Paulo Betti e Eliane Giardini: oportunidade para os fãs vê-los juntos como um casal
Paulo Betti e Eliane Giardini: oportunidade para os fãs vê-los juntos como um casal | Foto: Globo/Paulo Belote

A paz no casamento de Miguel (Paulo Betti) e Rania (Eliane Giardini) parece estar ameaçada em 'Órfãos da Terra', novela das 18h da Globo Tudo se transforma após a morte de Aziz (Herson Capri). Agora, o dono da Importadora Nasser desconfia que a esposa possa estar ligada ao assassinato do sheik. Afinal, a filha dela, Soraia (Letícia Sabatella), foi arrancada de seus braços logo após o nascimento para ser entregue ao poderoso árabe, e, mais tarde, se tornar sua esposa. Depois dessa experiência traumática, a mulher se mudou para o Brasil a fim de recomeçar a vida ao lado do amado. E, recentemente, descobriu que sua herdeira foi assassinada pelo pai de Dalila (Alice Wegmann).

Sem dúvida, a história que Paulo Betti e Eliane Giardini contam em 'Órfãos da Terra' é forte. E a trama é uma ótima oportunidade para os fãs vê-los juntos como um casal. Na história, os atores, que estão divorciados desde 1997, fazem de Miguel e Rania um par harmonioso, mas que também enfrentará alguns problemas no percurso. Para o intérprete do patriarca da família Nasser, a relação em cena com a ex-esposa é ótima e foi construída ao longo dos anos.

"Acabamos de fazer um filme também. Nós produzimos, dirigimos e fizemos os dois papéis centrais nesse longa, que se chama 'A Fera na Selva'. Provavelmente, foi daí que as autoras (da novela) tiveram a ideia de nos colocar juntos", acredita.

Nos bastidores de 'Órfãos da Terra', o clima é descontraído e eles aproveitam o tempo juntos para falarem das filhas e do neto. No entanto, Paulo conta que nem sempre foi assim. Mesmo levando a convivência com a ex-mulher tranquilamente, ele entende que o público tenha alguma curiosidade sobre o assunto

"Hoje, como a gente não é mais casado, então já não brigamos mais. A convivência é muito difícil e, geralmente, estressa em algum momento. Mas a gente viveu 25 anos junto e conseguir trabalhar no mesmo projeto agora, tratando isso como algo normal é uma conquista boa. Devia ser mais simples, mas sei que ainda provoca certa curiosidade", admite.

Na história, a família Nasser é cômica, mas também tem seus dramas. O vício de Miguel em jogos de azar é um destes problemas. De acordo com Paulo, o personagem é mais realista do que o último, o Ypiranga de 'O Sétimo Guardião', por estar inserido na trama central dos refugiados. Para ele, o maior mérito de 'Órfãos da Terra' é a sua mensagem, que pode ajudar a quebrar preconceitos.

"Está sendo muito interessante, porque é uma novela muito boa. Pra gente é legal fazer algo que não seja só entretenimento. Digamos que ajuda a quebrar esse isolamento dos refugiados, porque esse problema é no mundo inteiro. A tendência é de eles serem rejeitados, então é bom abrir um pouco o coração das pessoas. Nós estamos recebendo gente da Venezuela, da África, do Congo, do Haiti", conta

Segundo Paulo, é notória a diferença de como é tratado um refugiado e um imigrante comum, que se muda de seu país por outro motivo que não seja uma guerra ou perseguição política e religiosa. O ator observa que há um medo dos demais cidadãos de que essas pessoas peguem vagas de trabalho e estudo que naturalmente seriam destinadas aos brasileiros e compara com o que anda acontecendo nos Estados Unidos.

"Meus avós são imigrantes. Eles vieram da Itália, porque estavam passando fome lá. Mas não estavam bombardeando a casa deles nem matando gente da família. Existe uma diferença. Na novela, a menina foi perseguida por um sheik árabe que vem atrás dela. Eles são refugiados mesmo! Lá nos EUA estão querendo construir um muro por conta desse medo das outras pessoas ocuparem seus lugares", relata.