Considerada como "inimiga" por muitos alunos, a matemática não deve ser encarada como um pesadelo. Junto ao português, a matemática - como uma linguagem - domina as provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), transitando por todos os cadernos.

Imagem ilustrativa da imagem Enem: matemática não deve ser um pesadelo, se você tem 'hábito de estudo'
| Foto: iStock

"Ela (matemática) é uma linguagem que quantifica o mundo e nos dá estratégias para o cotidiano. Uma ciência que permite que você construa vários caminhos para chegar em um resultado", exemplificou o professor Nilson Douglas Castilho, coordenador de ensino médio do Colégio Marista de Londrina.

E dentro desse universo, assuntos da chamada "matemática básica" chamam a atenção, porque servem como estrutura para temas mais complexos. Castilho comentou que muitos alunos têm dificuldade com isso, principalmente em uma era mais tecnológica. "A tecnologia facilitou muito, então evita que se raciocine, que se faça um cálculo. Se a gente colocar hoje, em uma sala de aula, um aluno para fazer uma conta de divisão, sem acesso à calculadora, que tenha divisor e dividendo com mais de três dígitos, já dará problema. Com vírgula e número decimal também", afirmou.

Na prática, o fato da matemática transitar em toda a prova do Enem faz com que a dificuldade se reproduza em outras áreas do conhecimento. "Pode acontecer de o grande problema dos alunos em química, física e biologia não ser elas (as disciplinas) em si, mas sim os conteúdos matemáticos dentro delas, em que o aluno, por não identificar qual operação fazer ali, deixa de responder a questão", explicou Castilho.

O resgate de conteúdos, de acordo com o professor, é indispensável. Porém, também é preciso alimentar o hábito de sempre estudar o que for relacionado à área do conhecimento. "A falta de hábito de estudo, infelizmente, é muito forte entre os alunos no nosso país. Grande parcela desses assuntos da matemática básica são vistos no quarto e quinto ano do ensino fundamental e revisados no primeiro e segundo ano do ensino médio", afirmou. E alertou: "E essa lacuna devido à falta de prática prejudica demais no desempenho de qualquer tipo de prova e em ações do dia a dia, por mais que sejam revisados nos anos finais."

A "bola de neve" causada pela ausência do conhecimento básico em matemática não acaba quando a situação-problema traz linguagens não-verbais, como imagens e gráficos. Para Nilson Douglas Castilho, a dificuldade até piora. "O acúmulo de informações que não conseguem ser gerenciadas acaba confundindo ainda mais o aluno. Os textos são para motivar e levantar aquilo (de conhecimento) que deve ser trazido por quem vai fazer o Enem", afirmou. "Se você não sabe uma simples conta de multiplicação, não saberá fazer operações mais complexas e não sairá do lugar", completou.

A matemática - finaliza o professor - deve ser trabalhada desde cedo como um investimento. Ele lembrou que com o domínio dessa ciência, o aluno vai resolver inúmeras situações do dia a dia e só terá benefícios. "É preciso um olhar mais além", aconselhou.

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