Rede de intrigas
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 05 de julho de 2001
Leandro Calixto TV Press
Leão Lobo se orgulha de não ter papas na língua. Considerado um dos maiores fofoqueiros da televisão brasileira, o jornalista vive uma nova fase na carreira: depois de alguns anos de trabalho na Gazeta, de São Paulo, ele foi contratado a peso de ouro pela Band. Especula-se que o jornalista passou a receber um salário de R$ 30 mil mensais. O trabalho é para bisbilhotar a vida dos artistas no programa Melhor da Tarde, que também é apresentado por Astrid Fontenelle e Aparecida Liberato. Por mais que falemos da vida alheia, procuramos ser o mais decentes possível no nosso trabalho, avisa o jornalista, que também ficou conhecido por ter integrado o júri do Programa Sílvio Santos, no SBT.
A contratação de Leão Lobo veio a calhar com a nova filosofia da Band, que vem popularizando sua programação com programas como o próprio Melhor da Tarde. Ainda bem que a televisão brasileira está deixando de ser sofisticada e se tornou mais popular. A tevê a cabo já existe para uma programação mais segmentada, imagina o jornalista, que atualmente responde na Justiça a dois processos por difamação e calúnia contra os atores globais Thiago Lacerda e Luciano Szafir. Segundo os atores, Leão teria duvidado da masculinidade deles. Falei que existiam alguns atores gays no mercado e os dois colocaram a carapuça, ironiza o apresentador da Band.
Você se incomoda com o rótulo de fofoqueiro?
Nem um pouco. Para ser bem sincero, esta imagem ajuda até vender um pouco mais o meu trabalho. Não dói absolutamente nada este título. Só acho uma tremenda bobagem este tipo de preconceito contra os fofoqueiros. No Brasil, todo mundo gosto de uma boa fofoca. A começar por Brasília. A gente vê um monte de sujeira nos bastidores da política nacional. Isto não é fofoca? E fofoca, ainda por cima, suja.... Então, não entendo tanta perseguição.
Muitas pessoas questionam o tipo de jornalismo que você faz, aquele que entra na vida íntima das pessoas. Você acha que este tipo de trabalho que desenvolve contribui a quem?
Ao próprio público, que demonstra, pelos altos índices de audiência, que realmente gosta de saber da vida dos artistas. A indústria da fofoca se criou na televisão. Não tem mais jeito de desfazê-la. A gente vê o crescimento nos últimos anos deste segmento na mídia: são os jornais que abriram mais espaço para o noticiário de televisão e as próprias emissoras que criaram novos programas deste gênero. Acho que ajudamos desvendar alguns mitos. Denunciamos algumas sujeiras na própria televisão. Mas procuramos fazer um trabalho totalmente imparcial.
Pelo tipo de trabalho que faz, qual a imagem que o público tem de você?
Pelo retorno que vejo nas ruas, extremamente positiva. É claro que tem muitos artistas que ficam ressabiados comigo. Mas tenho certeza que outros tem um carinho muito grande. Muitos sabem que procuro ser honesto quando estou dando alguma informação. Tudo faz parte do jogo. Procuro ser o mais leal possível com todos. Não faço calúnia com ninguém.
Em relação aos tempos da Gazeta, na Band você está um pouco mais comedido. O que aconteceu?
Acho que por uma questão de tempo mesmo. Ao contrário da Gazeta, na Band apresento outras coisas. Não fico restrito apenas às fofocas. Participo muito mais ao longo do programa. Mas acho que estou numa fase de amadurecimento profissional, embora mantenho o estilo de sempre. A irreverência é minha marca.
Qual a receita para se diferenciar dos demais programas da tarde, que praticamente repetem o mesmo formato?
Acho que o grande diferencial do Melhor da Tarde em relação aos concorrentes é o espaço que estamos dando para o noticiário jornalístico. A gente discute as informações junto com a própria platéia. Esta é outra grande diferença do nosso programa. Contamos com a presença do público no estúdio, que interage com a gente o tempo todo. Isto torna a produção muito dinâmica. A parceria com a Astrid Fontenelle e também com a Aparecida Liberato está em perfeita harmonia. Tenho certeza que o público acaba percebendo isto.
Hoje, excepcionalmente, não publicamos a coluna de Magda Carvalho.