De 2020 a 2021, a faculdade de medicina da USP (Universidade de São Paulo) monitorou sete mil crianças e adolescentes de todo o país, o levantamento demonstrou que uma em cada quatro crianças e adolescentes ouvidos pelo estudo apresentaram ansiedade e depressão em níveis clínicos durante a pandemia. A questão emocional e de saúde mental no ambiente escolar pós-pandemia tem sido evidente para os profissionais da educação.

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Para o coordenador do ensino médio do Colégio Marista de Londrina, Nilson Douglas Castilho, os alunos e os pais estão mais fragilizados. Assim como os filhos, as famílias também estão em processo de aprendizagem socioemocional. O processo de preparação para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e outros vestibulares é um fator agravante para estudantes que estão nesse estágio da vida escolar.

“Enquanto escola avaliamos cada caso e sempre destacamos a importância da parceria entre escola e família. Mantemos contato constante, verificamos onde está o problema e contamos com o trabalho da orientadora pedagógica que atua diretamente com as turmas, realiza acompanhamento familiar e atendimentos personalizados”, pontua o coordenador.

A realidade do cenário escolar tem demonstrado que o aluno candidato ao Enem e vestibulando não pode focar apenas na parte acadêmica para garantir um bom desempenho nas avaliações. Como pontua Nilson Douglas Castilho, “o bom vestibulando é aquele que estuda bastante, mas também se cuida físico e mentalmente”.

Manter o equilíbrio emocional, ao mesmo tempo que mantém um cronograma de estudos regulares, não é tarefa fácil. É neste sentido que o apoio dos pais pode fazer toda a diferença. “Os aluno que sabe que tem o apoio dos pais tem uma pressão a menos para lidar e pode focar mais nos estudos”, complementa o educador.

Além da segurança emocional da família, a prática de atividades extracurriculares pode ajudar no cuidado com a saúde mental dos estudantes. Vale encontrar algo que desperte prazer e satisfação, como esportes ou alternativas culturais como dança, música e teatro.

Em conjunto, o papel da escola, apoio dos pais e o autocuidado dos alunos podem potencializar o desempenho acadêmico, sem deixar de preservar a saúde mental e o bem-estar dos estudantes.