Imagem ilustrativa da imagem ENEM 2020 - Rotina organizada deve compor planejamento do candidato
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Ter um bom desempenho nas provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) passa também por uma preparação que vai além do estudo dos conteúdos exigidos. É preciso que o aluno equilibre tudo o que influencia o seu dia a dia.

A psicóloga do Núcleo Evoluir e mestre em Análise do Comportamento, Claudia Cantero, afirma que um esse planejamento começa desde já, meses antes das provas, marcadas para o final de janeiro. "Além dos estudos, estabelecer uma rotina aliando qualidade de sono, alimentação saudável, prática de exercícios físicos e atividades de lazer. Quanto mais estruturada e organizada a rotina do aluno, mais controle ele terá sobre a ansiedade da prova”.

Enfrentar os sentimentos

Claudia afirma que para muitos o Enem é um evento aversivo e que causa diversas sensações corporais, desencadeando condições fisiológicas que podem não ser controladas. A tão comentada ansiedade, completa a psicóloga, não é passível de ser eliminada, mas pode ser usada a favor do aluno se transformada em ação. “Calcular o tempo da prova e tirar um intervalo para respirar mais fundo. Tomar um lanche caso sinta fome, uma toalha caso transpire em excesso. A própria sensação de 'branco', deixando a questão para resolvê-la depois, com mais calma. É saber lidar com essas condições e criar um clima agradável", explicou. O medo de chegar atrasado é outra sensação que pode ser combatida. De acordo com Claudia Cantero, a dica é que o aluno, dias antes da prova, percorra o trajeto de sua casa até o local de prova e calcule o tempo gasto, levando em conta o tipo de transporte que será usado.

Acreditar em si

É comum a troca de ideias entre os alunos na chegada ao local, ou até mesmo aquela "espiadinha" na expressão do colega ao lado no momento da prova, como uma espécie de “termômetro” de emoções. No entanto, isso pode ser perigoso e atrapalhar o desempenho do candidato. "Quando você observa o comportamento do outro, tem acesso a somente um recorte dele. É uma impressão muito rasa. Não se sabe o quanto aquela pessoa se preparou para estar ali", alertou Claudia. Com experiência em sala de aula, a mestre em Análise do Comportamento prega que cada aluno deve confiar em seu próprio ritmo. "Muitos acreditam que quem termina a prova primeiro é o mais preparado, que gabaritou. Na relação tempo/qualidade nem sempre é assim".

Alô pais

A psicóloga pontua que pais e responsáveis pelos alunos devem criar um clima de acolhida no momento de preparação, abrindo mão de discursos que criem uma pressão desnecessária. "A dica é elogiar o processo de estudo do aluno, do que a expectativa do 'produto final'. Fazer pequenos reconhecimentos dos esforços do jovem têm muito valor", comenta.

Até mesmo no momento de ajuda em algum conteúdo, detalhes fazem a diferença. "(Os pais) precisam entender que eles não farão a prova junto com o filho. Então, se forem procurados, questionem sobre o que o aluno sabe a respeito daquele conteúdo, orientem na busca de respostas e se for o caso busquem auxílio do professor. Ajudar também é respeitar os períodos de intervalo que o aluno definiu para sua rotina de estudos”, conclui Claudia.