Curitiba- Tataraneta da Princesa Isabel, Paola Maria de Bourbon Orleans e Bragança Sapieha, é filha de Maria Cristina do Rosário Bourbon Orleans e Bragança e do príncipe polonês John Paul Sapieha. Nasceu em Londres, mas veio logo pequena para o Brasil, quando a mãe se separou do pai. Nobre por parte de mãe e pai, Paola transborda o que aprendeu dentro da família em todas as suas atitudes. A educação rígida a ensinou a levantar quando alguém mais velho entra na sala e se portar do mesmo jeito tanto numa festa chique quanto em qualquer outro lugar que esteja. ''Aprendi que tenho que me portar bem tanto num evento com mais pompa quanto num boteco de esquina''. E assim faz.

Aos 23 anos e com uma vida dividida entre a carreira de modelo e o curso de desenho industrial na FAAP, em São Paulo, a princesa do Brasil passou por Curitiba (quando concedeu esta entrevista exclusiva à Folha) para fazer um book para a agência Ford. Veio com o grande amigo, com quem divide há mais de um ano um apartamento em São Paulo, o fotógrafo Marcio Neves, e por aqui circulou normalmente entre festinhas e restaurantes. Conheceu a cidade, foi simpática com todo mundo e, principalmente, foi ela mesma.

Esse jogo de cintura lhe foi ensinado desde pequena - ser gentil, educada, nobre em todos os momentos. Ela aprendeu a lição, mas deu seu toque pessoal aos modos de princesa. Paola tem piercings e usa tanto um vestidinho mais comportado quanto uma calça jeans com All Star, coloca sem culpas um grampinho no cabelo, quando não está com ele arrumado, e usa pouquíssima maquiagem. Mesmo assim, em seus traços e movimentos pops, ela exala uma altivez sem ser prepotente.

Criada em Petrópolis, no Palácio do Grão Pará, desde pequena recebeu regras. Tinha acesso a objetos raros da família, mas só podia olhar. ''Lembro que tinha uns copinhos que eram da princesa Isabel e eu queria brincar com eles'', conta. Imagina brincar com tesouros da Família Imperial brasileira? Mesmo assim, em meio a riquezas e exigências comportamentais, Paola aprendeu outros valores também. Como o amor pela exuberante natureza brasileira. Tudo isso gerou uma consciência natural. ''Acho legal, valores são importantes. Sem educação, sem uma base boa, você perde. Eu sempre fui pé no chão. Tive uma educação rígida, sem deslumbramentos''.

Apesar disso, a princesa já viveu momentos ''reais''. Debutou em 2001, num baile no Hotel Crillon, em Paris. A princesa do Brasil compareceu, e deu seu toque pessoal. Às convidadas era oferecida a opção de escolher um vestido alta-costura de um estilista francês para comparecer à festa. Paola foi bem atrevida. Escolheu um ousado vestido de peles e rendas de Jean Paul Gaultier.

Apesar de ter vivido momentos como esse, ela tem uma vida normal. Começou a carreira de modelo fazendo um catálogo de jóias para uma amiga da mãe, e agora faz desfiles ocasionais para grifes brasileiras, mas não tem grandes expectativas com a profissão. A família não influenciou e nem deu um empurrão. ''Ninguém tinha contatos. Fui atrás''. Mesmo com todos os atributos (1m78 e 57 quilos) e da condição ''real'' de abrir portas na carreira, Paola não cria grandes expectativas. ''Existe muita concorrência. Sou tranquila''. Óbvio que quando descobrem que se trata de uma princesa, as portas se abrem. ''Nome abre portas. Mas não caí de pára-quedas''.

Paralelamente aos trabalhos que faz, Paola estuda. Já foi, durante um tempo, apresentadora de um programa no canal 21. As apresentações ao vivo, dirigidas por Rogério Gallo, deram à princesa um toque novo a sua experiência de vida. ''Aprendi muito'', mas quer se dedicar à profissão de designer. Provavelmente desenhos de jóias, quem sabe? Ela tem a clara noção que não é por ser princesa que sua vida vai ser um conto de fadas. ''Vida de princesa no Brasil não é fácil. Aqui não tem monarquia''.

Na sua rotina em São Paulo, afazeres básicos como ir ao supermercado com Marcio Neves para fazer as compras da casa e saídas ocasionais. Não é que não goste de baladas, mas curte bastante um dia de praia. Com isso, não queima facilmente o filme nas noitadas.

E o assédio das pessoas? ''Levo numa boa. Não acho chato. É divertido. As crianças às vezes se decepcionam comigo'', ri. Claro, na imaginação dos pequenos nunca uma princesa vai vestir jeans e camiseta. ''Mas acho bom esse patamar. Faz bem para o ego''.

A cantada mais barata??? Um interessado chamar Paola de ''princesa''. Aliás, ela namora o mesmo rapaz há quatro anos. No momento, ele no Rio e ela em Sampa. Sem exigências da família por buscar um parceiro nobre, a princesa revela: ''Minha mãe se preocupa se é alguém legal para mim. Acho que nobreza também é isso. Mais atitude do que um título. O nobre também pode ser um mau-caráter.''


Paola gosta...

á- De roupas de brechós. Em Curitiba foi a alguns deles garimpar peças legais.

á- De vestidinhos

- Das roupas da marca Raia de Goya

- De ser sensual, sem ser vulgar

- De se dedicar a projetos nobres. Atualmente colabora com um projeto de ajuda a crianças carentes em Diadema, o D do ABCD paulista.


Paola não gosta...

- Do estilo que as brasileiras fazem tipo mulher fatal... ''Fujo disso''.


Pensamento de princesa

- Ela fala varias línguas e guarda com carinho as palavras de Afonso III: ''Inglês é para fazer negócios; espanhol para falar com Deus, e francês para fazer amor.