O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) reúne candidatos com as mais diferentes características e pontos de vista. A FOLHA conversou com três candidatos que estão terminando o Ensino Médio e que farão as provas nos próximos dois domingos.

Imagem ilustrativa da imagem Enem 2020: expectativas semelhantes e objetivos variados
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Para o Youssef Pettinate El Sayed, o Enem não é um caminho desconhecido. Ele fez a prova em 2019 como treineiro. “Acredito que a prova será muito parecida com a dos anos anteriores, muito interpretativa e com conteúdos cotidianos. Apesar de extensa, espero que nosso preparo não seja uma dificuldade”, contou. Mirando o curso de Administração na FGV (Fundação Getúlio Vargas), El Sayed quer obter uma boa nota para aplicar em bolsas de estudo na faculdade e em instituições do exterior.

Catalina María Dankert estuda para ser arquiteta e, quem sabe no futuro, também cursar design gráfico. Ela destaca a interpretação como elemento fundamental no Enem, que fará pela primeira vez. “Como já fiz vários simulados, sei mais ou menos o que esperar da prova. A quantidade de questões é cansativa, sobretudo porque alguns enunciados são extensos. No entanto, a prova se baseia na interpretação, e como tenho facilidade na leitura, também espero que isso esteja a meu favor. Claramente muito estudo é essencial para que a prova não seja uma surpresa”, afirmou.

Para o curso desejado por ela, a UEL (Universidade Estadual de Londrina) não oferece opção de uso da nota do Enem através do Sisu (Sistema de Seleção Unificada). Mesmo assim, ela diz à FOLHA que levará as provas a sério. “Também para verificar se meu nível de conhecimento está bom para o vestibular”, acrescentou.

Assim como Youssef, o jovem Pedro Henrique Sarge Brito prestou o Enem no ano passado. Para esta edição, o futuro estudante de Geologia está confiante em bons resultados. “Acredito que por conta da pandemia, as notas de corte vão abaixar, o que é bom para quem se dedicou durante o ano. Com a nota que obtiver, meu objetivo é passar com tranquilidade em boas universidades através do Sisu”. Como opções de faculdades que desejaria ingressar, Brito cita as federais do Paraná (UFPR), Santa Catarina (UFSC) e Bahia (UFBA), a Universidade de São Paulo (USP) e de Brasília (UnB).

ESTUDOS NA PANDEMIA

Catalina Dankert revelou que a pandemia alterou sua rotina de estudos. “A pandemia desorganizou a vida de todos. É difícil manter o ritmo, mas o fundamental é não desistir."

Já Brito pregou que tinha a rotina planejada no início de 2020, mas que perdeu o compasso com o início da pandemia e quarentena. Mas depois voltou a focar no estudo. "Senti que a quantidade de horas e dedicação que estava colocando para estudar não era o suficiente para alcançar meus objetivos. Comecei a me esforçar mais e me sinto mais confiante para ir bem na prova”.

Indicando que teve os estudos pouco afetados pela pandemia, Youssef El Sayed afirma que sempre gostou de estudar sozinho e fez uma divisão das matérias do Enem por dias da semana. Dessa maneira, o conteúdo ficou em dia e o estudo não foi exaustivo.

Ele também procurou sempre tirar dúvidas com os professores e usufruir ao máximo dos materiais de apoio. “Também imprimi alguns exercícios e resolvo os simulados fornecidos pelo colégio para ter uma experiência semelhante à do dia do Enem”.

REDAÇÃO

Pedro Brito acredita que a redação do Enem não vai trabalhar com tema complexo para os candidatos. “Visto que nem todos tiveram um ano fácil com relação aos estudos”, justifica. Youssef El Sayed chutou que a redação vai seguir com a proposta social em evidência. “Com tudo o que está acontecendo no mundo, poderemos ter várias vertentes para o tema, apesar de não achar que escolherão algo tão óbvio, como o coronavírus”.

Catalina segue a mesma linha de raciocínio. “Penso que o tema será relacionado às polêmicas recentes, mas não de uma forma óbvia. Os gêneros textuais seguem uma estrutura que acaba se tornando natural se treinada com frequência, então é fácil se preparar: mantendo-se atualizado e escrevendo muito”, sugere.