‘Já conseguimos dar mais tempo à vida. Agora precisamos dar mais vida ao tempo ganho", avisa Marisa Caiado logo nas primeiras páginas do seu livro "Gagá?? Nem Pensar". Para a consultora de Recursos Humanos, "o importante é isso aqui também: ‘redesenhe seu futuro: longo, lúcido, saudável e feliz’", diz apontando para o subtítulo da publicação.
"Escolhi fazer o lançamento em Londrina porque o começo da minha carreira foi aqui, a grande parte das minhas coisas eu fiz aqui, a minha empresa é daqui", explica. "Sou paulista e me mudei para cá há mais de 40 anos para implantar o curso de Serviço Social na Universidade Estadual de Londrina", conta Marisa, que é formada em Serviço Social e em Psicologia.
"Depois eu fui para a área de recursos humanos e montei a minha empresa, que cresceu e foi para a área de eventos também. Minhas filhas viraram minhas sócias", diz. Com o know-how adquirido trabalhando com a mãe, as três criaram carreiras próprias. "A Natasha foi para São Paulo e montou a empresa dela de eventos, a Wish. A Vanessa foi depois, também para São Paulo, e criou a Dream. E a Melissa se mudou para Los Angeles e trabalha na área de RH, ela é vice-presidente global de RH de uma empresa", lista.
Além do lançamento do livro, Marisa fez uma palestra e uma tarde de autógrafos durante a ExpoLondrina. "Eu acho que não tenho direito depois de tantas oportunidades de aprender tanta coisa, guardar só para mim. Então eu resolvi botar isso no livro", conta. "No ano passado, numa das minhas idas a São Paulo descobri o curso ‘Tire seu livro da gaveta’ e fiz aula particular. Até tentei de agosto a dezembro, mas com essa movimentação da vida não foi possível. Em janeiro fiquei sozinha e em 20 dias escrevi o livro usando a metodologia do curso", conta.
Marisa diz que não tinha o sonho de escrever um livro, mas entende que é o jeito mais fácil de divulgar o que sabe e que pode ser útil para os outros. "Os estudos a respeito do cérebro são muito divulgados e as descobertas são muito grandes e muito novas", conta Marisa, que há oito anos acompanha tais estudos, com cursos, principalmente em Stanford, na Califórnia.
"Quando termina a adolescência é que começa o declínio se a gente não cuida. Só o que aumenta com a idade é a capacidade de verbalizar", aponta Marisa para os gráficos do livro. "O cérebro não era muito conhecido, agora que a gente está tendo mais informações e ainda não deu tempo de disseminar isso ainda. Futuramente, a menina vai ver isso nas aulas de ciências. Então achei que valia a pena mostrar isso e o que se pode fazer para não acontecer esse declínio."
A consultora de RH destaca que nunca parou de estudar. "Destes assuntos aqui (cérebro) eu comecei há oito, indo para os Estados Unidos porque lá estão mais avançados nisso. Tudo o que você faz depende do cérebro. Então tudo pode ficar melhor para a pessoa se ela souber o que faz mal e também prevenir", ensina. E prevenção, segundo a estudiosa, deve começar aos 40 anos. "Se você se cuidar, em qualquer idade, você melhora a sua performance".
Marisa lembra que as pessoas estão vivendo mais, mas não se planejaram para viver tanto. "Você vê o povo louco para se aposentar com 50, 60 anos, mas depois vem a depressão. Nos dois primeiros anos, curte, curte e depois vem o quê? Se você não entender que a sua mente pode levar para o bom e para o ótimo, cai na deprê mesmo", diz. "As pessoas desistem de viver por conta das dificuldades que elas encontram."
Para quem imagina que o livro é só para os mais velhos, a autora responde: "As pessoas mais velhas veem o título e acham que o livro é para elas, mas o meu objetivo é através delas atingir os filhos e os netos. Elas aprendendo, vão ensinar para os mais novos", relata. "Não é obrigatório ficar velho e gagá. Só fica gagá quem não sabe se cuidar."
No final do mês, Marisa, que já está nos Estados Unidos, lança o livro para um grupo que se autointitula "as brasileiras do Vale", no caso, o badalado Vale do Silício – sede das grandes empresas de tecnologia e de startups com ideias inovadoras. Em maio é a vez do lançamento em Goiás, no encontro da família Caiado. "São umas 450 pessoas", contabiliza.