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Caderno 1 - Linguagens

09/08/2021

Questão 1 (Marista)

HOW IS YOUR MOOD?

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For an interesting attempt to measure cause and effect try Mappiness, a project run by the London School of Economics, which offers a phone app that prompts you to record your mood and situation.

The Mappiness website says: "We're particulary interested in how people's happiness is affected by their local environment – air pollution, noise, green spaces, and so on – which the data from Mappiness will be absolutely great for investigating."

Will it work? With enough people, it might. But there are other problems. We've been using happiness and well-being interchangeably. Is that ok? The difference comes out in a sentimental like: "We were happier during the war." But was our well-being also greater then?

Disponível em: http://www.bbc.co.uk. Acesso em: 27 jun. 2011 (adaptado).

O projeto Mappiness, idealizado pela London School of Economics, ocupa-se do tema relacionado

a) ao nível de felicidade das pessoas em tempos de guerra.

b) à dificuldade de medir o nível de felicidade das pessoas a partir de seu humor.

c) ao nível de felicidade das pessoas enquanto falam ao celular com seus familiares.

d) à relação entre o nível de felicidade das pessoas e o ambiente no qual se encontram.

e) à influência das imagens grafitadas pelas ruas no aumento do nível de felicidade das pessoas.

Questão 2 (Marista)

THE DEMON ON YOUR CHEST AND OTHER TERRIFYING TALES OF SLEEP PARALYSIS

[…] Cultural explanations that try to account for the terrifying experience of waking up feeling paralyzed range from alien abductions to strange demons creeping into people’s bedrooms and sitting on their chests, according to the review, published in September in the journal Frontiers in Psychology. Together, the stories show how a single biological phenomenon can be interpreted differently by societies, the researchers, led by José F. R. de Sá of the Jungian Institute of Bahia in Brazil, wrote in their review. The biological explanation of sleep paralysis is that two aspects of REM sleep — dreaming and paralysis — are occuring while a person is awake, said Brian Sharpless, an associate professor of clinical psychology at Argosy University in Washington, D.C., who was not involved with the review. Sleep paralysis occurs more often than most people think, and it is more likely to occur when a person is waking up than during other parts of sleep, he said. […]

MILLER, Sara G. The demon on your chest and other terrifying tales of sleep paralysis. Live Science, 10 out. 2016. Disponível em: www.livescience.com/56422-sleepparalysis-different-cultures.html. Acesso em: 2 dez. 2016.

A paralisia do sono tem aterrorizado pessoas por séculos. Diferentes culturas contam diferentes histórias para tentar, de alguma forma, explicar os episódios de acordarmos e não conseguirmos nos mexer. De acordo com o texto acima,

a) o estudo mostra como um único fenômeno pode sofrer alterações biológicas de acordo com a interpretação de diferentes culturas.

b) abdução alienígena e demônios que se sentam no peito das pessoas são explicações consideradas possíveis pelos pesquisadores.

c) o fenômeno acontece quando sonho e paralisia, aspectos do sono REM, ocorrem enquanto a pessoa está acordada.

d) quanto mais a pessoa está perto de acordar, mais improvável que sofra uma paralisia do sono.

e) Brian Sharpless, professor de psicologia clínica na Argosy University, não está de acordo com o publicado no periódico.

Questão 3 (Marista)

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A campanha publicitária em destaque utiliza textos verbais e não verbais para alertar e conscientizar o público quanto ao feminicídio. O exemplo tem, além da mensagem direta que expressa a violência do ato feminicida, o uso do texto não verbal que

a) alude ao fato de que muitas mulheres preferem debater outros temas.

b) indica que o silêncio é o melhor caminho para não correr o risco de se tornar vítima.

c) indica que não se deve falar em público sobre o tema e sim pelo canal de denúncia.

d) propõe um grupo de discussão em torno do tema do feminicídio.

e) alude ao silêncio em torno da violência e a necessidade de se debater o assunto.

Questão 4 (Marista)

Onde a maioria das pessoas vê um terreno baldio cheio de mato, o artista plástico Daniel Caballero, 42, enxerga resquícios de uma São Paulo pré-concreto. “Muita gente pensa que a vegetação aqui era só de Mata Atlântica, mas predominavam campos, ou seja, havia cerrado”, argumenta. “Aqui tinha um pantanal, provavelmente até com tuiuiú, igual ao Pantanal mato-grossense.”

Há oito meses, ele anda por terrenos da metrópole em busca de plantas para compor o ‘Cerrado Infinito’, uma trilha de 50 metros que começou na Praça Homero Silva, conhecida como “Praça das Nascentes”, no bairro da Vila Madalena, na zona oeste da cidade. Há desconhecimento sobre o que foi o cerrado paulistano, uma vez que a paisagem foi sendo substituída por árvores “importadas”, chamadas de exóticas, explica Daniel. A Prefeitura de São Paulo mapeou 650 mil árvores nas vias públicas e nas cerca de 5 mil praças da cidade. De todas elas, apenas 477 são exemplares de ipê branco, a única classificada como árvore do cerrado pelo órgão. […]

MOURA, Paula. Artista tenta resgatar cerrado que existiu em São Paulo. BBC Brasil, 14 fev. 2016. Disponível em: www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/02/160210_cerrado_sao_paulo_pm/. Acesso em: 15 ago. 2018.

O texto acima refere-se ao trabalho artístico de Daniel Caballero, intitulado Cerrado infinito, no qual o artista reconstituiu em área urbana da cidade de São Paulo um mini-cerrado, tendo como desdobramento dessa obra a criação de um guia de campo com ilustrações de espécies botânicas típicas desse bioma brasileiro, a fim de que a população em geral possa reconhecer plantas que compõem esse tipo de vegetação.

Tal trabalho revela-se

a) predominantemente ambientalista, já que tem o intuito de preservação ambiental.

b) marcadamente uma produção voltada apenas às áreas rurais brasileiras.

c) predominantemente articulador entre arte e ciência, propondo reflexão ambiental e apreciação estética.

d) exclusivamente dedicado a um movimento de valorização da visualidade artística urbana.

e) exclusivamente engendrado nos moldes acadêmicos de produção visual escultórica.

Questão 5 (Enem)

El carpintero

Orlando Goicoechea reconoce las maderas por el olor, de qué árboles vienen, qué edad tienen, y oliéndolas sabe si fueron cortadas a tiempo o a destiempo y les adivina los posibles contratiempos.

Al cabo de tantos años de trabajo, Orlando se hadado el lujo de comprarse un video, y ve una película tras otra.

No sabía que eras loco por cine le dice el vecino.

Y Orlando le explica que no, que a él ni le va ni leviene, pero gracias al video puede detener las películas para estudiar los muebles.

GALEANO, E. Disponivel em: http://elcajondesastre.blogcindarrio.com. Acesso em: 18 abr. 2012.

No conto de Galeano, a expressão ni le va ni leviene encerra uma opinião a respeito de cinema que

a) desconstrói a ideia central do conto sobre a importância das atividades de lazer.

b) contradiz a percepção que o narrador tem em relação à profissão exercida por Orlando.

c) revela o descaso do narrador com relação ao ofício desempenhado por Orlando.

d) reforça a impressão do vizinho de que Orlando gostava de filmes.

e) evidencia a extrema devoção do carpinteiro ao seu ofício.

Questão 6 (Marista)

CANTO DE REGRESSO À PÁTRIA

Minha terra tem palmares

[…]

Os passarinhos daqui Não cantam como os de lá

[...] Não permita Deus que eu morra

Sem que volte para lá

[...]

ANDRADE, Oswald de. Canto do regresso à pátria. In: CANDIDO, Antonio; CASTELLO, J. Aderaldo. Presença da literatura brasileira III. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1974. p. 81.

Oswald de Andrade foi um dos responsáveis pela renovação da poesia brasileira durante o Modernismo. No poema “Canto de regresso à pátria”, o poeta dialoga com a conhecida “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias, representante da primeira geração romântica. Entre as diversas atualizações propostas por Oswald, há a troca de “palmeiras” por “palmares”, uma alusão ao quilombo dos Palmares, símbolo de resistência e empoderamento dos afrodescendentes brasileiros. No entanto, os advérbios de lugar permaneceram.

Tanto no poema de Gonçalves Dias quanto no de Oswald de Andrade, o advérbio de lugar “lá” indica

a) o Brasil, mencionado indiretamente no texto.

b) Portugal, citado explicitamente no texto.

c) que o eu lírico considera o Brasil uma terra de exilados.

d) que não é possível determinar o espaço no poema.

e) a nostalgia de casa, sugerida pelos vários lugares por onde esteve.

Questão 7 (Marista)

[...] Um linguista dizer como se deve falar equivale a um antropólogo dizer que um costume é melhor ou mais adequado que outro. Não basta, portanto, dizer que a língua muda, que não existe erro (fora da agramaticalidade) e, em seguida, decretar que um uso é melhor que outro ou que um deve ser extinto em favor de outro por qualquer que seja o motivo.

[...]

Disso decorre algo bem interessante nas redes sociais: as discussões começam com o discurso científico de defender as transformações, de não condenar isto ou aquilo, mas logo os debatedores enveredam pelos caminhos de terra batida da tradição em busca do certo e do errado, estes às vezes travestidos de mais bonito e horrível, melhor e pior, aceitável e inaceitável.

Não são poucos os debatedores que saem dessas tertúlias dispostos a engajar-se numa luta pela correção gramatical, cujo parâmetro é a norma culta, não a linguística. Suas palavras de ordem são do tipo “Vamos acabar com o gerundismo!”, “Fora, a nível de!”, “Não aguento mais comentar sobre!”, “Morte ao risco de morte!”.

Em suma, todo o mundo é linguista no primeiro parágrafo, mas sustentar o raciocínio não é fácil. Falta educar o olhar sobre o fenômeno linguístico. Será essa a tarefa mais difícil, para além da mesa de bar virtual.

NICOLETI, Thaís. Mesa de bar virtual. Folha de S.Paulo, 23 mar. 2017. Disponível em: http://thaisnicoleti.blogfolha.uol.com.br/2017/03/23/mesa-de-bar-virtual/. Acesso em: 11 set. 2017.

Com o advento de novas tecnologias de comunicação, muito tem sido discutido acerca das mudanças decorrentes desse desenvolvimento. Ao discorrer sobre os debates nas redes sociais, a autora considera que os debatedores

a) defendem que a língua está em transformação e que variações são naturais, mas em seguida passam a defender o uso da norma culta, rompendo com o raciocínio inicial.

b) se guiam pelo discurso científico, que explicita que a língua muda, mas logo mudam de ideia e defendem que a língua não pode passar por transformações.

c) fazem o uso coloquial da língua, mas caem em contradição ao lutar pela correção gramatical segundo a norma culta, com expressões como “vamos acabar com o gerundismo!”.

d) se apresentam como linguistas ao defender o modo correto de ser falar determinada língua, que envolve o uso de critérios como “mais bonito” e “horrível” ou “aceitável” e “inaceitável”.

e) não acham correto o uso da norma culta da língua, pois ela passa por transformações e não se guiam por critérios como “melhor” e “pior” ou “mais bonito” e “horrível”.

Questão 8 (Marista)

CÍRCULO VICIOSO

Bailando no ar, gemia inquieto vaga-lume:

“Quem me dera que fosse aquela loura estrela

Que arde no eterno azul, como uma eterna vela!”

Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:

“Pudesse eu copiar o transparente lume,

Que, da grega coluna à gótica janela,

Contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela!”

Mas a lua, fitando o sol, com azedume:

“Mísera! tivesse eu aquela enorme, aquela

Claridade imortal, que toda a luz resume!”

Mas o sol, inclinando a rútila capela:

Pesa-me esta brilhante auréola de nume…

Enfara-me esta luz e desmedida umbela…

Por que não nasci eu um simples vaga-lume?”

ASSIS, Machado de. Obras completas. v. III, Poesias. São Paulo: L.L. Library, 2015.

Embora tenha se consagrado por seus contos e romances, Machado de Assis (1839-1908) foi também poeta. Por meio da personificação de fontes luminosas da natureza, “Círculo vicioso” faz uma crítica social na medida em que aborda

a) a onipotência da natureza frente à mísera e insatisfatória condição humana.

b) o desejo de superioridade frente a outros seres de menor grandeza.

c) a exploração do bem alheio objetivando uma rápida ascensão social.

d) a eterna insatisfação com a própria vida e o desejo intenso de ascensão.

e) o tédio que sentem os seres mais abastados em relação aos inferiores.

Questão 9. (Enem - Adaptado)

Mal secreto

Se a cólera que espuma, a dor que mora

N’alma, e destrói cada ilusão que nasce,

Tudo o que punge, tudo o que devora

O coração, no rosto se estampasse;

Se se pudesse, o espírito que chora,

Ver através da máscara da face,

Quanta gente, talvez, que inveja agora

Nos causa, então piedade nos causasse!

Quanta gente que ri, talvez, consigo

Guarda um atroz, recôndito inimigo,

Como invisível chaga cancerosa!

Quanta gente que ri, talvez existe,

Cuja ventura única consiste

Em parecer aos outros venturosa!

CORREIA, R. In: PATRIOTA, M. Para compreender Raimundo Correia. Brasília: Alhambra, 1995.

Coerente com a proposta parnasiana de cuidado formal e racionalidade na condução temática, o soneto de Raimundo Correia reflete sobre a forma como as emoções do indivíduo são julgadas em sociedade. Na concepção do eu lírico, esse julgamento revela que

a) o indivíduo pode recorrer à dissimulação na tentativa de ser aceito em sociedade.

b) o sofrimento íntimo torna-se mais ameno quando compartilhado por um grupo social.

c) as pessoas procuram mostrar seus reais sofrimentos na tentativa de evitar a inveja em outras pessoas.

d) o instinto de solidariedade conduz o indivíduo a apiedar-se do próximo.

e) a transfiguração da angústia em alegria é um artifício nocivo ao convívio social.

Questão 10. (Marista)

Eu careço de amar, viver careço

Nos montes do Brasil, no Maranhão,

Dormir aos berros da arenosa praia

Da ruinosa Alcântara, evocando

Amor … Pericuman! … morrer … meu Deus!

Quero fugir d’Europa, nem meus ossos

Descansar em Paris, não quero, não!

Oh! por que a vida desprezei dos lares,

Onde minh’alma sempre forças tinha

Para elevar-se à natureza e os astros?

Aqui tenho somente uma janela

E uma jeira de céu, que uma só nuvem

A seu grado me tira; e o sol me passa

Ave rápida, ou como o cavaleiro:

E lá! a terra toda, este sol todo

E num céu anilado eu m’envolvia,

Como a água se perde dentro dele.

Ingrato filho que não ama os berços

Do seu primeiro sol. Eu se algum dia

Tiver de descansar a vida errante,

Caminhos de Paris não me verão:

Através os meus vales solitários

Eu irei me assentar, e as brisas tépidas

Que meus cabelos pretos perfumavam,

Dos meus cabelos velhos a asa trêmula

Embranquecerão: quando eu nascia

Meu primeiro suspiro elas me deram;

Meu último suspiro eu lhes darei.

(Sousândrade. Harpas selvagens. Disponível em: http://migre.me

/oc10Q.)

Sousândrade é um representante do Romantismo no Brasil. No poema, há um eu -lírico que:

a) se queixa do espaço na Europa, mas se resigna em seu sentimento.

b) coloca a natureza europeia como superior à brasileira.

c) Se orgulha especificamente do Maranhão, o Brasil, e de Paris, na Europa.

d) Exibe orgulho por estar em terras europeias, onde quer que termine sua vida.

e) Exalta a natureza brasileira, com sentimento saudosista de sua terra de origem.

Questão 11 (Marista)

"Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta." Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das ilusões de criança educada exoticamente na estufa de carinho que é o regime do amor doméstico, diferente do que se encontra fora, tão diferente, que parece o poema dos cuidados maternos um artifício sentimental, com a vantagem única de fazer mais sensível a criatura à impressão rude do primeiro ensinamento, têmpera brusca da vitalidade na influência de um novo clima rigoroso. Lembramo-nos, entretanto, com saudade hipócrita, dos felizes tempos; como se a mesma incerteza de hoje, sob outro aspecto, não nos houvesse perseguido outrora e não viesse de longe a enfiada das decepções que nos ultrajam. Eufemismo, os felizes tempos, eufemismo apenas, igual aos outros que nos alimentam, a saudade dos dias que correram como melhores. Bem considerando, a atualidade é a mesma em todas as datas. Feita a compensação dos desejos que variam, das aspirações que se transformam, alentadas perpetuamente do mesmo ardor, sobre a mesma base fantástica de esperanças, a atualidade é uma. Sob a coloração cambiante das horas, um pouco de ouro mais pela manhã, um pouco mais de púrpura ao crepúsculo - a paisagem é a mesma de cada lado beirando a estrada da vida. Eu tinha onze anos. (POMPÉIA, R. O Ateneu – crônica de saudades. S.P.: FTD, 1991. p. 13.)

Diante dos fatos narrados, das pessoas e dos espaços envolvidos, nota-se que o narrador de O Ateneu é:

a) participante da narrativa, embora seja observador de fatos transcorridos.

b) imparcial, observando, de longe, o que se passa na infância, fazendo uso do flashback.

c) protagonista, participa da narrativa e conta os episódios por meio do fio da memória.

d) imparcial, embora participe ativamente de cada fato por meio de sua memória

e) impassível diante do que é narrado, uma vez que é mero observador.

Questão 12 (ENEM)

Olá! Negro

Os netos de teus mulatos e de teus cafuzos

e a quarta e a quinta gerações de teu sangue sofredor

tentarão apagar a tua cor!

E as gerações dessas gerações quando apagarem

a tua tatuagem execranda,

não apagarão de suas almas, a tua alma, negro!

Pai-João, Mãe-negra, Fulô, Zumbi,

negro-fujão, negro cativo, negro rebelde

negro cabinda, negro congo, negro ioruba, negro que foste para o algodão de USA

para os canaviais do Brasil, para o tronco, para o colar de ferro, para a canga

de todos os senhores do mundo;

eu melhor compreendo agora os teus blues

nesta hora triste da raça branca, negro!

Olá, Negro! Olá, Negro!

A raça que te enforca, enforca-se de tédio, negro!

LIMA, J. Obras completas. Rio de Janeiro: Aguilar, 1958 (fragmento).

O conflito de gerações e de grupos étnicos reproduz, na visão do eu lírico, um contexto social assinalado por

a) modernização dos modos de produção e consequente enriquecimento dos brancos.

b) preservação da memória ancestral e resistência negra à apatia cultural dos brancos.

c) superação dos costumes antigos por meio da incorporação de valores dos colonizados.

d) nivelamento social de descendentes de escravos e de senhores pela condição de pobreza.

e) antagonismo entre grupos de trabalhadores e lacunas de hereditariedade.

Questão 13 (Marista)

Você é

tão verbo,

eu meio

substantivo…

mas eu anseio

ser adjetivo

da tua excitação

Disponível em: https://faziapoesia.com.br/poema-gramatical-34cd8e83c5da

O eu – lírico brinca com as categorias gramaticais para caracterizar a si mesmo e a pessoa amada. Sendo assim, é possível depreender do poema que:

a) o eu – lírico é alguém impetuoso e destemido, pois faz de tudo pela pessoa que ama.

b) a pessoa de desejo do eu – lírico ele têm posturas idênticas no que diz respeito ao seu relacionamento.

c) o fato de o eu-lírico se colocar como substantivo revela uma identidade bem definida de sua personalidade.

d) ao ter o anseio de ser adjetivo, o eu – lírico pretende ser a motivação para excitação de outra pessoa.

e) a pessoa designada como verbo pode ser alguém com proatividade, mas ao mesmo tempo incerta quanto ao amor.

Questão 14 ( ENEM – adaptada)

Logia e mitologia

Meu coração

de mil e novecentos e setenta e dois

já não palpita fagueiro

sabe que há morcegos de pesadas olheiras

que há cabras malignas que há

cardumes de hienas infiltradas

no vão da unha na alma

um porco belicoso de radar

e que sangra e ri

e que sangra e ri

a vida anoitece provisória

centuriões sentinelas

do Oiapoque ao Chuí.

CACASO. Lero-lero. Rio de Janeiro: 7Letras; São Paulo: Cosac & Naify, 2002.

O título do poema explora a expressividade de termos que representam o conflito do momento histórico vivido pelo poeta na década de 1970. Nesse contexto, é correto afirmar que:

a) O poeta caracteriza o momento de liberdade de expressão com alegorias de forte poder de impacto.

b) as metáforas zoológicas empregadas no poema revelam uma opressão exercida por movimentos de resistência.

c) “morcegos”, “cabras” e “hienas” desvelam uma metáfora em relação aos opressores do período retratado no poema.

d) A expressão “do Oiapoque ao Chuí” mostra o poder da resistência em todo o território nacional

e) “centuriões” e “sentinelas” simbolizam os agentes que garantem a paz social experimentada.

Questão 15. (Marista)

Às cinco e quarenta da manhã de uma terça-feira em outubro, um grupo de pesquisadores e ambientalistas se encontrou no porto de Fernando de Noronha. O sol despontava no horizonte quando eles embarcaram num grande bote verde para uma viagem de vinte minutos até a ilha do Meio, uma das 21 que compõem o arquipélago situado a 345 quilômetros do litoral do Rio Grande do Norte. A ilha do Meio tem dezesseis hectares, o equivalente a dezesseis campos de futebol, e está entre as menores de Noronha. Embora próxima da ilha principal, ela é de difícil acesso, devido às escarpas das suas bordas rochosas. Como a maré estava baixa, o barqueiro não teve dificuldades em achar um ponto em que os tripulantes pudessem desembarcar com segurança. […]

ESTEVES, Bernardes. Estranhos no paraíso. Piauí, n. 136, jan. 2018. p. 22.

Os advérbios e as locuções adverbiais são importantes para a organização de um texto, tornando-o coeso. No trecho apresentado, os termos que situam o leitor no tempo e espaço são

a) “Como a maré estava baixa, o barqueiro não teve dificuldades em achar um ponto em que os tripulantes pudessem desembarcar com segurança”.

b) “Embora próxima da ilha principal, ela é de difícil acesso, devido às escarpas das suas bordas rochosas”.

c) “Às cinco e quarenta da manhã de uma terça-feira em outubro, um grupo de pesquisadores e ambientalistas se encontrou no porto de Fernando de Noronha”.

d) “A ilha do Meio tem dezesseis hectares, o equivalente a dezesseis campos de futebol, e está entre as menores de Noronha”.

e) “[…] uma das 21 que compõem o arquipélago situado a 345 quilômetros do litoral do Rio Grande do Norte”.

Questão 16. (Marista)

Alma minha gentil, que te partiste

tão cedo desta vida descontente,

repousa lá no Céu eternamente,

e viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,

memória desta vida se consente,

não te esqueças daquele amor ardente

que já nos olhos meus tão puro viste.

[…]

CAMÕES, Luís Vaz de. Alma minha gentil, que te partiste. In: Sonetos. Lisboa: Atlântico Press, 2012.

Os versos de Camões tratam do lamento do eu lírico diante de uma fatalidade amorosa. Para tal, o poeta utiliza figuras de linguagem como a metáfora, presente no verso “Alma minha gentil, que te partiste”. Outra figura de linguagem, o eufemismo, aparece no verso

a) “memória desta vida se consente,”.

b) “Se lá no assento Etéreo, onde subiste,”.

c) “repousa lá no Céu eternamente,”.

d) “e viva eu cá na terra sempre triste.”.

e) “não te esqueças daquele amor ardente”.

Um cenário mais tranquilo para o próximo Enem

Confira o gabarito do caderno 1 do Folha Enem/Linguagens

As questões do Folha Enem foram selecionadas pelo Colégio Marista.

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