulo Guedes. Enquanto os já protagonistas ocupam espaços, um pelotão considerável de, por enquanto, coadjuvantes, tenta representar a chamada “terceira via” na disputa presidencial: João Dória (PSDB), Simone Tebet (MDB), Rodrigo Pacheco (PSD), Ciro Gomes (PDT), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Felipe D’Ávila (Novo) tentam chamar a atenção do eleitor para não encalhar nas “prateleiras” eleitorais, tal qual o navio que bloqueou o Canal de Suez, em março, travando a principal ligação marítima entre a Ásia e Europa durante seis dias. Com 400 metros de comprimento e 220 mil toneladas, a embarcação operada pela empresa Evergreen ficou presa em meio a ventos fortes e uma tempestade de areia, travando a passagem e causando um congestionamento com mais de 300 outros navios. Pelo Canal de Suez passam cerca de 12% de todo o comércio global, o que causou um prejuízo de US$ 400 mi por hora. Perdas também para os usuários de Facebook, Whatsapp e Instagram, que ficaram fora do ar por cerca de seis horas, em outubro. Em nota, a empresa atribuiu uma falha dos roteadores, o que não aliviou a indignação de quem perdeu negócios e compromissos profissionais durante o “apagão”.

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Ainda na tecnologia, após mais de um ano de discussões e sucessivos adiamentos, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) realizou o leilão de frequências do 5G, na maior venda de espectro já realizada pela autarquia. Ao final, o leilão conseguiu arrecadação de R$ 46,7 bilhões e seis novos operadores de telecomunicação no Brasil. As faixas que vão oferecer o serviço no Brasil foram compradas por 11 companhias, sendo seis dessas para novos operadores de serviço móvel no país. A SpaceX, empresa do multimilionário Elon Musk, fez a primeira viagem espacial da história somente com civis. A nave não tinha piloto e foi controlada remotamente da Terra. Fizeram parte da missão o bilionário Jared Isaacman, o veterano da Força Aérea dos EUA, Chris Semborski, a geologista Sian Proctor, e a médica Hayley Arceneaux, que sobreviveu a um câncer ósseo descoberto na infância. Com custo de cerca de RS$ 290 milhões, a missão batizada de “Inspiration Four” teve como objetivo justamente arrecadar doações para o St. Jude Children's Research Hospital, onde Arceneaux fez o tratamento de saúde e onde hoje trabalha.

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Uma semana depois foi a vez de Jeff Bezos, fundador da Amazon, aventurar-se em um voo também do tipo suborbital, a bordo de uma cápsula desenvolvida pela sua empresa de astroturismo, a Blue Origin. Enquanto o grupo da SpaceX voou a bordo do WhiteKnightTwo, um avião não convencional, que foi batizado de VSS Unity e desenvolvido pela Virgin Galactic, Bezos chegou ao espaço a bordo de uma cápsula impulsionada por um foguete, a New Shepard, desenvolvida pela Blue Origin. Acompanharam o empresário seu irmão, Mark Bezos, a piloto Wally Funk, de 82 anos, que se tornou a pessoa mais velha a ir ao espaço, e o holandês Oliver Daemen, de 18 anos, o mais jovem a ir ao espaço e a primeira pessoa que pagou por isso. Ele substituiu um anônimo que investiu US$ 28 milhões no passeio, mas adiou a participação para um próximo voo da empresa.

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A volta ao poder dos talibãs, no Afeganistão, causou cenas de desespero no aeroporto de Cabul, em meio à tentativa de fuga em massa, depois que o grupo fundamentalista entrou na capital e tomou o controle do país. Pessoas se agarravam aos aviões, em uma ação desesperada de deixar o local, enquanto Estados Unidos e outros países tentavam evacuar seus funcionários das embaixadas. Um vídeo que mostra o que seria uma pessoa caindo de uma aeronave após a decolagem correu o mundo e causou perplexidade. Entidades de defesa das mulheres também protestaram, preocupadas com o futuro das afegãs sob o controle talibã. Ainda na política internacional, Olaf Scholz assumiu como Chanceler da Alemanha, após Angela Merkel ocupar o cargo durante 16 anos. No Chile, em disputa uma polarizada, o representante da esquerda e ex-líder estudantil Gabriel Boric foi eleito presidente, vencendo o ultradireitista José Antonio Kast. Com apenas 35 anos, será o presidente chileno mais jovem da história.

Combatente do Taleban passa por um salão de beleza com a imagem de uma mulher desfigurada por tinta spray: costumes no Afeganistão vão sofrer mudanças drásticas sobretudo para as mulheres
Combatente do Taleban passa por um salão de beleza com a imagem de uma mulher desfigurada por tinta spray: costumes no Afeganistão vão sofrer mudanças drásticas sobretudo para as mulheres | Foto: Walkil Kohsar/ AFP

No meio do ano, uma onda de assassinatos em Goiás deixou em pânico moradores de uma área rural e chocou o país. Após matar quatro pessoas de uma mesma família em uma chácara, Lázaro Barbosa fugiu da polícia por 20 dias, deixando um rastro de violência por onde passou, até ser morto em uma troca de tiros com policiais. O ano ficou marcado ainda pela morte do menino Henry Borel, no Rio de Janeiro (RJ), assassinado no apartamento onde morava com a mãe, Monique Medeiros, e o padrasto, o médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior. Preso preventivamente por atrapalhar as investigações e ameaçar testemunhas, o casal ainda não tem data para ser levado à júri. Já nos Estados Unidos, o policial Derek Chauvin foi julgado culpado, por unanimidade, pela morte de George Floyd, sufocado em maio de 2020 na cidade de Mineápolis. O julgamento durou três semanas, ouviu 45 testemunhas e incluiu horas de exibição de vídeos no tribunal. Chauvin foi condenado a 22 anos de prisão.

Justiça também no caso da Boate Kiss. Após 10 dias de julgamento, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, sócios da casa noturna, o músico Marcelo de Jesus dos Santos e o produtor Luciano Bonilha, da banda Gurizada Fandangueira, que se apresentava na noite do incêndio que matou 242 pessoas, foram condenados e receberam penas de 18 a 22 anos de prisão.

Na Amazônia, o pior nível de desmatamento dos últimos 15 anos acende ainda mais o alerta das agressões ao meio ambiente. A crise hídrica enfrentada pelo país, além das temperaturas baixas recordes de julho, inclusive registradas em Londrina, podem ser reflexos dos ataques à natureza. Tornados, incêndios e destruição pelo mundo potencializam o drama, que no entanto não sensibilizou os participantes da COP26, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 2021, realizada na Escócia. Apesar de trazer a criação do mercado de carbono global em seu documento final, o balanço de especialistas foi de que tudo segue com muita conversa e pouca ação.

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Os mega-assaltos, levando terror às cidades brasileiras, também foram marcas de 2021. Em um dos mais violentos dos últimos anos, em agosto, na cidade de Araçatuba (SP), 20 criminosos participaram da ação, explodindo três agências bancárias e deixando três mortos e cinco feridos. Na seara virtual, hackers invadiram o sistema do ministério da Saúde em dezembro, tirando do ar diversos dados, entre eles os registros de vacinação da população brasileira — coincidentemente, na mesma semana em que o chamado “passaporte sanitário”, ou seja, a comprovação da vacinação, passaria a ser obrigatória para entrada no país.

A Lei Geral de Proteção de Dados entrou em vigor em 2020, mas foi em agosto deste ano que passaram a valer as sanções administrativas. Juntamente a elas, foi criada também a Autoridade Geral de Proteção de Dados (ANPD), órgão público federal responsável pela fiscalização do cumprimento da Lei. Em um ano que começou com megavazamentos de dados pessoais e acabou com o ministério da Saúde sendo invadido, a LGPD se mostra essencial.

Durante o ano, as greves no transporte coletivo de Londrina, a cassação do deputado federal Boca Aberta, as confusões na Câmara de Vereadores – com direito a cartaz criminoso com desenho de suástica –, a instalação da primeira antena de internet 5G do sul do país na cidade e a interrupção do pedágio no Paraná, foram destaques, assim como o brilho dos atletas Ana Marcela Cunha, Isaquias Queiroz, Ítalo Ferreira, Herbert Conceição, Rebeca Andrade, Martine Grael e Kahena Kunze, medalhistas de ouro nas Olimpíadas de Tóquio. Sem público, os Jogos, adiados do ano passado, foram palco ainda de momentos inesquecíveis, como a “fadinha” Rayssa Leal, de 13 anos, medalha de prata no skate. Ainda no Japão, a seleção feminina de vôlei ficou com a prata e a masculina de futebol faturou o ouro pela segunda vez consecutiva.

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No futebol, em ano de tricampeonato do Palmeiras na Taça Libertadores da América, de bicampeonato do Athletico-PR na Copa da Sul-Americana, do fim do jejum de 50 anos do Atlético-MG no Campeonato Brasileiro e do Londrina – vencedor do Campeonato Paranaense – se salvando, na última rodada, de cair para série C, o Brasil garantiu vaga antecipada para a Copa do Catar, que será realizada entre novembro e dezembro de 2022. Os vizinhos argentinos, além dos europeus Sérvia, Espanha, Suíça, França, Bélgica, Dinamarca, Holanda, Croácia, Inglaterra e Alemanha também fecharam o ano com participação garantida no mundial, que promete ser um dos destaques da retrospectiva do próximo ano. Será que o hexa vem aí?

Pra variar, os memes

Piadas e montagens trouxeram leveza para mais um ano difícil

Na esteira da melhor campanha brasileira na história dos Jogos Olímpicos, o Brasil foi, mais uma vez, medalha de ouro em memes. Como a central de criação não para nunca, não faltaram piadas e montagens circulando nas redes sociais. Abrindo os trabalhos em janeiro, as confusões do Big Brother Brasil renderam “autorização da Lumena”, o trisal que não deu certo – Projota, Carla Diaz e Arthur Picoli, e o “paredaum” de Karol Concá. Impossível também não lembrar do Brasil “lascado” e tantos outros momentos “memeráveis” de Gil do Vigor e da campeã Juliette. Na sequência, o álbum “Girl from Rio”, de Anitta, rendeu uma infinidade de memes. Divulgada no Instagram da cantora dia 23 de abril, a capa mostrando a artista na frente de um ônibus, sobre uma cadeira de plástico azul, inspirou milhares de internautas a fazerem diversas montagens.

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“Cringe”, palavra inglesa que significa “vergonhoso”, também teve seu lugar em 2021. A expressão foi usada por pessoas da Geração Z para classificar hábitos fora de moda dos millennials, já idosos pelos olhos dos nascidos no final dos anos 90 e início dos anos 2000. A partir daí, os debates se intensificaram: o que e quem é cringe, afinal? E se você ficar sem voz de tanto discutir, não tem problema. É só trocar pelo som do “bem-te-vi”. Ninguém sabe ao certo como começou, mas o Twitter foi o palco principal do meme que começou a circular em agosto. Na brincadeira, trechos de vídeos eram editados e os áudios trocados pelo canto do pássaro. Em um dos mais curtidos, o icônico “boa noite” de William Bonner, apresentador do Jornal Nacional, dá lugar ao som do passarinho.

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“E fora do story, tu tá bem?”. A pergunta ganhou as redes em agosto e satiriza a ostentação das redes sociais e a diferença entre postagens e vida real. O meme teve diversas respostas, muitas ironizando o fato de que, se olhar bem, ninguém está bem — com exceções, possivelmente, de alguns participantes da “Farofa da Gkay”.

A saída de Fausto Silva da Globo, após mais de três décadas, também causou alvoroço nas redes sociais. E não faltou quem pegasse no pé de Luciano Huck, o substituto dos domingos, ou quem não se divertisse com as aventuras de Marcos Mion, comemorando o sonho de conseguir um emprego na emissora carioca. “Round 6”, série sucesso de público e crítica da Netflix, também foi destaque. Inspiração para jogos e golpes online, a produção gerou inúmeros memes, como as montagens com a aterrorizante boneca do jogo “Batatinha frita 1, 2, 3”.

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Quase no apagar das luzes de 2021 chegou o meme do ônibus. A charge original, criada por Genildo Ronchi, mostra um ônibus com dois personagens: um triste, sentado à janela que dá para um muro cinza, e outro feliz, voltado para uma paisagem ensolarada. A internet então alterou a legenda original, que falava sobre transmitir positividade, para criar versões debochadas.

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Mas a campeã do ano, que alçou o autor ao posto de celebridade no país, veio em junho, quando todo mundo substituiu a pronúncia do nome da empresa farmacêutica Pfizer por "Pifaizeeeeeeeer". O humorista mineiro Rafael Chalub, do perfil @essemenino, fez uma série de vídeos em que o laboratório vive um amor não correspondido pelo presidente Jair Bolsonaro, que jamais respondia suas mensagens. A inspiração veio da revelação da CPI da Covid-19 de que o Governo Federal ignorou 53 e-mails da gigante farmacêutica oferecendo a vacina — lista que depois chegou a 101 mensagens não respondidas.

Despedidas e saudade

Partidas precoces e vítimas da covid-19 fizeram o país chorar

Em 2021, o coronavírus seguiu deixando um rastro de tristeza em todo o mundo. No Brasil, alcançamos a marca de 600 mil mortes em outubro. Em uma das mais sentidas, nos despedimos do ator e humorista Paulo Gustavo, de 42 anos. Após quase dois meses internado, ele não resistiu à doença que também nos tirou os atores Tarcísio Meira, João Acaiabe e Kleber Lopes, os músicos Agnaldo Timóteo, Genival Lacerda, Nelson Sargento e Ismael Ivo, o arcebispo emérito do Rio de Janeiro, Dom Eusébio Scheid, os políticos Irmão Lázaro, José Maranhão, Maguito Vilela, Major Olímpio, Levy Fidélix e o empresário e ex-candidato a prefeito de Londrina, Márcio Stamm. Fora do Brasil, o vírus também fez vítimas ilustres, como o americano Colin Powell, ex-secretário de Estado.

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| Foto: Divulgação/Globo Filmes

Também partiram, em razão de outras causas, Gilberto Braga, autor de novelas memoráveis como “Vale Tudo” e “Celebridade”, as atrizes Eva Wilma, Marina Miranda, Mabel Calzolari, Noemi Gerbelli e Mila Moreira, os atores Paulo José, Leo Rosa, Caike Luna, Sérgio Mamberti, Luiz Carlos Araújo, Luis Gustavo, Jairo Lourenço e Orlando Drummond — o eterno seo Peru, da “Escolinha do Professor Raimundo”, e também dublador de personagens inesquecíveis, como “Scooby Doo” e “Alf, o ETeimoso”. A cidade de São Paulo ficou em luto com a morte do prefeito Bruno Covas. Nos deixaram ainda o ex-vice-presidente Marco Maciel, o urbanista, ex-governador do Paraná e ex-prefeito de Curitiba, Jaime Lerner, a campeã mundial de basquete Ruth de Souza, o campeão mundial de boxe Miguel de Oliveira, os filósofos José Arthur Gianotti e Roberto Romano, os arquitetos Paulo Mendes da Rocha e Ruy Ohtake, os jornalistas Artur Xexéo e Cristiana Lôbo, o ex-participante do MasterChef Roger Fernandes, e a ex-BBB Josy Oliveira.

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O funkeiro MC Kevin, de 23 anos, morreu depois de cair da varanda de um hotel, no Rio de Janeiro. Na música, luto ainda por Dominguinhos do Estácio, Sebastião Tapajós, Estevão Maya-Maya, Airton Machado, Paulinho Camafeu, Lizzie Bravo, Reny de Oliveira, Nelson Freire, Dudu Braga, Reynaldo Rayol, Hildemar Diniz – o Monarco, e Marília Mendonça, vítima de um acidente aéreo, aos 26 anos, em 5 de novembro, que fez o Brasil sofrer pela “rainha da sofrência”. A cantora viajava para um show quando a aeronave caiu em região de cachoeira perto de Caratinga (MG), após colidir com uma fiação elétrica.

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Fora do Brasil, Larry King, um dos mais famosos apresentadores de televisão nos Estados Unidos, faleceu aos 87 anos, em janeiro. Na Inglaterra, emoção com a partida do duque de Edimburgo, príncipe Philip do Reino Unido, e do baterista Charlie Watts, que fez história no Rolling Stones. Adeus ainda para as atrizes Carmen Salinas, Camille Saviola e Jane Powell, os atores James Michael Tyler, Granville Adams, Christopher Plummer, Dean Stockwell, Norm Macdonald, Ravil Isyanov, Art Metrano, Willie Garson e Tommy Kirk, e os músicos Carlos Marín, Drakeo the Ruler e Leonard Hubbard.

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